Ator Bruno Lopes vai de produções adultas às infantis com desenvoltura. Versátil, ele trabalha nos palcos, nas telas e no cinema
Não importa se o público é adulto ou infantil. O ator Bruno Lopes sempre se esforça e se empenha ao abraçar um papel, seja ele o escritor Euclides da Cunha da série Guia politicamente incorreto da história do Brasil, seja o de André Renato, o galã da turma adulta de Carinha de anjo, novela exibida no SBT.
“Muda o jeito de contar a história (na novela). Falamos de tudo, as coisas boas e os problemas do mundo, mas de uma forma mais sutil, mais leve. Acho que esse é o gancho para tanto adulto gostar da novela, eles curtem assistir mesmo depois de um dia puxado de trabalho ou de ver tanta notícia ruim nos noticiários”, afirma Bruno, em entrevista ao Correio.
Além de atuar, Bruno dirige, produz, escreve e, versátil, ataca na tevê, nos palcos e nos cinemas. Independentemente do veículo e da função, o que o rapaz quer é contar uma boa história.
Leia na íntegra a entrevista com o ator Bruno Lopes
Como é a rotina de gravações de uma novela infantil?
A novela sempre respeitou o ritmo das crianças. As crianças só gravavam na parte da tarde, com horário específico de entrada, alimentação e saída. Elas são muito talentosas e gravávamos sempre com tranquilidade. Quando não tinha criança nas cenas, a produção acelerava mais porque os adultos davam conta de gravar mais cenas num espaço menos de tempo.
As crianças aprontam muito no set?
As crianças eram crianças, inclusive no set. Era uma delícia poder ficar com elas no camarim, brinquedoteca e estúdio. Sempre uma alegria é uma energia muito boa.
Sente falta de falar com o público adulto?
A novela se comunica muito bem com o público adulto, que gosta da trama por ser contada de uma forma mais leve. É uma novela pra família, então eu sempre recebo carinho de todas as idades.
Qual é a principal diferença em estar em uma produção voltada para o público adulto e uma para o público infantil?
Muda o jeito de contar a história. Falamos de tudo, as coisas boas e os problemas do mundo, mas de uma forma mais sutil, mais leve. Acho que esse é o gancho para tanto adulto gostar da novela, eles curtem assistir mesmo depois de um dia puxado de trabalho ou de ver tanta notícia ruim nos noticiários.
Você despontou primeiro nos palcos e no cinema e, somente agora, na tevê. Porque acha que isso aconteceu? Foi um caminho pensado?
Eu fiz minha primeira novela em 2007, com Amigas e rivais. Eu amo todas as formas de contar histórias, seja teatro, cinema ou televisão. Cada um tem a característica que me fascina. Sou um cara inquieto, gosto de ler textos de teatro, de querer aprender e de me jogar em desafios. Acho que isso pode justificar um pouco. Mas tudo tem seu tempo e eu respeito e sigo trabalhando.
Você viveu o escritor Euclides da Cunha em Guia politicamente incorreto da história do Brasil. Como foi o processo de criação desse personagem? Viver na ficção quem realmente existiu exige mais responsabilidade?
Responsabilidade incrível. Eu conhecia muito pouco sobre a vida pessoal dele. Tive sorte de ter uma equipe incrível é um diretor muito competente que sempre trocava comigo e me orientava no momento em que eu criava o personagem.
Você acha que produções como essa podem incentivar a leitura num país que lê pouco como o Brasil?
Eu espero que sim! Ler é muito importante e é tão gostoso!
Você escreve, dirige e atua. O artista multifacetado é mais valorizado hoje em dia?
Não sei te explicar. Acho que, conhecendo um pouco das outras funções, te deixa mais maduro e mais atento a tudo, até por saber como funciona as outras etapas do trabalho. Sempre tive uma inquietude artística, as coisas foram acontecendo, eu fui me propondo desafios.
Em 2014, você fez o roteiro do filme Catarse, que chegou a ser exibido em Cannes. Como foi essa experiência?
Foi lindo! Cinema tem um diferente tempo de processo. Acho que o mais importante, foi poder participar de todas as etapas que o cinema tem para fazer um filme. Desde o embrião, a história e seu roteiro, até a finalização, passando por escolha de elenco, ensaios, escolha de equipamentos, etc. Foi um aprendizado ímpar.
No carnaval deste ano, você desfilou em uma ala da Rosas de Ouro que homenageava o Antonio Fagundes. Vocês se conhecem?
Infelizmente ainda não, mas quero muito poder conversar e aprender com tanto conhecimento e experiência que ele tem.
Como foi desfilar numa escola de samba?
Inexplicável. Sempre ouvi dizer da energia que é, mas eu não imaginava que sentiria da mesma forma. Fora que a presidente, o carnavalesco e toda a escola me receberam de braços abertos e com muito carinho.
Você posou nu para um projeto de fotografia. Como cuida do corpo?
Sou apaixonado por esportes, pratico e sempre pratiquei. Fora isso, sou adepto da leitura sobre saúde, alimentação, e ponho em prática o que acho que funciona pra mim.
Como vê a exploração do corpo na profissão de ator? Às vezes deve incomodar, não?
O corpo do ator é uma ferramenta de trabalho. Temos que moldá-lo de acordo com a necessidade do personagem. É importante cuidar dele, deixá-lo sempre saudável porque nunca sabemos qual será nossa próxima criação.