Uma das primeiras estreias da fall season 2017/2018, The Orville tem o nome forte de Seth MacFarlane, mas acaba perdida em suas próprias piadas. Confira nossa crítica!
Um dos maiores sucessos da Fox nos anos 2000, o desenho animado Family Guy foi a produção responsável por lançar o nome de Seth MacFarlane ao mundo de Hollywood. Em pouco tempo o ator e produtor despontou como um showrunner de referência no mundo das séries e filmes (ele é o grande nome por trás do longa Ted, o não tão simpático ursinho vivo). Na tevê, The Orville é o primeiro live-action em que o MacFarlane estreia – e produz – pela Fox. O resultado, entretanto, ficou em um agridoce misto de drama e comédia mal misturados.
A sinopse é basicamente simples, o personagem de MacFarlane, Ed Mercer, é o comandante de naves espaciais, responsável e dedicado, mas que tem de enfrentar um período difícil após flagrar a mulher na cama com outro (inclusive, o único momento passível de risada plena). Após um momento de bebedeiras e irresponsabilidade, Ed retorna firme ao trabalho no comando da nave Orville. É a partir daí que o enredo realmente começa.
Ed tem de lidar com a tripulação singularmente construída. Tem a Dr. Claire (Penny Jerald), a médica; Gordon Malloy (Scott Grimes), o piloto; Alara Kitan (Halston Sage), a chefe de segurança; Isaac (Mark Jackson), um robô responsável pela tecnologia da nave; e Kelly Grayson (Adrianne Palicki), a subcomandante, e ex-mulher de Ed, com quem ele tem que trabalhar.
A trupe então – com todo um ar Star Trek da década de 1960 – tem que partir ao longo do universo em operações especiais cheias de perigos e aventuras. Sim, essa sinopse é extremamente ridícula, a gente sabe, Seth MacFarlane sabe, e o grande trunfo da série – teoricamente – seria brincar com essa “ridicularização”, mas no fim das contas simplesmente não funciona. A impressão que fica é que eles erram a mão com todo esse contexto de gênero da história, e o público fica com a desconfortável sensação de simplesmente não estar entendendo a piada (que era para estar misturada com um drama).
Imagine que você está em um show de stand-up e chega aquela onipresente parte da piada da sogra, então o comediante dá dois passos ao centro do palco e proclama: “Semana passada eu fui na casa da minha sogra, era ‘boquinha’ da noite, eu entrei na casa e senti um cheiro estranho”. Você se prepara na poltrona para a risada e o humorista simplesmente sai do palco. Essencialmente, o piloto de The Orville é isso.
Se você for muito fã de Star Trek e quiser passar um tempo com piadas rasas e um drama aleatório, pode até ser um passatempo agradável e duradouro (isso porque além dos episódios serem de uma hora, a série provavelmente será renovada tendo em vista a audiência – muito boa, com 2,3 milhões de espectadores).