No ano do aniversário de 40 anos de Os Trapalhões, humorístico ganha nova versão com novos personagens ao lado de Didi e Dedé. Veja o que o ator Gui Santana falou sobre o programa
“É mais uma homenagem à trajetória (do programa Os Trapalhões)”. É assim que o ator e humorista Gui Santana define a nova versão de Os Trapalhões, que estreou em 17 de julho no Canal Viva, com exibições de segunda a sexta, às 20h30, e reprises, às 12h. O paulista dá vida ao personagem Zaca, que é um tributo ao saudoso Zacarias, que, na versão original, era interpretado pelo ator Mauro Faccio Gonçalves, morto em março de 1990.
O novo Os Trapalhões traz do elenco original Didi (Renato Aragão) e Dedé, que são uma espécie de mestres do novo quarteto formado por Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) — uma homenagem a Mussum, papel do falecido Antônio Carlos Bernardes Gomes — e Zaca. Assim como no original, a trupe de trapalhões protagoniza diversas esquetes de humor, algumas inspiradas nas clássicas do programa e outras inéditas.
“Há releituras de alguns clássicos, como as paródias musicais que os trapalhões faziam. Mas tem a particularidade de cada novo comediante na atração. Por exemplo, o Mumuzinho consegue imitar muito bem, então, ele faz isso e por aí vai”, comenta Gui Santana.
A atração chegou à programação da tevê por assinatura sob forte expectativa, afinal de contas Os Trapalhões, atração que completa 40 anos em 2017, marcou diversas gerações com seu humor circense, até certo ponto ingênuo, nos dias de hoje considerado politicamente incorreto. O remake teve boa recepção, principalmente ao optar por fazer um humor considerado correto.
“Estou ansioso porque estamos mexendo num território sagrado. Os Trapalhões fizeram um sucesso enorme, eles eram nossos ídolos. A primeira temporada teve apenas nove episódios. Tomara que tenha uma segunda temporada”, diz o intérprete de Zaca, de forma ansiosa.
Escolha do elenco
O convite para Gui Santana integrar o elenco tem a ver com o fato de o ator ter se tornado conhecido por imitações, entre elas, do personagem Zacarias. “Quando surgiu o convite eu sabia que estava rolando essa história da volta dos Trapalhões, mas quando vieram atrás de mim eu fiquei me perguntando se era verdade. Só fui dar conta do que estava fazendo quando comecei a gravar”, conta.
Fã de Os Trapalhões, o ator começou a fazer as imitações de Zacarias ainda na infância, quando assistia a reprises da atração após chegar da escola. “Eu ficava brincado de imitar. Meu preferido era o Zacarias. No início, eu fazia mais as expressões faciais e, conforme fui crescendo, passei a fazer a voz também”, lembra.
Gui Santana construiu o personagem Zaca inspirado em Zacarias, mas também acrescentando personalidade própria. “Eles são parecidos no jeito de falar e agir. Mas não queremos gerar uma comparação. Lógico que isso vai acontecer, mas não é a intenção. É mais uma homenagem. Tenho o espírito do Zacarias, do que o Mauro fazia, mas na composição do personagem inseri outras coisas”, explica.
Duas perguntas // Gui Santana
Os Trapalhões passavam na televisão num momento em que não havia uma pressão em relação ao humor politicamente correto. Como isso é tratado na nova versão?
Se diz muito sobre o politicamente incorreto, mas não podemos jamais resumir a trajetória de 40 anos dos Trapalhões dizendo que era um humor preconceituoso, como muita gente fala. O universo dos Trapalhões é longe de ser preconceituoso. Primeiro porque, para um trapalhão, todo mundo é igual. Acho que ninguém quer ofender, mas é lógico que mudou muito. O nosso programa é livre. É claro que não permite algumas abordagens por conta do horário e da classificação indicativa. O humor é brincar com qualquer tipo de situação ou circunstância, mas sem ofender de forma gratuita.
Como foi poder gravar ao lado de Didi e Dedé?
Foi um momento muito legal gravar com o Renato (Aragão) e com o Dedé. Ver o olhar deles sobre aquilo. O Dedé é um cara muito família. Ele é o que mais lembra as histórias dos Trapalhões. Ele se emociona mesmo, fica lembrando e nos dando muitos toques. O Didi fica mais emotivo e nem gosta de falar dos Trapalhões. Ele falou que queria que todos estivessem juntos para viver esse momento.