IMG_0185 Agyei Auguisto, artista | Crédito: Juliana Sabattina

“Minha projeção é me tornar um artista completo”, avisa Agyei Augusto

Publicado em Perfil

Protagonista da bem-sucedida série “Sintonia”, jovem paulista de 16 anos se lança na atuação, na música e na dublagem

Patrick Selvatti

Agyei Augusto está no elenco de Clube Spelunca, que estreou na TNT e na Max. Na produção, dirigida por Silvio Guindane, o artista interpreta Gabito, um adolescente super alto astral que ama cantar e querido da sua bisavó (vivida por Neuza Borges). Nerd apaixonado pela cultura pop, especialmente pelo K-pop, o personagem é ingênuo, divertido e cheio de referências modernas. “Foi uma experiência muito rica e divertida — e fazer comédia é sempre uma delícia, né? Dá pra se soltar, brincar em cena e aprender com cada momento”, afirmou ao Próximo Capítulo.

Com 16 anos, Agyei Augusto ganhou projeção em 2021 ao protagonizar a elogiada série Sintonia, da Netflix, sob a direção de Johnny Araújo. Seu currículo como ator conta ainda trabalhos nas séries Anderson Spider Silva, da Paramount, e 5x comédia, da Prime Video, e nos musicais Escola do Rock, Charlie e A Fantástica Fábrica de Chocolate. No cinema, já atuou nos longas Doutor Gama e Todos os mortos, com direção de Caetano Gotardo e Marco Dutra, que foi indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2020. Ele também foi convidado a protagonizar, ao lado de Carlinhos Brown, O segredo das janelas, que é um dos maiores espetáculos de Natal do Brasil, realizado no Palácio Avenida, em Curitiba.

Agyei Augusto também é cantor e compositor e, recentemente, lançou seu EP Agyei Na área , em que mistura pop, soul, R&B e baladas românticas, conquistando sucesso entre o público teen. “Eu amo estar no palco, ter essa conexão com o público, com as pessoas que consomem minha música e acompanham meu trabalho. Sempre é muito bom ter essa troca, e com certeza vão rolar shows por aí”, contou.

Já como dublador, o paulista deu voz a diversos personagens, com destaque para Grover, da série Percy Jackson e Crescer é uma fera, da Disney, e Barney em Ron Bugado, da Pixar. “Minha projeção é me tornar um artista completo — alguém que, assim como o Chris Brown, consegue transitar por várias vertentes da arte: cantar, atuar, dançar, compor, dublar… Eu amo explorar todas essas áreas e acredito que é isso que torna o trabalho mais verdadeiro”, avisou Agyei.

Entrevista | Agyei Augusto

Como surgiu seu interesse pela atuação? E como foi fazer Clube Spelunca?

Meu interesse pela atuação começou bem cedo. Desde pequeno, eu sempre assisti muitas sitcoms, séries de comédia, novelas… eu era aquele tipo de criança que adorava observar os personagens e as histórias. Meus pais sempre me levavam ao teatro nas folgas deles — eles revezavam pra me levar — e isso acabou virando uma tradição nossa. Acho que foi aí que comecei a pegar gosto pela arte. Com uns cinco anos, eu comecei a fazer aulas de teatro e de dança, e foi ali que tudo começou a fazer sentido pra mim. Fazer Clube Speluca foi uma honra enorme. Eu cresci muito como ator nesse projeto e aprendi demais com artistas que admiro muito, como a Neuza Borges, o Antônio Pitanga, o Tony Tornado e a Sandra de Sá, que além de uma grande cantora é uma pessoa incrível. Foi uma experiência muito rica e divertida — e fazer comédia é sempre uma delícia, né? Dá pra se soltar, brincar em cena e aprender com cada momento.

Recentemente, você também lançou uma música nas plataformas. Pensa em fazer shows, gravar um disco? E o que veio antes na sua vida: a música ou as artes cênicas?

Com certeza! Eu amo estar no palco, ter essa conexão com o público, com as pessoas que consomem minha música e acompanham meu trabalho. Sempre é muito bom ter essa troca, e com certeza vão rolar shows por aí. Lancei meu EP, e agora tô indo pra uma nova fase — com a finalização dele, começo uma nova era. Um disco tá vindo aí! É uma transição, né? Porque muitas das músicas que escrevi começaram lá na época da pandemia, quando eu tinha uns 12 anos. Agora a cabeça já é outra — é a vida, a gente cresce, amadurece, e as próprias letras vão evoluindo junto com a gente. Então acredito que as pessoas podem esperar algo muito bom dessa nova fase. Sobre o que veio antes… os dois sempre caminharam juntos pra mim. Comecei atuando bem cedo, mas a música sempre esteve presente — até por causa do teatro musical, que sempre envolvia cantar, dançar e tocar guitarra, como aconteceu em Escola do Rock. A partir da pandemia comecei a escrever minhas próprias músicas e nunca mais parei. Foi ali, em 2021, que lancei minha primeira música. Hoje eu vejo que uma coisa completa a outra totalmente.

Muito se tem falado da maior participação e relevância de atores pretos nas produções nos últimos anos. Como você, com 16 anos de idade, tem observado isso? Percebe mais oportunidades pra você e outros jovens artistas?

Sim, eu percebo uma mudança acontecendo, e isso é muito importante. Ainda tem um caminho longo, mas já é lindo ver mais atores pretos contando histórias diversas, com protagonismo, sem estereótipos. Eu me sinto parte dessa nova geração que quer inspirar e abrir portas pra quem vem depois também.

E o que você projeta para sua carreira?

O que eu projeto pra minha carreira é continuar crescendo e evoluindo a cada trabalho, a cada novo processo que começa. Quero seguir fazendo o que amo e levando minha arte pro máximo de pessoas possível. Assim como eu tenho muitas inspirações, quero que as pessoas também possam se inspirar através do que eu faço — se envolverem com a arte, acreditarem nos seus sonhos e sempre fazerem coisas positivas. Já fiz série, filme, teatro musical… mas ainda tenho muita vontade de fazer novela, que é algo que ainda não tive a oportunidade. Quero continuar lançando minhas músicas, trabalhar nesse novo disco que vem aí com uma estética anos 2000, trazendo o R&B que eu amo e uma sonoridade diferente pra cena aqui no Brasil. Minha projeção é me tornar um artista completo — alguém que, assim como o Chris Brown, consegue transitar por várias vertentes da arte: cantar, atuar, dançar, compor, dublar… Eu amo explorar todas essas áreas e acredito que é isso que torna o trabalho mais verdadeiro. Quero continuar me reinventando, evoluindo em cada passo e entregando sempre o meu melhor. Então podem esperar muita coisa boa por vir!

Quais artistas te inspiram?

No audiovisual, eu me inspiro muito em atores como o Lázaro Ramos, que é um dos grandes nomes do nosso cinema e da nossa televisão, e no Eddie Murphy, que é um ator super versátil, cheio de energia e muito criativo. Gosto de artistas que exploram diferentes lados da arte, que atuam, produzem, dirigem… essa versatilidade me inspira bastante. Na música, minha maior referência desde cedo sempre foi o Michael Jackson. Ele foi um cara muito autêntico, humilde e com uma personalidade única. Acho que é isso que nos torna especiais — cada um ser diferente do outro. Também me inspiro no Chris Brown, que revolucionou o R&B, que é o meu gênero favorito, e no Bruno Mars, que é multi-instrumentista, assim como eu. Gosto de artistas que fazem várias coisas, que não só cantam, mas dançam, produzem, criam. O Usher também é uma grande inspiração — ele performa de patins no palco, algo que eu também amo fazer, já que a patinação faz parte da minha vida. E, aqui no Brasil, eu destaco o Thiaguinho, que tem uma carreira sólida, está há anos na estrada e continua sendo uma referência pra mim. Enfim, essas são algumas das minhas grandes inspirações.