Leia crítica sobre a produção franco-britânica disponível na Netflix, Spotless. Apesar da grande aposta, a série não conseguiu se destacar
Ter contatos com produções que saiam do contexto de realizações norte-americanas provavelmente é a melhor coisa que um fã de séries pode fazer. Geralmente, são conteúdos com ideias diferenciadas e que não se prendem somente ao que agradará a audiência. Dentro desse contexto, até que Spotless consegue superar as expectativas com uma história que não está presente em outras séries da atualidade.
Com uma introdução silenciosa (como na excelente The girlfriend experience), o telespectador conhece Jean, o homem trabalha como “limpador de lugares em que as pessoas morrem” (não é ótima a sensação de um plot novo?). A princípio, a ideia era entender o protagonista sob a perspectiva de uma crise existencial questionando sua vida, perante os filhos adolescentes e a “passiva agressiva” amante. Ok, não seria uma linha de enredo tão original, mas melhor do que a bagunça chata que a história toma em menos de 50 minutos no piloto.
Jean tem de lidar com o irmão, Martin, que apresenta uma personalidade completamente oposta a sua, um tipo que arrisca mais. Claramente com conflitos de infância com o irmão e o resto da família – que são mostrados em “misteriosos” flashbacks da pior qualidade possível (sabe aquele com um fade in e um fade out, com o rosto dele criança de um lado da tela, e o outro lado com o rosto adulto? Pois é…) –, Jean tem de lidar com a presença do primogênito da família na sua casa.
O grande plot da série é o fato de Martin ter levado com ele um cadáver para a casa do irmão. O corpo está cheio de drogas e Martin quer que o caçula tire os comprimidos de lá, já que ele “lida com corpos”. Jean até reluta, mas sua complicada situação financeira o faz trabalhar com o irmão.
A série teve 10 episódios na primeira temporada e, segundo informações do portal Veja Entretenimento, a produção terá segunda sequência.