Como nascem os heróis tem previsão de estreia no primeiro semestre de 2025, na TV Brasil, e conta a história de personalidades brasileiras
Por Tainá Hurtado*
Anos passam, capítulos mudam e alguns nomes continuam onipresentes na memória brasileira como heróis e símbolos do patriotismo. Fazendo um resgate dessas figuras, a série Como nascem os heróis vai contar a história por trás de como surgiram os grandes salvadores da nação.
Com Rita Von Hunty como apresentadora, a série tem previsão de estreia para o primeiro semestre de 2025 na grade da TV Brasil, com 10 episódios que vão passear pelo passado brasileiro, explorando nomes que hoje chamamos de ícones. “Eu sonhava que as pessoas soubessem quem dá nome às suas ruas, monumentos, praças e pontes. No sentido de quem cede o nome, mas também de quem faz a ação para nomear”, relata Rita.
Na primeira temporada, Rita irá desmistificar a história de Getúlio Vargas, Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Dom Pedro I, Anita Garibaldi, Deodoro da Fonseca, Sepé Tiaraju, Duque de Caxias, Zuzu Angel e Bárbara Pereira Alencar. A série se propõe a mostrar como essas pessoas se tornaram parte do Livro de Aço do Panteão da Pátria, uma lista aprovada pelo Congresso Nacional.
“A gente tem um livro que é um monumento da história e da cultura brasileira. No entanto, ele vai sendo erguido de acordo com os interesses de quem permite que esses nomes entrem nos anais da história”, completa Rita von Hunty. Para ela, Como nascem os heróis é uma maneira de reparar a história e a identidade nacional que foi erguida pela idolatração e pela construção de mitos. “Eu gostaria que as pessoas tomassem para si essa curiosidade de por que será que a gente ainda mora num país que chama pessoas de mitos, e saber que, no fim, todo mito é inverossímil e mentiroso.”
Drag queen do professor e ator Guilherme Terreri Lima Pereira e apresentadora do canal do YouTube Tempero Drag, Rita Von Hunty é mestre em colocar pautas importantes sob outras óticas e ir contra a maré do tabu e do silêncio. Como nascem os heróis é destinada aos interessados e curiosos em pensar a história brasileira de uma outra perspectiva.
“A gente quer que as pessoas se interessem e vejam, e, a partir daí, se informem e construam novas teorias sobre os heróis. A ideia é exatamente questionar um pouco a formação dessa identidade nacional de um herói e botar as pessoas para pensarem um pouquinho”, explica o produtor da série, Camilo Cavalcanti.
“Quando a gente investiga a história, descobre que durante muito tempo o nosso país cismou em cultuar genocidas, golpistas, traidores e inimigos do povo”, declara Rita. “Esses nomes nos permitem dar o recado da série, fazer um acertos de contas com quem entrou, por quem entrou e como entrou.”
Emoção
Ao mesmo tempo, para ela, outros nomes são motivos de orgulho e emoção de serem tão importantes e memoráveis para a trajetória brasileira, como Zuzu Angel e Zumbi dos Palmares. “Ir desde o Brasil Colônia e terminar a série com Zuzu é um legado. O último episódio era o que eu ansiava muito, e no set ele se mostrou absolutamente emocionante. Eu chorei muito para gravar, a equipe também chorou e acho que vai ser o episódio que as pessoas vão se emocionar quando puderem assistir.”
Para Rita, essa entrega ao projeto faz parte do que a motiva a continuar levando cultura e conhecimento para a população. “Para mim, está sendo fantástico, é parte do que eu sempre sonhei em fazer. Eu virei educadora e artista porque acreditava que era possível, através da educação e da arte, disputar a consciência do povo e apontar para outros lugares.”