Após atuar em série sobre CH&X, atriz paulista encara cantora femineja na novela Fuzuê
Patrick Selvatti
Um dos personagens mais divertidos de Fuzuê, o cantor Jefinho Sem Vergonha (Micael Borges) ganhou uma parceria de peso com a chegada de Selena Chicote, uma cantora sertaneja arretada que chegou para agitar a vida do personagem, sempre às voltas com sua paixão pela mocinha Luna (Giovana Cordeiro). Para a intérprete da nova figura da novela das sete, Talita Younan, a “femineja” é um presente. “Sempre dizia que se não fosse atriz, seria cantora sertaneja. Realizei esse sonho!”, celebra ela, aos risos.
Apaixonada pelo universo rural, a atriz de 31 anos teve uma oportunidade dupla neste ano de mergulhar nessa atmosfera. Ela também está no elenco de As aventuras de José e Durval, série original do Globoplay que conta a trajetória de Chitãozinho & Xororó. Na trama romantizada, a filha ilustre de Presidente Prudente dá corpo a mulher que teria sido musa inspiradora da canção Fio de cabelo, um dos maiores hits da dupla. “Sou do interior de São Paulo e, na minha casa, era só o que ouvíamos”, conta a mãe de Isabel, filha que teve com o marido, o diretor João Gomez, filho de Regina Duarte.
Talita foi mãe em meio à pandemia, período em que pôde rever seu trabalho mais marcante, até hoje, na tevê. Ela viveu a K1 no sucesso Malhação — Viva a diferença, de 2017, que ganhou um Emmy Internacional. A atriz também participou de outro grande sucesso retumbante, a novela Os dez mandamentos, na Record — estreia dela em novelas. A paulista também estará no filme que contará a história do Maníaco do Parque, um caso verídico que assustou o Brasil na década de 1990, com estreia prevista para o ano que vem, no Amazon Prime Video.
ENTREVISTA/ Talita Younan
Como foi o convite para entrar em Fuzuê? E qual o maior desafio de entrar em uma produção já iniciada?
Um dos diretores me ligou e fez o convite para viver a Selena, disse que achava que a personagem é a minha cara. E é mesmoooo!!!! Os desafios são muitos. Você tem que correr atrás do que já aconteceu na história, qual a linha do tempo, como você chega, como está a dinâmica do seu núcleo. Eu tive sorte porque já fiz par romântico com o Micael (Borges), então já temos parceria/intimidade em cena. Já conhecia a Gi Cordeiro também, então foi fácil de jogar com ela. O resto, você tem que ir sentindo… com calma. Conhecendo as pessoas, a equipe…
Selena Chicote é uma cantora sertaneja e você recentemente esteve na série sobre CH&X. Como é a sua relação com esse universo?
Sou totalmente apaixonada por sertanejo. Sou do interior de São Paulo e, na minha casa, só ouvíamos isso. Até hoje, é minha música do carro, do banho, da preparação de cenas… Selena foi um presente divertido. Sempre dizia que se não fosse atriz, seria cantora sertaneja. Realizei esse sonho!
Malhação — Viva a Diferença foi um fenômeno. Ainda hoje a K1 reverbera na sua vida e de que forma?
Sim!!! E reprisou na pandemia né? Então, até hoje, é o trabalho que as pessoas mais me param na rua, comentam, não esquecem das tramas dela. Foi muito especial esse trabalho pra mim. Minha primeira vilã, meu primeiro trabalho na Globo, meu Emmy! Fiz grandes amigos e aprendi demais nesse projeto.
Outro grande sucesso que tem a sua participação é Os dez mandamentos. Como foi a experiência de atuar em uma produção bíblica?
Foi delicioso. Eu agradecia a Deus todos os dias por estar ali, nunca tinha pensado nem em vir para o Rio… Era uma realidade muito distante. Foi minha primeira novela da vida. Lembro como se fosse hoje do nervosismo, da ansiedade e da vontade de fazer dar certo. Foi desafiador fazer um trabalho de época logo de cara, mas fui muito feliz vivendo a Damarina. Ganhei experiência e bagagem.
Você se tornou mãe recentemente, em plena pandemia. Como a maternidade te transformou e como ser mãe tem impactado na sua carreira?
Me sinto mais completa hoje, com mais profundidade, não sei se sei explicar. Parece que muitas coisas que não faziam sentido em cena, agora fazem. Você conhece uma outra parte do seu interior, da sua alma e pra mim quanto mais o artista se conhece, mais entregue e profunda fica sua arte. Hoje me sinto mais corajosa, com mais estofo artístico. Ser mãe me tornou super poderosa!