Uma das diretoras, Salli Richardson-Whitfield fala sobre o sucesso e os desafios de Lakers: hora de vencer, série no ar na HBO
Por Pedro Ibarra
A emoção do esporte e os detalhes dos fatos reais se encontram em uma cinebiografia com cara de ficção. Essa é a premissa de Lakers: hora de vencer. A produção de sucesso, que está exibindo episódios semanais tanto na HBO quanto na HBO Max, conta a trajetória do time de basquete Los Angeles Lakers quando é adquirido por Jerry Buss (John C. Reilly), em 1979. A aquisição bate com a chegada de um jogador que posteriormente se tornaria uma lenda da franquia: Magic Johnson (Quincy Isaiah). Juntos, o jogador e o proprietário mudaram a história do time, e a série acompanha estes passos.
Após mostrar a primeira temporada com Magic e Buss, o segundo ano da série coloca na tela os questionamentos que os Lakers sofreram após um ano — literalmente — mágico. O seriado agora busca responder: Será que os Lakers serão hegemônicos a ponto de se tornarem uma dinastia? A série revisita a história e relembra fatos que fazem dos Lakers um time tão importante e conhecido atualmente.
As questões propostas pela série são quase uma metalinguagem em relação à produção. Eles precisavam ser melhores que a primeira temporada para manter o jogo em alto nível. “A gente conversou sobre como melhorar o que já tinha sido bom na primeira temporada, como elevar nosso jogo e fazer o basquete ainda mais empolgante”, lembra Salli Richardson-Whitfield, produtora executiva e diretora de alguns episódios da produção. Ela, no entanto, acredita que conseguiu. “Nossa missão era voltar e deixar todo o público de queixo caído, acredito que, quando a série chegar nos últimos dois episódios, o público vai ver que conseguimos. A forma como mostramos o basquete nunca foi feita antes na história das produções que tratam de esportes”, adianta.
A qualidade é atribuída ao trabalho duro e ao estudo aprofundado de Sallie da equipe, sem contar o amor pelo livro que baseia a ideia principal da série, Showtime: Magic, Kareem, Riley, and the Los Angeles Lakers dynasty of the 1980s, ainda não traduzido para o português. “Tudo é sobre os detalhes, assim que se faz certo. Nós estudamos as filmagens antigas a ponto de saber que a pessoa que estava do lado do Kareem (Abdul-Jabbar) usava uma camiseta azul”, recorda a diretora.
A física para replicar as jogadas ainda é mais estudada. “Precisamos ensaiar e treinar com os câmeras porque as cenas são muito coreografadas. Nós tratamos com os atores e os dublês em pelo menos três ou quatro ângulos e formatos diferentes”, conta Salli, que admite a dificuldade. “É uma grande máquina, é exaustivo gravar as cenas de basquete, porque tratamos como longas cenas de ação”, explica.
Porém, o resultado é especial, uma das séries que melhor transmitiu a física e a emoção dos esportes de uma só vez. Isso porque faz uma imersão de público raramente vista no audiovisual. “O que traz a emoção é estar lá dentro, estar filmando de perto o rosto do Magic, o movimento dos olhos. O que nós mostramos na quadra é o que você não consegue ver mesmo reassistindo as imagens antigas no YouTube”, diz a produtora-executiva. “Claro que é tudo dramatizado, mas é isso que faz até pessoas que não gostam de basquete amarem e se investirem na série. Não é só ver a bola quicando de um lado para outro, é fazer parte daquele jogo”, completa.