A produção, que mistura comédia e investigação policial, foi uma ideia de Leandro Hassum e também é a estreia do ator em séries da Netflix
Por Pedro Ibarra
Um delegado, sem querer, acaba prendendo um dos criminosos mais procurados do país em uma pacata cidade no interior do estado do Rio de Janeiro. O homem se torna um herói e acaba redirecionado para uma delegacia importante da capital do estado, no bairro da Tijuca. Essa é a sinopse de B.O., nova produção nacional da Netflix protagonizada por Leandro Hassum.
A série acompanha o início do delegado Suzano (Leandro Hassum) em um Departamento de Polícia do bairro da Tijuca que está investigando uma máfia das máquinas caça-níqueis. Porém o policial é medroso, afinal cuidava de uma delegacia em Campo Manso, cidade fictícia que tinha como pior ocorrência fuga de pássaros ou picuinhas entre vizinhos.
A ideia era trazer um personagem que fizesse um contraponto mais inocente a uma realidade frenética, uma pessoa que caiu ali de paraquedas. “Nós colocamos como pano de fundo essa forma diferente do protagonista trabalhar, para mostrar que ele pode contaminar no bom sentido. Ele é capaz de mudar o ambiente do próprio entorno”, explica Leandro Hassum que se sentiu desafiado pelo personagem. “É um lugar diferente de atuação para mim. Mais lúdico e menos histriônico. Eu faço o cara que é o louco no meio do mundo normal, ou o normal no meio do mundo louco. Isso o público que vai dizer”, complementa.
Toda a comédia parte, inclusive, de uma notícia real. “A ideia veio de uma notícia que eu vi durante a pandemia. Um cara foi preso por sorte em uma cidade do interior, um homem procurado no Brasil inteiro, saiu para jogar o lixo fora, foi descoberto e acabou preso”, lembra. “A pessoa que fez a ligação acabou com o papel de herói nacional. Imaginei: ‘e se fosse um delegado?'”, recorda Hassum.
A relação da população com a polícia é, muitas vezes, conturbada. Porém a intenção da série não pretende ser uma crítica. “A série é policial porque se passa em um ambiente de delegacia, mas podia passar em qualquer repartição pública. A ideia é brincar mais com a burocracia do sistema do que com casos para criticar”, afirma. Contudo, a mensagem é igualmente importante: “Existem muitos delegados Suzanos no Brasil, e o país precisa de mais Suzanos”.
Brooklyn nine-nine brasileiro?
Por mais que pareça muito em estética, B.O., a princípio, não teve nenhuma base na produção norte americana de oito temporadas Brooklyn 99. “É difícil acreditar, mas só comecei a assistir Brooklyn 99 depois que tive a ideia da série” confidencia Leandro que confirmou outro personagem que baseou o protagonista. “Quando eu pensei no Suzano me inspirei muito mais no Michael Scott do Steve Carell em The Office”, conta.