Novela das 19h, Pega pega tem protagonistas fracos e roteiro frágil. Cadê a trama ágil prometida?
Quando começou, há pouco mais de uma semana, Pega pega prometia um ritmo ágil, bem diferente da pasmaceira da anterior Rock story. O primeiro capítulo cumpriu bem a promessa: sem a lenga-lenga de apresentar os personagens, o público conheceu os protagonistas em cenas de ação.
Mas, ao longo do desenrolar da semana, a trama já foi se arrastando e as pistas de que a primeira semana de Pega pega não me pegaria começaram a aparecer. É claro que há ressalvas positivas: Mateus Solano (Eric) e Vanessa Giácomo (Antônia) respondem pela maioria deles. As cenas que envolvem o empresário e a policial, então, nem se fala. Thiago Martins (Julio), Nanda Costa (Sandra Helena) e um ascendente João Baldasserini (Agnaldo) também dão conta do recado.
É claro que é cedo para vaticinar um fracasso — ainda tem muita água para rolar debaixo da ponte. Tem a experiência de atores como Irene Ravache (que ainda não entrou na trama) e Marcos Caruso (Pedrinho) e ainda Nicette Bruno (Elza) e Cristina Pereira (Prazeres) roubando a cena.
Confira os pontos negativos de Pega pega
O (não) sotaque de Camila Queiroz
Antes de Pega pega estrear uma das grandes questões era se Camila Queiroz conseguiria se livrar do sotaque interiorano de Verdades secretas e Êta mundo bom!. Como Luisa, ela se livrou do sotaque que lhe é natural e arranjou outro… carioca… o mais artificial possível. E pior: fica tão evidente o esforço de Camila para se livrar do acento que a moça se esquece de se preocupar com as outras nuances do trabalho de atriz. Dá tempo de consertar, Camila!
Falta química ao casal
Como torcer por Luisa e Eric? O par não tem a menor química, mesmo com todo o talento de Mateus Solano. O ator consegue finalmente se livrar por completo do Félix de Amor à vida, mas não encontrou em Camila Queiroz um par à altura. Vida longa aos pares Julio e Antônia e Agnaldo e Sandra Helena!
Trama… policial?
A novela começa com a dupla Antônia e Domenico (Marcos Veras) prendendo um bandido, após uma implacável perseguição. Depois, vem o roubo ao hotel Carioca que serve como mote para Pega pega. O problema é que até agora as pistas (um óculos escuros deixado para trás) são mais trapalhadas do que sinais policiais propriamente ditos. O público viu tudo e sabe quem comandou e praticou o crime. O Sherlock Holmes mais elementar teria desvendado tudo.
