O Próximo Capítulo conversou com os atores Alberto Guerra e Camila Valero sobre como é trabalhar em uma produção sci-fi como El refugio
Por Pedro Ibarra
Alienígenas, seres sobrenaturais, forças não identificadas da natureza, todos esses monstros fazem parte da ficção-científica. O gênero, muito popular mundialmente, é dominado pela indústria norte-americana e inglesa do cinema e das séries. Agora, é a vez de os mercados emergentes encontrarem um espaço. A Starzplay lança El refugio, a primeira série de sci-fi exclusivamente em espanhol da plataforma, na próxima quinta.
Estrelada por Ana Claudia Talancón e Alberto Guerra e dirigida por Pablo Fendrik, a série acompanha uma família que está sendo atacada por seres irreconhecíveis, quase invisíveis. Eles precisam se proteger enquanto entendem qual o tipo de ameaça está colocando a vida deles em risco. O medo dos monstros e a incerteza da situação criam um clima de tensão em um sci-fi que flerta com o terror.
“Foi tudo muito novo para todos nós. Porém, foi muito divertido, é um grande trabalho de imaginação, é brincar com o medo e com o desconhecido”, conta Camila Valero, uma das atrizes da produção. “Acho que nós tivemos sucesso na forma como conseguimos criar a tensão”, complementa a artista, que garante que o público vai experienciar cenas de ficar na ponta da cadeira.
Alberto Guerra aponta a importância da direção para esse tipo de produção, já que tudo tinha de correr como o esperado sem a presença dos monstros em cena. “Essa é uma daquelas produções em que o diretor tem que apresentar exatamente o que ele tem na cabeça, precisa ter certeza do que realmente quer mostrar para a audiência”, analisa o ator, que explica como funciona estar em uma produção de ficção-científica: “O diretor criou algo tenso e nós precisamos permanecer neste estado, acreditar nele, entender as emoções e como nos mantermos no tom durante toda a série”.
Os dois atores afirmam também o que esperavam do primeiro trabalho no gênero. “Quando você é o público do sci-fi ou do terror, a experiência é muito diferente de quando você os faz. Quando você está dentro, não é tão assustador quanto parece”, revela Valero. “Eu atuo há mais de 20 anos e é algo que eu ainda amo. Gosto de entrar em algo que eu não tenho absolutamente nenhuma ideia de como começar a fazer, como foi El refugio. Uma experiência de aprendizado, mas complicada”, completa Guerra.
Dominando o mundo em espanhol
A série é uma coprodução mexicana e chilena e é um orgulho para toda a equipe poder trazer a própria visão do sci-fi para um público maior. “Nós vemos produções como essas saindo todo ano nos Estados Unidos. Eu realmente espero que isso seja o nosso futuro, porque somos um mercado imenso e devemos chegar às pessoas que realmente amam a ficção-científica e esperam por isso”, diz Alberto. “Os fãs de sci-fi agora podem ter uma história do tema na própria língua. É uma validação. Mesmo que eu fale inglês, eu não me conecto da mesma forma com algo falado em inglês do que com algo em espanhol”, conclui.