A diretora artística Monica Almeida e o diretor geral Gian Carlo Bellotti falam sobre a emoção de ajudar nas comemorações do meio século de carreira de Chitãozinho e Xororó
Por Pedro Ibarra
Uma das principais duplas da história do gênero sertanejo no Brasil, Chitãozinho e Xororó comemoram 50 anos de carreira. Para relembrar os principais momentos da dupla que marcou a história da música brasileira, a Globo gravou um especial com os artistas passando pelas memórias e canções que conquistaram o público dos quatro cantos do país. O programa foi ao ar na última quarta e já está disponível na Globoplay.
Regido pela dupla e pelo jornalista Pedro Bial, o documentário passa por três locações distintas. Uma casa em que foram expostas as principais memórias da carreira da dupla; um circo, representando os primeiros shows que os dois faziam; e uma fogueira, dando uma maior proximidade do público com Chitãozinho e Xororó, enquanto eles cantam música que tiveram como referências na trajetória. A direção artística ficou a cargo de Monica Almeida e a direção geral foi assinada por Gian Carlo Bellotti.
“É a dupla mais importante do sertanejo, um gênero muito importante hoje em dia. Eles foram os principais caras a quebrar esse muro para poder entrar no mainstream”, afirma Gian. Para ele e a equipe, é a realização de um grande feito. “Era um sonho nosso fazer o Chitãozinho e Xororó”, resume o diretor, que também está por trás do programa Conversa com Bial e dos especiais de Marisa Monte e Arnaldo Antunes.
“São 50 anos de carreira, e eu acredito que eles explicaram para o país o que é a música sertaneja moderna. Eles absorveram as referências caipiras e inventaram a música sertaneja”, acredita Monica. “Eles, de fato, são os precursores da música sertaneja; de tornar o sertanejo uma música nacional, que toca no Brasil inteiro”, complementa. “Sem contar a excelência em tudo o que eles fazem: a qualidade dos arranjos, do repertório”, conclui a diretora artística.
Todo esse repertório foi o principal desafio para a montagem do material, afinal é difícil condensar uma história tão frutífera de 50 anos em apenas um programa especial. “A escolha do repertório foi feita a quatro mãos, a nossa equipe e a dupla. A gente conversou com eles, que foram muito abertos, contando as músicas que eles tinham vontade de tocar e que eram importantes pra eles”, lembra Gian. Monica acredita que o que ajudou foi o fato de todos estarem muito dispostos a fazer algo de qualidade. “Esse especial foi feito por pessoas que são apaixonadas por música; por documentaristas que têm esse interesse. O próprio Pedro Bial também tem grande interesse por música”, conta.
O resultado foi o melhor esperado, com a emoção no papel de ingrediente principal do documentário. “Eles se doaram totalmente. Foi muito legal ver eles se emocionarem de verdade com aquilo ali, entrar no circo com lágrimas nos olhos, lembrarem da carreira ao entrarem na casa, recordando-se de coisas da infância. Eu diria que é difícil até acontecer algo igual de novo”, comenta Bellotti. “Eles se emocionam bastante e acabam nos emocionando também”, acrescenta Almeida.