Por Pedro Ibarra
O Brasil tem ganhado espaço no streaming. Atores e produções do país estão cada vez mais recorrentes e populares entre as escolhas dos usuários desse tipo de serviço. A Star é a mais recente das plataformas a chegar à televisão dos brasileiros, mas já entendeu a tendência e apresentou, na última sexta-feira (3/12), Insânia, a primeira série nacional original do serviço.
O seriado acompanha a policial Paula, interpretada por Carol Castro, que é internada em uma clínica psiquiátrica misteriosa, após um incidente envolvendo a própria família. Contudo, as circunstâncias da internação se tornam questionáveis, e a vivência da policial vai se tornando cada vez mais perturbadora, levando-a à beira da insanidade.
“Para mim, o terror mais amedrontador é o psicológico, porque todo mundo, em algum momento da vida, depara-se naquela linha entre a loucura e a sanidade, investiga os pântanos da própria mente”, crê Bella Camero, que dá vida à personagem Lúcia, no seriado. “Esse gênero do terror psicológico é o mais interessante de investir. As pessoas se identificam de alguma maneira. A mente, às vezes, pode ser a coisa mais assustadora que temos”, complementa a atriz em entrevista ao Correio.
“É um terror específico, explorado de forma humana, não é fantasma e assombração”, afirma Ravel Cabral, que interpreta o policial Marques. “Todas as personagens carregam um mistério, todas estão envolvidas em uma trama, ninguém está lá de maneira passiva, todos agem em relação ao mistério que envolve essa série”, acrescenta.
Insânia faz um investimento forte em um contexto imersivo no mistério, em manter o espectador preso no enredo obscuro da mente da policial Paula. “Essa é uma daquelas séries que você come. Assiste um episódio atrás do outro, porque precisa saber o que está acontecendo”, aponta Ravel. “A expectativa é que as pessoas se sintam superenvolvidas e intrigadas pelo mistério”, adiciona.
O gênero de terror é uma grande aposta. Pouco explorado no cinema brasileiro e ainda menos nas séries. Por não ser do agrado de todo espectador, o formato tem ganhado força e, com certeza, conquistou também o coração dos atores. “Para mim, foi muito satisfatório, foi incrível. Eu estou muito feliz de fazer um personagem diferente de tudo o que eu já havia feito”, conta Thomas Aquino, intérprete do Capa Preta, figura mais oculta da história.
“É importante ressaltar a importância da produção no gênero. Não dá para gravar um terror em qualquer lugar. A gente filmou em lugares muito inusitados”, explica Rafael Losso, que é responsável por Rafael, o ex-marido da protagonista. Para o ator, eles atingiram o que pretendiam como artistas e também o que planejaram o idealizador Lucas Vivo, o diretor Gustavo Bonafé e os roteiristas Marcelo Slavich, Walter Slavich, Flor Canosa e García Lagos. “Espero que dure por muito tempo. A série tem muito pano para a manga, tem assunto, pode durar por muito mais tempo”, almeja o ator.