Quanto mais vida, melhor! estreia trazendo leveza ao horário das 19h. Ritmo de seriado e casais shippáveis marcaram a primeira semana
Na entrevista de lançamento de Quanto mais vida, melhor!, o autor Mauro Wilson e o diretor Allan Fiterman classificaram a nova novela das 19h como um seriado grande, de 160 capítulos, e como uma comédia romântica.
Passada uma semana da estreia da novela, podemos dizer que esses são realmente o tom de Quanto mais vida, melhor!. O ritmo dos acontecimentos, a rapidez dos diálogos e até a estética lembram os seriados, linguagem a que Mauro está mais do que acostumado ao assinar sucessos como Aline, Tapas e beijos e A grande família, entre outros. Verdade seja dita: por causa da pandemia, a estreia do autor na chamada obra aberta veio como obra fechada, mas isso não tira em nada o mérito dele no que vimos até agora.
Em uma semana já aconteceu o tanto de coisas que esperariam meses no ar nas mãos de alguns outros autores. Isso é ótimo para a faixa das 19h, geralmente mais identificada com esse tipo de linguagem. As vidas de Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage) se entrelaçam de maneira natural, sem reencontros forçados, o que é ótimo. Outra ótima sacada são as aparições da Morte (a exuberante A. Maia) para os protagonistas. Anunciados como novidade, os números musicais, se não atrapalharam, não encantaram ainda. Ao contrário da bem bolada vinheta de abertura.
Quanto mais vida melhor! tem casais prá lá de shippáveis
Comédia romântica que se preze tem casais pelos quais torcemos e nos apaixonamos à primeira vista. E isso Quanto mais vida, melhor! tem de sobra. Alguns até com pessoas repetidas, o que dá um molho a mais à trama. Os jovens Antônio (Matheus Abreu), o Tigrão, e Martina (Agnes Brichta), a Tina, vivem as incertezas de um fofo primeiro amor. Em crise no casamento com Guilherme, Rose (a excelente Bárbara Colen) relembra o romance no passado com Neném e já deixou a gente com a pulga atrás da orelha com relação à paternidade de Tigrão. Já Guilherme tem que enfrentar a concorrência de Murilo (Jaffar Bambirra) na disputa pelo coração de Flávia ー até aqui a moça funciona bem como par dos dois.
Do lado da comédia, Quanto mais vida, melhor! ainda se mostrou um pouco tímida. Uma das apostas é a família de Neném, mas o início da novela não tem sido exatamente feliz para o clã que quase viu o esportista morrer e ainda passa por uma grave crise financeira. Não foi fazendo rir, mas no drama que Elizabeth Savalla se destacou como Nedda, mãe do jogador. A impressão de que esse núcleo repetiria a histriônica família de Tufão em Avenida Brasil. Mas, ainda bem, o caminho seguido parece ser outro e, ator dos grandes, Marcos Caruso já mostrou que está bem longe de Leleco como Osvaldo.
Por enquanto as risadas estão mais concentradas em Deusa (Evelyn Castro) e Odaílson (Thardelly Lima), empregada e motorista da casa de Guilherme; nas trapalhadas dos gêmeos Neco (Carlos Silberg) e Leco (André Silberg); e na fofoqueira Tetê (Zezeh Barbosa), que promete boa dobradinha quando o calvário de Nedda passar.
O elenco de Quanto mais vida, melhor! parece em sintonia com o ritmo trazido por Mauro Wilson. Dos quatro protagonistas, apenas Mateus Solano parecia um pouco over nos primeiros capítulos, mas, quando Guilherme volta da morte, percebemos que é um jeito de pontuar os dois personagens que passam a conviver num só. Entre os coadjuvantes, Elizabeth Savalla e especialmente Bárbara Colen já mostraram que farão jus à escalação. Só não deu para entender a sempre ótima Carol Macedo presa a flashbacks das memórias de Rose. A vilã de Julia Lemmertz teve pouco tempo de tela, mas a atriz já se mostrou à vontade como praticamente uma personagem de história em quadrinhos.
Quanto mais vida, melhor! veio para trazer leveza, entretenimento e esperança a um público que está entre as mortes e riscos do noticiário local e o Jornal nacional. É bem-vinda!