O clone estreia nesta segunda-feira (4/10) no Vale a pena ver de novo trazendo de volta personagens emblemáticos como Jade, Mel e dona Jura
Em 1º de outubro de 2001, o Brasil inteiro ganhava uma passagem de ida para um Marrocos sem fuso horário e onde se falava português. Era a estreia da novela O clone, sucesso de Glória Perez. Pois 20 anos depois, a trama está de volta, desta vez no Vale a pena ver de novo, a partir desta segunda-feira (4/10). Durante uma semana, ela dividirá espaço com as emoções finais de Ti-ti-ti. Esta é a segunda reprise de O clone no Vale a pena ver de novo — a primeira foi há 10 anos. Ela também foi exibida no Viva em 2019 e pode ser vista no catálogo do Globoplay.
O clone tinha quatro eixos que a sustentava: a clonagem de humanos, o islamismo, o vício em drogas e a boemia. A discussão científica aparece quando Diogo (Murilo Benício) morre num acidente de helicóptero, deixando desolado o padrinho dele, o cientista Albieri (Juca de Oliveira).
Sem se ater muito à questão ética, Albieri é tomado pela emoção e começa a desenvolver, a partir do irmão gêmeo de Diogo, Lucas (Murilo Benício), um embrião para cloná-lo. É assim que ele implanta o clone na manicure Deusa (Adriana Lessa), que quer engravidar via inseminação artificial. Dessa forma, “nasce” o clone de Diogo, Leandro (Murilo Benício). Mas nem tudo dá certo e Leandro vem com vontades e desejos bem diferentes dos de Diogo, fora que, claro, é mais novo.
Quando Diogo sofre o acidente, Lucas está no Marrocos de férias, onde conhece Jade (Giovanna Antonelli), brasileira muçulmana que vai para aquele país morar com o tio, Ali (Stênio Garcia), ao ficar órfã. Lucas e Jade logo se apaixonam. Mas Ali não quer nem pensar na hipótese de Jade não cumprir as tradições do islamismo e a promete em casamento a Said (Dalton Vigh).
Ao voltar para o Brasil, Lucas se vê longe do grande amor da vida dele e obrigado pelo pai, Leônidas (Reginaldo Faria), a ocupar o cargo de Diogo nas empresas da família. A namorada de Diogo, Maysa (Daniela Escobar), acaba se aproximando do ex-cunhado e eles, mesmo sem se amar, se casam e têm a filha Mel (Débora Falabella). Eles não dão muita atenção à jovem, que busca consolo na governanta Dalva (Neusa Borges) e nas drogas. A cena em que Mel bebe o perfume da mãe é emblemática. Em alguns momentos, Mel chamava mais a atenção do que Jade e o insosso dilema entre Lucas e Said.
O drama do alcoolismo também aparece em Lobato (Osmar Prado, numa composição muito sensível), amigo de Leônidas e Diogo. Glória Perez é dos autores que gostam de fazer campanhas sociais nas novelas. Nesse caso, depoimentos de ex-viciados e de parentes deles eram intercalados com momentos ficcionais.
É comum que novelas com tantas tramas pesadas tenham um respiro, para o telespectador desanuviar um pouco e se distrair. No caso de O clone, o endereço é o Bar da Jura, comandado pela personagem que marcou a carreira de Solange Couto. Dona de bordões como “não é brinquedo, não!”, ela tem o bar em que vários núcleos da novela se encontram. Atrações como Martinho da Vila passaram por ali e cantaram com o público do bar — e de casa.
O clone ainda trouxe bons momentos para Vera Fischer, Letícia Sabatella, Marcos Frota e Eliane Giardini.
O clone virou uma fábrica de bordões. Confira os principais, alguns repetidos até hoje
Não é brinquedo, não! e Cada mergulho é um flash — Dona Jura (Solange Couto)
“Mulher espetaculosa” e “arder no mármore do inferno” — Núcleo árabe da novela
Insch’Allah! — Kadhija (Carla Diaz)