Mony Gester vai participar de Amor de mãe, com personagem ligada à pandemia de coronavírus, assunto que vai permear a segunda temporada da novela
Para a atriz Mony Gester a realidade, em alguns casos, não pode ser separada da ficção. É o que acontece com a pandemia de coronavírus, que será tratada com força na segunda temporada de Amor de mãe. Mony foi escalada para entrar na novela de Manuela Dias justamente nesse núcleo.
“Nessa volta das gravações, cheia de cuidados e precauções por conta do covid-19, a produção contratou um elenco para apoiar na finalização dessa história tão especial e, assim, fui convocada. Como a pandemia será retratada na novela, todos em cena estão ligados a isso”, conta Mony, em entrevista ao Próximo Capítulo.
A atriz ainda adianta que a autora não poupará emoções nesta reta final da novela, que deve voltar no início de 2021. “A única coisa que posso adiantar é que a novela vai abordar a pandemia e que irão acontecer reviravoltas nas tramas”, afirma, em tom de mistério.
Além da novela, estão nos planos de Mony para o ano que vem levar aos palcos o musical Como é que se diz eu te amo, de Leo Corrêa. Ao lado do namorado, Mitt Yamada, ela e grande elenco viverão personagens cantados por Renato Russo na Legião Urbana.
“É um formato incomum. Santo Cristo, Johnny, Jeremias, Maria Lúcia, Eduardo e Mônica, por exemplo, estão entre esses adolescentes que têm vidas entrelaçadas e estão na jornada para se tornarem adultos. Temas como liberdade, drogas e relações amorosas são discutidos no palco”, explica.
Entrevista// Mony Gester
Como será sua participação em Amor de mãe? Já pode adiantar alguma coisa?
Nessa volta das gravações, cheia de cuidados e precauções por conta do covid-19, a produção contratou um elenco para apoiar na finalização dessa história tão especial e, assim, fui convocada. A única coisa que posso adiantar é que a novela vai abordar a pandemia e que irão acontecer reviravoltas nas tramas. Como a pandemia será retratada na novela, todos em cena estão ligados a isso.
Você precisou sair de Belém para São Paulo para poder viver da sua arte ou foi uma opção? Ainda há mais dificuldades de fazer arte fora do eixo Rio – São Paulo?
A minha arte é vivenciada desde que nasci, nunca me desvinculei dessa necessidade de me expressar, independentemente do lugar que eu esteja e das oportunidades que surgiam. O artista, seja no Norte, seja no eixo, tem sentimentos latentes e, por isso, a arte sobressai onde ele estiver inserido. As dificuldades do fazer artístico são globais, assim como qualquer outra profissão. É claro que num estado onde não se tem a cultura de ir ao teatro, que idolatra tanto artistas de fora de suas fronteiras ainda sem conhecer os que brotaram (e brotam) por lá, as pedras são diferentes. Mas se engana quem acha que em São Paulo ou no Rio tudo simplesmente acontece. São mais oportunidades, mas é preciso maturidade, estudo e dedicação para estar preparado quando elas surgem. Sair de Belém foi um passo importante e necessário para o meu crescimento pessoal e é impossível separar a Mony-pessoa da Mony-artista. Como disse uma vez o cineasta Eduardo Coutinho, “nós somos o que fazemos”. Minha arte é quem eu sou.
A série Squat na Amazônia lança luz sobre a cultura paraense e nortista. O quanto o Brasil ainda precisa de conhecer essa região?
Já conheci gente que claramente subestima o Norte, confunde o Pará com Amapá, que tem um olhar de completo estrangeiro para outras regiões que não a sua. No início, isso me revoltava (risos), depois entendi que, como tudo na vida, de nada adianta se não fizer nada para mudar. Squat na Amazônia é meu primeiro trabalho audiovisual e reflete a realidade desse ofício tão desvalorizado na Amazônia. É uma crítica a esse paradoxo, já que a região brilha na especificidade de danças, músicas, gastronomia, cinema, arquitetura. Fomentar a cultura e produzir com paraenses, retratando as histórias do Norte, e levar para outras regiões é um bom caminho para transformar esse cenário.
Você estará no filme Eu, Nirvana. O que pode dizer sobre o longa?
Eu, Nirvana foi filmado em Belém e é do mesmo diretor de Squat, Roger Elarrat. O longa fala sobre o reencontro e transformação da vida por meio de tragédias, um tema tão universal quanto a pandemia que estamos vivendo. Eu interpreto Sandra, uma médica, iniciando a jornada na residência e descobrindo os prazeres desse chamado e as dificuldades de se colocar no mercado. Ela é uma personagem muito especial para mim por vários motivos. Além de filmar perto da minha família depois de já estar morando em São Paulo, me ajudou a iniciar o processo de desconstrução de padrão de imagem, tão necessário para ser quem sou hoje.
Ao lado do seu namorado, Mitt Yamada, e de amigos, você fundou a Filomena Produções. Qual é o principal foco da empresa?
A Filomena Produções foi pensada a partir da necessidade de criar oportunidades no meio independente artístico e cultural. Como eu disse antes, é preciso estudo e dedicação para estar preparado para as oportunidades que surgem, mas muitas vezes também é preciso criá-las. Sou uma artista inquieta, estou sempre em busca de novos projetos, cursos, experimentações. A produtora veio dessa inquietude.
Vocês vão fazer um musical com canções de Renato Russo. As letras dele ainda estão atuais, mesmo tendo sido compostas há décadas?
As músicas da Legião são atemporais. As letras revelam a realidade e criticam com poesia. É uma honra estar nesse projeto e em tudo o que ele representa, principalmente em tempos de tantas incertezas e redescoberta de prioridades.
Como será o musical? Será centrado em alguma fase específica da carreira dele?
O musical Como é que se diz eu te amo, de Leo Corrêa, não aborda a vida do cantor e nem da banda em si, mas se concentra em histórias baseadas nas músicas. É um formato incomum. Santo Cristo, Johnny, Jeremias, Maria Lúcia, Eduardo e Mônica, por exemplo, estão entre esses adolescentes que têm vidas entrelaçadas e estão na jornada para se tornarem adultos. Temas como liberdade, drogas e relações amorosas são discutidos no palco.