Atriz Maria Gal simboliza a típica mulher brasileira em As aventuras de Poliana
O trabalho da atriz e produtora baiana Maria Gal sempre perpassou a representatividade. Então, não seria diferente com o papel em As aventuras de Poliana, no SBT. A artista vive desde 2018 a personagem Gleyce, uma mulher tipicamente brasileira, guerreira e que corre atrás dos objetivos.
Na nova fase da novela, que se chamará As aventuras de Poliana moça, o espectador conhecerá outra faceta de Gleyce: a de universitária. “O público pode esperar uma Gleyce muito mais empoderada nessa segunda fase. No final da primeira temporada, ela entrou na faculdade de administração. E abordar esse tema é muito importante hoje. Se lembrarmos que, segundo IBGE de 2019, pela primeira vez negros são maioria nas universidades públicas devido às políticas de ações afirmativas como as cotas, por exemplo, Gleyce representa, também, esses estudantes”, afirma.
Em entrevista ao Correio, a atriz falou sobre a evolução da personagem, tanto na narrativa quanto no visual, do período de isolamento e da importância da representatividade negra na telinha. Confira!
Entrevista // Maria Gal
Sucesso no SBT, As aventuras de Poliana ganhará uma segunda fase. O que podemos esperar de As aventuras de Poliana Moça?
O público pode esperar uma Gleyce muito mais empoderada nessa segunda fase. No final da primeira temporada, ela entrou na faculdade de administração. Então, no decorrer da trajetória da Gleyce, até por conta também dessa conquista, ela vai ganhando ainda mais confiança em si. E abordar esse tema é muito importante hoje. Se lembrarmos que, segundo, IBGE de 2019, pela primeira vez negros são maioria nas universidades públicas devido às políticas de ações afirmativas como as cotas, por exemplo, Gleyce representa também esses estudantes. E também a mulher, negra, mãe de família, que em determinado momento de vida percebe que pode fazer uma faculdade.
Qual é a importância dessa evolução da personagem na nova temporada?
Vejo o crescimento da personagem como necessário e muito atual, pois mostra como a mulher pode, em qualquer fase da vida, se reinventar. A Gleyce, mesmo com filhos adolescentes, arregaçou as mangas e foi atrás dos sonhos, sempre com o intuito de dar uma vida melhor para eles. Tenho certeza que se olharmos para o lado, vamos nos deparar com uma Gleyce da vida real. Só tenho a agradecer a oportunidade de interpretá-la.
Sua personagem é uma das que vão passar por uma transformação no visual. Como foi, para você, essa mudança?
Foi uma mudança muito autêntica, na verdade. Com o autoempoderamento da Gleyce, é mais que natural que ela se aprofunde nas suas raízes. Então, optamos por ela usar o cabelo twist, que é um penteado antigo, muito conhecido e usado nas comunidades negras, para modelar e criar diferentes estilos nos cabelos crespos e cacheados. É uma variação das tranças, que são feitas em três mechas e o twist propõe a versão em duas mechas.
Você fez um post nas redes sociais falando exatamente do cabelo twist. Qual é a importância de valorizar o cabelo negro por meio da sua personagem?
Pela representatividade, sem dúvida. O cabelo é muito importante para nós, mulheres, de um modo geral. Ele fala muito sobre cada uma de nós. E, até bem pouco tempo não tínhamos referência sobre cabelo afro na tevê, no cinema, na publicidade… E agora a minha personagem usando twist é uma forma de uma grande parcela população se identificar. E, com as redes sociais, o resultado é imediato. Assim que postamos uma foto da família Soares com cabelos trançados na nova fase, já recebi fotos de famílias que também usam o cabelo com tranças.
Diante da pandemia de coronavírus, a novela teve as filmagens suspensas, como tantas outras. Como você tem lidado com esse período em casa?
Estou aproveitando para ficar com minha família, em Salvador. Cheguei aqui pouco antes da quarentena, voltaria para gravar e fomos surpreendidos pela pandemia. O SBT, assim como outras empresas, decidiu por adiar as gravações. Essa decisão só reforça o senso de família que eles têm: é um momento delicado e precisamos cuidar uns dos outros, mas certamente sairemos dessa muito mais fortalecidos e com senso do quanto fazemos parte do todo.
Sei que estamos em um momento de isolamento, mas você estava com outros projetos paralelos à novela?
Pois é, estou sim. Desde o fim do ano passado assino uma coluna na Vogue Gente, em que falo sobre representatividade, feminismo e atualidades. Estou amando escrever! Além disso, sou repórter do Fofocalizando.