O espetáculo é protagonizado pela brasiliense Fernanda Jacob, que divide o papel da sambista Dona Ivone Lara no musical com Heloisa Jorge e Dandara Mariana
Lançado em dezembro de 2018 no palco do Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, o espetáculo musical Dona Ivone Lara — Um sorriso negro, do produtor Jô Santana e do diretor Elisio Lopes Jr., será exibido pela primeira vez na televisão a partir desta quinta-feira (21/11) na TV Brasil. Por ser uma montagem longa, de três horas, o canal vai transmitir a produção em duas partes na programação chamada Um abraço negro, que se estende até sexta-feira (22).
A primeira parte será exibida nesta quinta-feira a partir das 21h30 e é composta por três blocos. Nela, o destaque maior é para Heloisa Jorge, que vive desde a fase de Dona Ivone Lara como assistente social em um hospital carioca até os primeiros passos como compositora de sambas-enredo da agremiação Prazer da Serrinha. Também é nessa fase que Dandara Mariana dá sua interpretação da rainha do samba em sua juventude, com o cavaquinho que a iniciou no mundo sambista.
Por ser uma fase mais inicial, a primeira parte se destrincha na história de vida de Dona Ivone Lara antes de se tornar uma conhecida intérprete e dos desafios que ela precisou enfrentar, como o machismo da época e o preconceito racial. Ainda na primeira parte, o espetáculo tem mais uma troca de atriz para assumir o papel de Dona Ivone. No bloco 3, é a vez da brasiliense Fernanda Jacob dar vida à sambista e mostrar o envolvimento dela agora com o Império Serrano.
Na parte de 1, destaque para as interpretações dos clássicos de Dona Ivone Lara como Nasci pra sonhar e cantar, Menino 47, Não me perguntes e Acreditar.
A segunda parte será exibida na sexta-feira às 21h30. Ela também conta com três blocos. Neles, quem rouba a cena é Fernanda Jacob. A brasiliense conduz o restante do musical, que mostra a inserção de Dona Ivone Lara no cenário musical e os muitos problemas sofridos por ela no âmbito familiar.
Por isso, cabe a Fernanda se dividir entre interpretações alegres, com muitas canções emblemáticas como Tiê, Mas quem disse que eu me esqueço e Candeeiro de vovó, até momentos mais dramáticos, como a doença do filho, a morte de Silas (principal companheiro na composição antes de Délcio) e também do marido Oscar. A sequência final ainda dá espaço para que o público celebre outros dois nomes do samba: Clementina de Jesus e Elizeth Cardoso.
Dona Ivone Lara — Um sorriso negro ficou em cartaz no Rio de Janeiro e mais recentemente em São Paulo. A expectativa é de que, em 2020, o espetáculo possa desembarcar em Salvador e em Belo Horizonte. Também há convites para Paris e Lisboa. Por enquanto, uma encenação em Brasília ainda é um sonho da equipe.