Quando bem utilizados personagens preconceituosos movimentam ー e bem ー as novelas. É o caso de Segundo sol. O autor João Emanuel Carneiro lança mão desse expediente para discutir homossexualidade, empoderamento feminino, racismo e preconceito contra as prostitutas, por exemplo.
Esta semana a policial Maura (Nanda Costa) surpreendeu o parceiro Ionan (Armando Babaioff) com a revelação de que é lésbica. “Eu gosto é de mulher”, disse Maura ao explicar a Ionan porque a esposa dele, Doralice (Roberta Rodrigues), não tem que ter ciúmes dela. Está previsto que Maura faça a mesma revelação a Doralice para que ela deixe Ionan em paz.
Um dos maiores medos de Maura na trama é que os pais dela, Agenor (Roberto Bonfim) e Nice (Kaelzy Ecard), descubram que ela é lésbica. Na família, a irmã dela, Rosa (Letícia Colin), sabe do segredo e concorda que, preconceituosos, os pais não reagiriam bem ao romance entre Maura e Selma (Carol Fazu).
Aliás, Agenor é um dos personagens mais preconceituosos de Segundo sol. Ele é contra Nice trabalhar fora e não aceita a ajuda financeira das filhas porque elas são mulheres. Recentemente, ele destruiu o sonho de Nice quando descobriu que ela estava fazendo marmitas para fora para complementar o orçamento da família. Agora, Nice conta com a ajuda das filhas e de Selma para continuar cozinhando escondida do marido e usando o nome de Rosa como codinome.
O núcleo dessa família parece não ter muita sorte: os principais preconceitos de Segundo sol estão, de alguma forma, ali. Rosa trabalha como prostituta na casa comandada pela cafetina Laureta (Adriana Esteves) e namora ー pelo menos por enquanto ー Valentim (Danilo Mesquita).
Quando ela foi conhecer a família do rapaz, Ionan, que é tio dele, reconheceu a moça de uma batida policial na casa de Laureta e alertou o pai dele, Beto/Miguel (Emílio Dantas). Mas o cantor já sabia da informação e ー exemplo de civilidade ー não ligou muito para isso, alegando que o importante era a felicidade do casal de jovens. Mas Ionan não se aguentou e contou a profissão de Rosa para os pais, Dodô (José de Abreu) e Naná (Arlete Salles). Os patriarcas dos Falcão não seguraram a onda e fizeram um escândalo que poderá abalar o relacionamento de Valentim e Rosa.
O racismo e o preconceito social andam juntos em Segundo sol e giram em torno de Roberval (Fabrício Boliveira). O rapaz, ainda na primeira fase da novela, era revoltado por ser filho da empregada e ter que conviver com a desigualdade social, exposta na mansão onde a mãe, Zefa (Claudia Di Moura), era cozinheira e ele, motorista. Não era raro o patrão dele, Severo (Odilon Wagner) o humilhar ー até que Roberval descobriu que é filho de Severo e somiu no mundo. Ele tenta levar Zefa junto, mas ela não deixa a família de Severo.
Na segunda fase, Roberval reaparece rico e disposto a se vingar de Severo ー e de Zefa ー a todo custo. Para ele, o preconceito sofrido na juventude é responsável por muito sofrimento, que ele faz questão de devolver para o patrão.
É nessa toada que Segundo sol vai, num ritmo ágil incomum para as novelas, colocando assuntos urgentes na ordem do dia das conversas brasileiras. Além disso, os embates acabam evitando que a trama caia na armadilha do marasmo de um triângulo amoroso.
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