Amor de mãe e Bom Sucesso lideram lista de boas novelas que iniciam 2020 no ar. Confira!
Depois da tempestade sempre vem a bonança, costumam dizer os otimistas. Então que venha 2020! No campo das novelas, o ano começa com tudo. Das atuais tramas, duas são muito boas (Amor de mãe e Bom Sucesso, ambas da Globo), duas têm falhas, mas sem que as comprometam (Amor sem igual, da Record, e Éramos seis, da Globo) e apenas uma parece caso perdido (Malhação – Toda forma de amar, da Globo).
Até entre as reprises há destaques. Na sessão Vale a pena ver de novo, a Globo exibe um clássico moderno, a antológica Avenida Brasil (2012). Mesmo com uma edição que vem tirando um pouco do “peso” da trama de João Emanuel Carneiro, a audiência vem reagindo bem. No Viva, há dois destaques: Cabocla (2004), de Benedito Ruy Barbosa, e O clone (2001), de Glória Perez.
Veja os destaques das novelas que estão no ar!
As excelentes
Bom Sucesso – Já dissemos aqui que Bom Sucesso é a melhor novela em cartaz. Motivos não faltam para que continuemos com essa opinião. A trama de Paulo Halm e Rosane Svartman chega à reta final sem a famosa “barriga”, fase em que as novelas costumam estacionar, sem que os conflitos andem. A temática da morte foi tratada com uma delicadeza ímpar, com texto lírico, assim como a interlocução com a literatura, ponto fortíssimo de Bom Sucesso.
O elenco é de tirar o chapéu: Antonio Fagundes está ótimo como Alberto, Grazi Massafera finalmente emplacou uma mocinha e David Junior cresceu no decorrer da novela. O time de coadjuvantes não fica atrás: Fabíula Nascimento e Armando Babaioff não perdem uma chance de brilhar.
Amor de mãe – A novela começou com a promessa de ser diferente das antecessoras O sétimo guardião e A dona do pedaço. E cumpriu. O roteiro de Manuela Dias flerta e muito com a minissérie Justiça, primeiro sucesso dela na televisão. As vidas das protagonistas Thelma (Adriana Esteves), Vitória (Taís Araújo) e Lurdes (Regina Casé) se entrelaçam a cada capítulo. Tudo à base da emoção, até agora sem ser piegas.
Aliás, a construção do personagens ー não só das três ー é o grande trunfo de Amor de mãe. Muito se falou da ausência de vilões e mocinhos na trama. A questão é que, ali não tem muito espaço para maniqueísmos, ー todos erram e (quase) todos acertam em algum ponto. Tudo isso embalado por interpretações vigorosas e uma trilha sonora de tirar o fôlego.
As boas
Éramos seis – Sem nenhuma novidade Gloria Pires domina a cena de Éramos seis. Ela é a verdadeira dona da novela de Ângela Chaves. Dona Lola já era absoluta nas outras versões da novela. O problema é que Gloria brilha quase sozinha, especialmente depois da partida de Julio (Antonio Calloni). Maria Eduarda (Olga), Eduardo Sterblitch (Zeca) e, mais recentemente, Carol Macedo (Inês), estão bem também. É pouco para um elenco que tem, entre outros, Susana Vieira e Cassio Gabus Mendes.
Não bastasse isso, a trama de Éramos seis se arrasta neste momento. Chegou à famosa barriga que não atingiu Bom Sucesso. Parece que está começando a acordar novamente, o que é bom sinal.
Amor sem igual – A ousadia de Amor sem igual começa na escolha do tema: as dificuldades da prostituta Poderosa (Day Mesquita). Ela vive um grande amor ao lado de Miguel (Rafael Sardão) e enfrenta preconceito pela profissão dela. O tema é interessante e o texto de Cristianne Fridman é convincente, mas as atuações ainda estão fora do tom. Parece que Amor sem igual ainda está na volta de apresentação, apesar de cenas de ação recorrentes.
Se a ousadia é um dos pontos positivos da novela, ele é também um dos maiores problemas. Isso porque a trama da Record parece não assumir a ideia de mostrar sem pudor o universo da prostituição, como acontece em séries como Me chama de Bruna e O negócio. Mas, a tirar pelo sucesso da antecessora Topíssima, a emissora teve um sinal de que o público quer ir além das novelas bíblicas. Falta ajustar um ponto aqui, outro ali e comemorar.
A ruim
Malhação – Toda forma de amar – O autor Emanuel Jacobina é uma espécie de pai do projeto Malhação, sendo autor de várias temporadas. Desta vez, em Toda forma de amar, ele se centrou em duas espinhas dorsais. A primeira envolve o crime presenciado por Rita (Alanis Guillen), Jaqueline (Gabz), Anjinha (Caroline Dallarosa), Felipe (Pedro Novaes) e Guga (Pedro Alves), trama completamente esquecida. A outra é uma pendenga sem fim que envolve a guarda de Nina, filha roubada de Rita adotada por Lígia (Paloma Duarte).
Algumas tramas paralelas, como o namoro de Guga e Serginho (João Pedro Oliveira), e discussões racistas envolvendo Jaqueline tentaram segurar o rojão, mas não deu. Com mais interpretações frágeis do que as habituais promessas, Malhação – Toda forma de amar patina a cada capítulo e ainda deve durar até abril, ficando um ano no ar. Tempo demais até para Jacobina.