O juiz federal William Douglas, considerado um “guru” em concursos públicos e o maior autor de best-sellers sobre o assunto no Brasil, concedeu entrevista ao CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília —, nesta quarta-feira (1º/7), em que disse que, apesar de já ter passado em primeiro lugar em vários concursos, ele reprovou em muitos outros mais e deu dicas para os candidatos conseguirem ser servidor assim como ele. Além disso, ele ainda revelou qual o melhor concurso e ensinou uma técnica que pode ajudar a evitar o famoso e terrível ‘branco’ na hora das provas. Confira:
”Costumo dizer, a frase não é minha, mas eu a popularizei, ‘concurso não se faz para passar, mas até passar’ e ‘a dor é temporária, mas o cargo é para sempre’. Todo mundo que não desistir vai passar. Então para passar, o sujeito tem que tá vivo, o que é cada vez mais um desafio, não pode desistir e tem que fazer melhora. Tem que ser teimoso, perseverar e evoluir, e não serve só para concurso, mas para tudo. Se você não consegue o resultado tem que ver onde tem que melhorar, tentar de novo e melhor. Tem que estudar muita coisa, mas saber estudar, porque tem muita gente que estuda e na hora da prova tem branco, aí coloca o pé na rua logo após fazer a prova e lembra tudo, isso porque o ser humano quando está em estado de medo e pavor ele desliga o acesso ao raciocínio, à memória e age instintivamente. Então tem muito concurseiro que tem medo da prova, é um bicho papão, vai passar vergonha, será reprovado e como se explicará para família, então ele vê isso como uma ameaça e quando chega na prova ele trava. Tem várias técnicas para superar isso. Uma delas é fechar os olhos e imaginar que está levantando e saindo e imaginariamente quando ele colocar o pé na rua provavelmente o cérebro vai entender que ele tá na rua, porque não consegue distinguir, e aí ele vai lembrar da matéria.”
”É sempre importante dizer que fui reprovado em vários concursos, cheguei a desistir e falei que não aguentava mais, estou fora e vou cuidar das fazendas da minha mãe da metalúrgica de papai, que é um plano que teria dado certo se mamãe tivesse alguma fazenda e o papai alguma metalúrgica. Não tinham. Então se eu continuei no concurso porque era a única coisa que eu via como uma oportunidade de achar o meu lugar ao sol. Concurso para mim foi o ideal, mas também foi ter dinheiro para comprar meu carro, mandar flores para namorada. E eu não desisti porque não tinha para onde ir. Aí eu aprendi. Fui mais vezes reprovado do que aprovado. Sempre falo que você não precisa ser aprovado 30 vezes, basta uma vez para resolver seu problema. Então, se você continuar, aprender, não morrer, não desistir e fizer melhora a sua hora chega.
Tem que aprender a se organizar, a organizar a sua vida; aprender a estudar, com técnicas de estudo; e aprender a fazer prova, cuidar do lado emocional e, depois que ele passar, aprender a fazer bem o seu serviço, porque quando você passa você está começando o resto da sua vida, não colocar o paletó na cadeira e ir para praia, ele tem que produzir.”
”Vale a pena fazer concursos que não sejam mais ‘famosos’, para o sujeito o concurso municipal é melhor para ele porque não vai sair de perto de caso e tem bons salários, as vantagens materiais do concurso que são legítimas, e a vantagem de servir. Vai ter concurso, você precisa de polícia na rua, por exemplo. De um jeito ou de outro vai ter concurso, vale a pena, e o melhor concurso é o que tá aberto, que você pode fazer, e não existe concurso difícil, existe concurso para o qual você se preparou e concurso que você ainda não se preparou suficiente.”
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