Camila Costa, do Correio Braziliense – Em tempos de crise, recessão e desemprego, um caminho tem atraído: o coaching. A promessa de potencialização do repertório individual de competências para chegar ao tão sonhado plano de vida encanta. Entram na lista a conquista do autoconhecimento e a eliminação da palavra fracasso. De fato, a promessa instiga, ainda que, para muitos, pareça uma solução demasiadamente fácil, a ponto de gerar desconfiança. Só no Distrito Federal (DF), a Sociedade Brasileira de Coaching (SBC) registrou um aumento de 65,05% nos treinamentos, nos últimos três anos.
O poder de atração desse mercado é tanto que fez a Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis), responsável por um método próprio chamado Coaching Integral Sistêmico (CIS), investir R$ 600 mil em um centro, na Asa Norte, que será inaugurado hoje. De maneira geral, a mensagem do coaching é clara. Há coisas na vida que se tenta alcançar, mas não consegue. Um emprego, um cargo, um salário, o corpo ideal. Muitos são os obstáculos que atrapalham. Alguns, racionais. Boa parte está ligada ao campo das emoções, dos sentimentos. Traumas e questões mal resolvidas no passado podem, de acordo com algumas metodologias coaching, atrapalhar o desenvolvimento de determinadas ações do presente. Porém, estão no subconsciente. E um dos principais pontos do coaching é promover perguntas para que essas barreiras inconscientes apareçam e sejam derrubadas.
Segundo a SBC, o crescimento do negócio nos últimos anos foi de 30% no país. Ao longo de 17 anos de existência, foram certificados mais de 25 mil coaches. Ao mesmo tempo que atrai para as questões pessoais, direciona para um lado mais rentável. Com base na tabela de preços da Sociedade, uma sessão custa, em média, R$ 600. Em Brasília, é possível achar consultorias por R$ 250, R$ 300. Mas podem chegar a cifras muito maiores, como R$ 2 mil por uma hora e meia de sessão.
As consultorias são uma demanda, inclusive, que vem também das grandes empresas, do governo, de políticos, tribunais. Mari Lannes é representante da SBC em Brasília e entrou para o mundo do coaching há 10 anos. O crescimento, segundo ela, tem surpreendido. Hoje, Mari tem mais de 30 clientes expressivos na cartela de atendimentos. “Quando você tem uma carreira e quer deslanchar, muitas vezes, o que você aprendeu na escola não é suficiente para desenvolver a performance. Precisa de algo que você também não sabe. O coaching ajuda a desenvolver um plano para que alcance. E esse momento de crise é muito propício para o coaching. Muitas pessoas precisam se recolocar no mercado e na vida”, justifica Mari.
De acordo com a Febracis, o investimento em Brasília foi planejado por conta do potencial da cidade e a busca dos brasilienses por capacitação pessoal e por conhecimento. A federação já atuava em Brasília, mas em um espaço cerca de 10 vezes menor do que a nova obra. O Centro Conceito de Coaching de Brasília tem 600m² e tem auditório, sala de treinamento, salas de atendimento individuais, cafeteria, livraria e museu do coaching. “Nós temos dobrado a empresa de ano a ano. A gente vê com muita clareza os resultados. Todo mês, formamos 2 mil alunos em algum lugar do Brasil”, afirma Paulo Vieira, Master Trainer Internacional em Coaching e presidente da Febracis, que vai autografar o best-seller O poder da ação, há mais de 30 semanas nos rankings dos livros mais vendidos.
Viviane Silva dos Santos, 26 anos, estudava há três anos para concurso. A meta de vida era ser servidora pública. Ou melhor, era o que ela pensava ser sua vontade. “Uma amiga me indicou, orientou um voltado para concursos. Mas comecei a ver que não era o que queria. Estava indo por um caminho só porque é por onde todos vão aqui em Brasília. E foi mexendo comigo. Larguei a ideia de concurso e, hoje, estou terminando meu curso para ser coach”, revela a estudante. Viviane vai se especializar em coaching de emagrecimento. “Já foi comprovado que a maior causa da obesidade é não ter percepção dos sentimentos e das vontades. Muitas coisas ficam no inconsciente, aparecem as compulsões e a pessoa nem sabe que é um refúgio”, explica.Tem como passar por todo esse processo em dois meses e meio, com encontros uma vez por semana, com duração de duas horas. Márcio Micheli, 40, é mentor da metodologia focada, também, no passado.
“Percebi que muitas pessoas, quando sabem o que querem, não alcançam porque existem problemas no passado que a impedem de entrar em ação. Mas não é uma terapia. A gente ressignifica o passado para a pessoa não ficar mais presa”, explica. Márcio é especialista em inteligência emocional e trabalha com coaching voltado para concursos, e para mulheres e homens, separadamente. “É possível entender coisas que antes não entendia e achava que não eram importantes. Torna o esforço menor e o resultado, maior”, afirma Márcio, ao descrever por que tanta gente tem procurado o método.
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