Rosana Hessel – O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, avalia que a reforma administrativa dará trabalho para o próximo governo, pois mudará toda a estrutura atual. “A reforma administrativa é tão difícil quanto a reforma da Previdência”, resumiu ministro, nesta quinta-feira (13/12), durante café da manhã com jornalistas. Ele contou que algumas ideias para o modelo foram passadas para a nova equipe econômica e incluem mudanças na estrutura de carreiras e nos processos de avaliação dos servidores.
Segundo o ministro, que fará parte da nova equipe econômica, uma das propostas apresentadas por ele ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, é reduzir o número de carreiras de 309 para “algo inferior a 20”. “A ideia é criar novas carreiras com o salário de entrada próximo ao que a iniciativa privada paga, algo em torno de R$ 5 mil”, disse ele, lembrando que, o teto hoje em torno R$ 25 mil, só será atingido pelos servidores que tiverem os melhores desempenhos. “A ideia é que se remunere o bom gestor melhor que os demais. O grosso dos servidores terá um salário bem mais baixo”, explicou.
Outra proposta é instituir processos de avaliação de desempenho de servidores, como está previsto na Constituição. Além disso, a garantia de empregabilidade durante o estágio probatório dependerá de uma avaliação mais criteriosa.“Estamos pensando em alterar a metodologia durante o estágio probatório para que os melhores se destaquem. Esse estágio não garante que quem passou no concurso será servidor público ”, explicou ele, propondo mudança no costume atual de que o estágio não faz a peneira necessária entre quem passou no concurso e quem pode prestar o serviço público com mais qualidade. “O estágio perdeu a capacidade de avaliar e a mudança pode incentivar a pessoa a melhorar o desempenho e se engaje melhor. Mas isso são ideias que precisam ser encampadas pelo novo governo”, explicou.
O secretário executivo do Planejamento, Gleisson Rubin, reforçou que o processo de digitalização dos serviços será intensificado no próximo governo. Ele revelou que a digitalização de 30 processos gerou uma economia de R$ 600 milhões. “Temos uma jornada de mais de 1.740 processos com potencial de gerar uma economia de centenas de bilhões reais para o Brasil”, disse. Segundo Rubin, atualmente, a digitalização está em 100 processos por ano. Se mantivermos esse ritmo, levaremos 10 anos. “Nossa expectativa é reduzir atingir esse processo em dois a três anos”, afirmou.
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