Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Cerca de 50 candidatos inscritos no concurso para fuzileiro naval da Marinha do Brasil, cujas provas foram aplicadas ontem (25) pela manhã, na capital fluminense, não conseguiram fazer o exame devido aos atrasos provocados pelo descarrilamento do vagão de um trem do ramal de Japeri com destino à Central do Brasil, ao chegar à plataforma da Estação Madureira.
A prova ocorreu no Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), na zona norte do Rio. De acordo com o edital, os portões de acesso aos candidatos foram abertos às 7h30 e fechados às 9h. O estudante carioca Alexander Oliveira da Silva, de 21 anos, morador de Realengo, na zona oeste, diz ter chegado ao estádio com cinco minutos de atraso, devido ao atraso do trem. Ele alega não ter conseguido entrar porque os portões foram fechados pela Marinha no horário previsto.
“Me sinto ridicularizado, um palhaço. Eu acordei cedo, me preparei durante o ano, perdi noites de sono. Ocupei esse tempo para me focar nos estudos, para chegar agora e não ter nada. Isso aqui é nossa vida”, disse o estudante.
Segundo Alexander, havia, entre os candidatos, jovens de diversos bairros do Rio, como Japeri, Santa Cruz, e dos municípios de Mesquita, Nova Iguaçu, Xerém, Maricá e Araruama. Houve também um candidato que veio de Minas Gerais exclusivamente para realizar a prova. Esses candidatos, que vieram de outras regiões, desceram na Estação Central do Brasil para seguir a outra parte do trajeto de trem.
No edital do concurso, a Marinha solicitava aos candidatos que dessem preferência aos transportes públicos, porque o entorno do Engenhão está em obras.
Os candidatos prestaram queixa na Ouvidoria da Supervia, concessionária que administra os trens no Grande Rio e entraram com recurso no Ministério Público do estado e na Defensoria Pública. “Estamos revoltados. Alguns estavam chorando e outros estavam muito nervosos. Eu quero uma resposta. Me sinto lesado com o ocorrido. Não só eu, mas todos que estão aqui”, acrescentou o estudante.
Em nota, a Supervia informou que, após o acidente, ocorrido por volta das 7h, o trajeto não foi interrompido, devido a um sistema de trilhos alternativos. A concessionária alega que nos ramais de Japeri, Santa Cruz e Deodoro foram registrados atrasos de 20 minutos, porém usuários dizem que o tempo de espera nas estações ultrapassou uma hora.
A concessionária disse que uma comissão interna vai averiguar as causas do descarrilamento. O laudo deverá ser concluído em até 30 dias. Em nota, a Supervia informa que os passageiros que se sentiram prejudicados por atrasos na circulação dos trens, registrados nesta manhã, devem entrar em contato com Central de Atendimento ao Cliente, que funciona na Estação Central do Brasil e na Estação Deodoro.
Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 16 pessoas sofreram ferimentos leves em decorrência do acidente.
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