Mudanças em Velocidade Exponencial!
Em sua obra: “Homo Deus”, o autor Yuval Noah Harari sinaliza que o estágio tecnológico atual, alcança velocidade exponencial, irrefreável. As mudanças em curso, alcançam todos os setores da Vida humana, desde a forma de produzir, distribuir e consumir alimentos (leia a série: “O Futuro Fértil da Alimentação” neste mesmo Blog), como a mobilidade impactada pelos veículos autônomos, a revolução genética, a utilização de novos materiais (especialmente os bidimensionais), a transformação radical nos modelos de ensino-aprendizagem, as novas profissões, a conectividade global, os cuidados e tratamentos da Saúde, a geração e distribuição de energia, entre outros campos da existência. Há muito se prevê a presença intensiva de robôs entre nós e tal possibilidade desperta inclusive, a preocupação de uma eventual substituição da mão de obra humana por estes androides que estamos projetando e utilizando cada vez mais.
Neste contexto, celebrar o Centenário de Nascimento de um dos maiores escritores de ficção científica que antecipou o surgimento de diversas tecnologias como Telas que transmitiriam mensagens, Hologramas, TVs, Celulares, Microondas etc, o Cientista e Escritor, Isaac Azimov é muito importante (assista a “Live Disruptiva do Illuminante“, com o Professor Salustiano Fagundes. Tema: “O Alvorecer dos Robôs”: https://lnkd.in/e_fTtZw).
Azimov, considerado um gênio nascido na Rússia, de origem judaica, naturalizado norte-americano, seu legado soma aproximadamente 500 livros e uma imensa influência nas produções de ficção científica e no pensamento dos atuais protagonistas do segmento tecnológico mundial. Sua Trilogia, intitulada: “Fundação” obteve o Prêmio Hugo na categoria: “Melhor Série de Todos os Tempos”, jamais concedido a qualquer outra obra literária. Por quê trazer o gênio da ficção científica para o tema da Robótica? Pelo fato de que Asimov foi o primeiro escritor a utilizar a palavra “Robô”, originária da língua Tcheka, que significa: “Trabalhador”. Em sua Obra: “Eu Robô”, resultante de 9 Contos, ele descreveu: “As Leis dos Robôs” (seria portanto, As Leis dos Tabalhadores Andrógenos), conforme segue: Primeira Lei: “Um Robô não pode ferir um Ser Humano ou por inação permitir que um Ser Humano sofra algum mal; Segunda Lei: “Um Robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por Seres Humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei; Terceira Lei: “Um Robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis; Lei Zero: “Acima de todas as outras, um Robô não pode causar mal à humanidade ou por omissão permitir que a humanidade sofra algum mal.
Com base nestas Leis e numa visão absolutamente otimista que o diferenciou sempre dos autores mais catastróficos, a visão de Asimov sempre indicou que a relação homem-máquina se justificasse em torno da facilitação material por parte dos Robôs no atendimento das necessidades humanas, reduzindo-lhes a necessidade de aplicação da força física ou das soluções do espectro biológico no que se refere as limitações dos 5 sentidos humanos. A Inteligência pode, por exemplo, contribuir com a Vida Humana através daquilo que os japoneses batizaram de “BioChip de Frescor”, um sensor, inserido no formato de uma etiqueta que colocada na embalagem de um peixe, altera a cor quando este entra em estado de deterioração, evitando que seja comercializado um alimento não apropriado para o consumo humano. Uma espécie de nariz biônico. O Desenvolvimento científico e tecnológico dos robôs, igualmente se projetam no atendimento de variadas necessidades através do que se batizou de “Manufatura Aditiva – Indústria 4.0”. Vamos compreender melhor isso, suas aplicações e implicações.
Sexo com Robôs
A Sexóloga Marianne Brandon, causou alvoroço no último Websummit (Lisboa) em 2019, ao abordar que o futuro da intimidade humana poderá incluir robôs. Apresentou inúmeras iniciativas avançadas de mecanismos já utilizados e o horizonte de 50 anos para que os Robôs sejam parceiros habituais dos humanos em suas práticas sexuais. Inúmeros debates suscitados apontaram para os riscos, desde o acesso dos menores de idade, aos chamados triângulos amorosos e artificialidade, banalidade do sentimento mais sublime de uma relação, “o amor”. Mesmos sensível a cada questão pontuada, Marianne apontou que esta tendência vem mesmo para ficar e que pessoas com dificuldades fisiológicas ou psicológicas por exemplo, tenderão a ser beneficiadas. Entre outras questões bastante polêmicas, engraçadas e para muitos, constrangedora. Analisando tecnicamente, se um sistema autônomo é capaz de atender comando de voz, analisar padrões de movimentos como no caso dos braços robóticos na indústria automobilística, utilizar de biosensores para identificar alterações de pulsação etc isso significa que tenderá a proporcionar trocas sob medida para cada usuário e isso é mesmo em duplo sentido, “Uma Loucura”.
Robótica Industrial
Numa corrida pela competitividade global de Poder, as Nações Líderes, observaram o crescimento espantoso e acelerado da China. Este País viveu diferentes ondas de sua Globalização na última década saindo de uma economia agrária para o status de liderança tecnológica em poucas décadas. Não é por acaso que a Alemanha e outros países europeus, acompanhados pelo Japão, Coréia e EUA, apressaram-se em fomentar no mundo, a chamada Indústria 4.0, onde as Manufaturas Aditivas baseadas em sofisticada automação. Diuturnamente, são criadas soluções robóticas voltadas à industrialização em larga escala, competindo assim, com o então diferencial competitivo chinês, a mão de obra barata, cuja escala, supera 1 bilhão de trabalhadores. Mais Automação, sendo utilizada globalmente, menores custos dos equipamentos, maior escala produtiva e uma equiparação na competição global com os chineses. Ou seja, a palavra de ordem é: “Automação”. Prédios sendo impressos em Impressoras 3 D, Navios e pequenas embarcações marítimas, impressos pela Marinha norte-americana, Carros, Mobiliários e tudo quanto se possa imaginar, até mesmo alimentos, sendo literalmemte, “impressos”, em substituição aos modelos tradicionais e com o uso cada vez mais reduzido da mão de obra humana. Ou seja, os Robôs que chamaremos de Carros Autônomos, o Sonho da Casa Própria e uma infinidade de objetos de uso já estão a ser produzidos com o auxílio intenso da robótica. Há muito o que avançar neste tema, por este motivo é que trago para você leitor, estas informações para que possa situar diante dos acontecimentos em curso e a velocidade como evoluem em direção a um mundo onde o papel humano passa a ser cada vez mais questionado. Temas relacionados a ética e a inclusão social são absolutamente urgentes neste contexto. Com vistas a uma compreensão mais lúcida possível é imprescindível basearmos nossas avaliações nos dados efetivos que possamos colher e avaliar. Por exemplo, como se encontra a América Latina neste processo evolutivo?
Segundo o último Relatório intitulado: “Guia Semestral Global de Investimento em Robótica”, elaborado pelo International Data Corporation – IDC, podemos aferir que nossa Região encontra-se no seguinte estágio:
Estes dados são considerados extremamente tímidos diante dos avanços mundiais. Estima-se que aproximadamente dois milhões de robôs serão instalados no mundo, apenas para a utilização industrial, no período de 2020 a 2022. Em 2017 o volume de investimentos mundial saltou para US$16,5 Bilhões apenas em robôs industriais. Nosso país naquele ano ocupava 41º lugar no Ranking Global, ultrapassados inclusive pelo México. Naquele mesmo ano, somamos 12.373 Robôs, representando 0.6% do Parque Robótico Mundial, na 18ª posição do ranking mundial. (Dados da Consultoria Idados do Relatório da Federação Internacional de Robótica (do inglês, IFR).
Não é preciso mencionar que de lá para cá, a China já se tornou o país líder em número de robôs instalados e obviamente já surge como uma das nações líderes na fabricação de robôs voltada ao fornecimento global. São mais de 800 fabricantes, um crescimento anual superior a 21% e projeção de deterem cerca de 45% do fornecimento mundial até 2021. Ou seja, como a valorização salarial na China sobe em média 20% ao ano e um Robô substitui 3 trabalhadores pois opera 24h por dia e o seu custo tem um forte viés de queda com a massificação do uso. Atualmente está entre 38.000,00 e 65.000,00 Euros, apenas.
Se o mundo caminhará para a substituição dos trabalhos braçais, operacionais e de precisão para a força de trabalho robótica, qual será o papel das pessoas no campo do trabalho? O paradoxo é ter que comemorar o fato de estarmos muito atrasados na robotização de nosso parque produtivo pois isso nos assegura um tempo maior para adaptação. Contudo, até quando? Sabemos que será por pouco tempo. Nossa competitividade exigirá adequação ao modelo vigente das economias mais produtivas e tal fato nos impõe refletir desde já o futuro que queremos. Por exemplo, somos líderes globais no agronegócio. A Automação no Campo já chegou e ampliou a produtividade em escala exponencial, seja no combate a pragas, na precisão do uso de água e insumos, no plantio ou na colheita dos alimentos. As chamadas Fazendas verticais indicam uma produtividade de até 350% a mais por metro quadrado que a tradicional utilizando o Sol, o Solo e a Chuva. Tudo, absolutamente tudo já está a ser impactado.
Os defensores da “Renda Mínima Universal” parecem ter razão e o tema já começa a ser considerado em Fóruns Globais como o de Davos, fato inimaginável há poucos anos atrás. Significa que reduzidas as possibilidades de produtividade através da mão de obra humana, em face da utilização massiva de sistemas autônomos, robôs e algoritimos, será fundamental assegurar uma renda mensal aos trabalhadores deslocados de suas funções que não poderão competir nos novos padrões operacionais exigidos. O Fórum de Davos encomendou um estudo cujo relatório chamado: “O Futuro dos empregos” que apontou as oportunidades de melhor qualidade de vida, bons trabalhos e emprego e advertiu que se não forem bem aproveitadas, deverão gerar riscos de abismos de qualificação profissional, desigualdades e polarizações.
A Influência dos Bots: Eleições, Democracia e Invasão de Privacidade
“Lovers e Haters”, assumiram o controle das Redes Sociais e disparam na conformidade de quem comanda campanhas eleitorais ou mesmo marketing e propagando, uma enxurrada de informações de conveniência, incluindo muitas vezes “fakenews” para se obter a adesão ou neutralizar concorrentes no espectro dos seus interesses. Não é por acaso que os regimes democráticos se sentem fortemente ameaçados. Não bastassem os robôs propagarem em escala gigantesca e com inteligência de análise de perfis de usuários, informações que assegurem os resultados dos contratantes, o uso associado com a IA têm permitido situações absurdas como a montagem quase que perfeita de discursos falsos em pessoas, especialmente políticos, cujas pseudo – declarações têm gerado efeitos devastadores. Da mesma forma que a combinação de diversas fisionomias em bases gigantescas de dados têm produzido seres humanos virtuais que jamais nasceram, sendo gerados no ventre dos Big Datas e Paridos pela Inteligência Artificial. Este fenômeno dos “Social Bots”, já causaram muitos estragos em reputações e induziram milhares de pessoas a conceberem opiniões, induzidas por suas notícias fabricadas e adequadas a forma de cada internauta na busca por informações na rede mundial de computadores, a internet. O mesmo princípio de “Machine Learning” (Aprendizado de Máquinas), aplicado ao ensino dos Robôs Industriais é utilizado para que os “Social Bots”, aprendam as preferências, as buscas, as prioridades e até o sentimento que impulsiona uma decisão. A coisa já chega no nível intuitivo onde muitas opiniões formadas são na verdade menos fruto das próprias convicções de quem decide por estarem induzidos ao erro por informações falsas ou parcialmente verdadeiras que pelo poder das máquinas em provocar as decisões desejadas por aquele que financia este tipo de manipulação e isso é muito grave!
Exemplifico: Vejamos um caso hipotético em que Michele, uma Jovem de 17 anos moradora de Paris, não tem ainda uma opinião formada acerca do tratamento aos refugiados Sírios em seu País. Sua família, não disfarça a xenofobia e vive afirmando tratar-se de uma invasão ao seu território e a sua cultura. Michele, tem navegado em diferentes fontes na internet em busca de visões e opiniões a respeito do assunto. Sua navegação como da maioria dos internautas está monitorada por algoritimos, aqueles mesmo que insistem em te oferecer pacotes de viagens, eletrodomésticos etc toda vez que você navega por estes temas com o desejo de comprar algo. A jovem francesa passa a receber notícias relacionadas ao assunto e em sua maioria contrária aos refugiados, até que certo dia espalham uma “Fake News” de que um homem Sírio que aparenta 40 anos de idade estuprou uma menina francesa nas mediações do bairro de Michele. Qual é o sentimento que ela vai nutrir em relação aos Sírios, particularmente e com relação aos refugiados na Europa e em seu país? Certamente que os “Haters” terão obtido mais uma adesão para ampliar seu discurso xenófobo e o que é pior, Michele pensa que este sentimento de revolta é dela, mas genuinamente ele foi plantado pelos Bots. Alguma dúvida sobre a urgência de se regulamentar a privacidade de dados? Quando suas opiniões, sentimentos e atitudes são cooptadas por algo ou alguém imperceptível para ser julgado pelo crime cometido, além de democracias estarem em risco, estamos falando da retirada do “Livre Arbítrio” de cada um de nós.
São muitos os exemplos da utilização dos sistemas autônomos na vida atual e futura, podemos posteriormente aprofundar sobre sua utilização na agricultura, nas cirurgias e atendimentos de saúde, na vigilância territorial e no funcionamento associado ao nosso sistema biológico com o implante de Chips em nossos corpos, por exemplo. Fico por aqui e compartilho esta reflexão que fiz após o estudo mais aprofundado destes assuntos e sob a ótica humanista da qual jamais abrirei mão em enxergar, priorizar e viver a atual e as futuras décadas de vida:
Entre Humanos e Máquinas!
Robôs utilizados para invadirem democracias, derrubar ou valorizar reputações, robótica nas cirurgias, na educação, no Entretenimento e nas artes, no atendimento da população, robótica que voa, que planta, que colhe, que fabrica coisas, inclusive a própria robótica, robótica com sensores nos exoesqueletos, nos sistemas embarcados dos “Inside Technologies” ou nas tecnologias vestíveis chamadas de “Wearable Technologies”, Carros robôs ou autônomos e tantos autômatos. Insetos robôs para reequilibrar o desequilíbrio ecológico, robôs de montanhas e cavernas utilizados pela Mineração, nos dutos de óleos e tantos, tantos e tantos robôs. Transhumanismo? Fusão do Biológico com a Tecnologia? Que rumos esperar do Novo Futuro de literalmente Profundas Conexões entre as Coisas (IOTs), entre as coisas e todos nós e principalmente, entre nós e nós mesmos? Como Temperar toda esta Tecnologia com Calor Humano? Torná-la útil e em prol da Vida ao invés de permitir sua própria sucumbência? Que venham as manufaturas aditivas da indústria 4, 5, 6.0 desde que avancemos em paralelo na conscientização de nossa Solidariedade, Compaixão, Amor e Unidade! Bem-Vindos os Seres robóticos e quaisquer outros com os quais possamos exteriorizar a dimensão de equilíbrio, paz e respeito ao Todo! Que no Ecossistema Universal, os “devices”, os “Cyborgs”, os Satélites e quaisquer formas de vinculações conectivas e interativas nos permitam reverenciar e reconhecer a beleza de tudo que é simples, original, perfeito!
Que possamos antes de mais nada, entender que o todo aparente, deriva de uma força e uma potência imaterial, plena e absoluta, Imanente no Universo que Sou Eu , Você e o Tudo que há em Todos!
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No Video abaixo, logo após o Artigo, eu analiso de forma resumida os temas aqui…
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