Manifestação pela visibilidade de pessoas ostomizadas.
Há quem diga que Brasília é a capital mundial do lobby, mas acredito que esse tipo de atividade é comum nas capitais de outros países onde se concentram poderes e decisões político administrativas.
O certo é que a atuação de grupos de interesse em defesa de seus pontos de vista junto a representantes do governo, legisladores e o próprio judiciário, faz parte da vida de Brasília, sim.
A capital atrai também, durante o ano inteiro, representantes dos mais diversos segmentos da sociedade em luta por seus diretos, com o mesmo objetivo de influenciar políticas públicas.
São os encontros de representantes de movimentos sociais de todo o país, que vêm à Brasília mostrar sua força e apresentar reivindicações. Temos, por exemplo, a Marcha dos Prefeitos, em defesa da melhoria financeira dos municípios, a Marcha das Margaridas, que reúne mulheres do campo, da floresta e das águas na luta por um desenvolvimento rural sustentável, e o Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do Brasil, entre tantos reuniões e manifestações que acontecem aqui, normalmente no Eixo Monumental.
Mas em relação dar conhecimento sobre causas, influenciar a opinião e comportamentos de pessoas comuns, em defesa de uma reinvindicação específica, ou sensibilização para um tema coletivo, o ambiente mais propício e mais utilizado em Brasília é o Parque da Cidade. Afinal, o local, que recebe um grande número de visitantes, de todas as regiões, chegando a mais de 500 mil pessoas em média no mês, de fácil acesso, se torna a maior vitrine para apresentação de projetos socioculturais e ambientais de diversos de grupos que atuam no Distrito Federal.
Nos fins de semana, quando o número de frequentadores aumenta significativamente, a mostra de ativismos em defesa das mais variadas causas é uma realidade sempre presente no espaço público.
E nesses dias, o Parque, reconhecido por ser um espaço democrático, se torna ainda mais democrático, pois, para chamar atenção para um tema, uma causa, basta organizar um grupo, uma caminhada ou uma reunião em formato de piquenique e ocupar uma área dos 420 hectares à disposição.*
No Parque, você pode ver pessoas reunidas conversando sobre saúde mental, ou uma caminhada sensibilizadora sobre pessoas diagnosticadas com Parkinson, ou sobre a importância de atividade física para a terceira idade, além da apresentação de projetos socioculturais realizados localmente.
Quem foi ao Parque nesse último domingo, por exemplo, pode presenciar a III Caminhada OstoVida, movimento que procura dar visibilidade a pessoas com ostomia, um procedimento cirúrgico que desvia o trânsito intestinal ou urinário para uma abertura na parede abdominal e uso de uma bolsa coletora, quando as vias internas de eliminação estão comprometidas. Ver o grupo reunido, chamando a atenção das pessoas sobre o valor de um olhar natural para os pacientes ostomizados e sobre a importância da ostomia para gerar qualidade de vida a quem faz uso do procedimento, foi sensibilizador e educativo.
Nessa mesma manhã de domingo, um grupo de missionários da Igreja de Deus With the Heart of Mother, caminhava recolhendo lixo, chamando a atenção das pessoas para a importância de se manter o Parque limpo. Ações importantes, em defesa do bem das pessoas e do lugar.
* No Parque é necessário pedir licença ou autorização da administração quando o evento se utiliza de equipamentos de som, alguns tipos de panfletagem, utilização de palco, etc.
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