gio sentada destaque Giovanna Costa, professora de yoga

Yoga no Parque: acessível e em conexão com a natureza

Publicado em Pessoas

Que tal praticar yoga aos sábados pela manhã, no meio da natureza, e perto do lago do Parque da Cidade?
Essa é a proposta do projeto Yoga no Parque, criado e mantido por Nana Baccarin e outros instrutores. Com esse projeto, os professores conduzem os alunos na prática de Vinyasa yoga, ao ar livre, oferecendo também ao visitante a oportunidade de conhecer e poder experimentar a aula, mesmo sem ter experiência anterior.
E basta observar o semblante relaxado e tranquilo dos alunos, transmitindo bem-estar ao término da prática, pra se sentir atraído.
Foi lá que conversei com Giovanna Costa Souza, 26 anos, solteira, moradora do Sudoeste, formada em publicidade, professora de Yoga e estudante de psicologia. Ela é brasiliense, tem 3 irmãos, e a família de Anápoles – GO.
Mesmo tão jovem, Giovanna transmite sabedoria sobre o viver bem e a importância de criar ritmos próprios pra isso, com uma forma muito afetuosa de ver o mundo e a vida em si. Falante, sorridente e atenciosa, ela conversou comigo sobre yoga, os benefícios da prática, e o Parque da Cidade. A professora Giovanna é um encanto e é mais uma frequentadora do Parque que vale muito a pena conhecer. Confira.

Giovanna, professora de yoga /Foto CV setembro 2025

Perguntas para Giovanna:

P- Por que você fez publicidade?
R- Eu saí do terceiro ano um pouco em dúvida sobre o que eu queria fazer exatamente, só que tinha algumas áreas específicas da publicidade que me interessava. Eu gostava muito da parte de fotografia, fiz um curso de fotografia antes de entrar na faculdade, e decidi seguir no caminho da publicidade. Mas aí, nesse meio tempo, eu conheci a prática de yoga. De certa forma, mergulhei mesmo no yoga e o meu caminho foi tomando outro rumo.

P- Por que cursar psicologia agora?
R- A vontade de cuidar sempre foi muito presente na minha vida. Eu já tinha me imaginado em outras profissões, mas eu percebi que sempre convergiam pro cuidado. E eu sempre tive um interesse muito grande (é meio clichê), sobre como a mente funciona, o que faz as pessoas serem o que elas são, tomar as decisões que elas tomam. Isso sempre ficou no meu campo de visão, a psicologia . E dando aula de yoga, como as aulas que acontecem no contraturno, eu decidi começar logo a faculdade e usar o tempo “ocioso” pra preencher com a faculdade. E é isso que tenho feito, e sinto que estou no lugar certo.

P- Não tem nenhuma saudade da publicidade?
R- Nenhuma. Eu uso pra minha profissão com o yoga, provavelmente vou usar pra quando estiver atuando como psicóloga, mas acho que a área do cuidado me interessa mais.

P- Faz quanto tempo que você pratica yoga?
R- Eu pratico desde 2019 e dou aula desde 2022.

P- Qual a linha?
R- Eu sigo a linha do Vinyasa yoga, que é uma prática um pouquinho mais dinâmica, mais fluida, em que a gente permanece pouco tempo nas posturas e a respiração dita todo o ritmo da nossa prática.

P- O que o yoga traz de bom pra vida das pessoas?
R- Yoga é um convite que a gente tem pra se olhar, se observar, trazer um pouquinho o foco de novo para nós mesmos. Tanto dentro do tapetinho, que a gente traz o acolhimento, aquele momento de um certo respeito pros limites do nosso corpo, que a gente consegue conectar a respiração ao movimento pra atingir estados um pouquinho mais sutis do nosso corpo. Mas também é uma prática que convida a gente à presença. Então, é estar presente, tanto em nós mesmos, quanto em tudo o que a gente faz. A gente tenta cultivar esse estado de presença, estar atento às nossas atitudes, como a gente age em relação a nós mesmos e como a gente interage com o mundo.
Então, eu acho que o maior presente é, de fato, a gente aprender a cultivar esse estado de presença, que, na prática física, a gente traz através desse movimento associado à respiração.

P- E nesse mundo tão estranho, um mundo que todos concordam que está meio maluco, essa prática e esses benefícios que você falou, podem atuar de que forma na vida das pessoas?
R- Pensando num olhar um pouquinho mais individual, eu acho que é oferecendo um momento pra gente pausar, sair um pouco de toda estação, se distanciar um pouquinho dos estímulos externos, desse ritmo tão automático e, de fato, fazer até um momento pra se olhar, pra silenciar os ruídos externos e escutar o que o corpo nos pede. Pra gente ter um pouquinho mais de cuidado e carinho com nós mesmos. É um momento que a gente traz pra ter um momento de encontro consigo mesmo. E também de consciência da forma como a gente age. Trazer esse estado interno de presença à medida que a gente vai praticando. É uma forma da gente expandir isso também com o mundo externo.
De certa forma, a gente toma consciência de como a gente influencia, quais são os resultados das nossas ações, tanto em relação às outras pessoas, como no mundo. Então, eu acho que se resume muito a esse fato de consciência mesmo.
A gente estar observando como as nossas ações produzem mudanças no mundo, sejam mudanças boas, significativas, sejam mudanças que a gente não queria, mas a gente estar sempre observando, com essa atenção o tempo todo.

Giovanna conduzindo aula de yoga / Foto CV 2025

P- O que você diria pra quem nunca praticou yoga, pra quem não conhece?
R- Eu diria que vale a pena experimentar. Às vezes a gente tem algumas concepções sobre o yoga, mas ele é muito diverso, acessível, tem yoga pra todo tipo de gente. Às vezes, você precisa de uma prática mais quieta, mais meditativa. Às vezes, você pensa ‘o yoga não é pra mim, eu não consigo ficar quieta’, então vai para uma prática um pouquinho mais vigorosa como Vinyasa, Hastanga, que são praticas mais movimentadas. A conexão com o professor é muito importante. Então experimenta, conhece os professores, conhece ritmos de prática pra tentar encontrar aquela que faz sentido pra você. Pode ser que o yoga não seja pra você, mas eu te garanto que uma prática vai te interessar e vai chamar sua atenção ali em algum ponto, e tenho certeza que você vai sair um pouco melhor do que quando você chegou.

P- Você dá aula diariamente?
R- Eu tenho uma turma em grupo, mas meu foco atualmente é em aulas particulares e eu participo desse projeto de yoga no Parque da Cidade.

P- O que é esse projeto?
R- Esse projeto foi idealizado pela professora Nana Baccarin, que é uma professora de yoga. Eu vim praticar com ela como aluna, a gente teve uma troca no final da prática e eu comentei que estava começando a conduzir aulas. Ela me convidou, com muito acolhimento, carinho, paciência, com o meu processo, para ajudá-la no projeto. Então a gente começou a reversar o sábado, um com ela, e outro comigo, e a gente foi expandido o projeto. Hoje a gente tem o Moisés dando aula, e a Amanda Dias dando aula também.

P- Por que dar aulas no Parque da Cidade?
R- A ideia de yoga no Parque da Cidade surgiu como uma forma de ser um yoga um pouquinho mais acessível, tanto financeiramente, quanto pra encaixar na rotina. Tem muita gente que não tem a disponibilidade de fazer diariamente, ou ao longo da semana, às vezes os horários não coincidem. Então, a forma que a gente encontrou de abraçar um pouquinho mais, de expandir o movimento do yoga pra mais pessoas, foi fazendo aqui no Parque da Cidade. Além do que, a aula, aqui no Parque, faz com que a gente esteja em um momento ao ar livre, em contato com a natureza. Sai um pouquinho de um lugar fechado, que a gente costuma ficar no nosso dia a dia. Então, eu acho que o projeto do Parque vem nesse sentido, de conseguir alcançar mais pessoas e ter esse momento de conexão com a natureza.

Yoga em conexão com a natureza / Foto CV setembro 2025

P- Vocês têm uma turma ou muda muito os participantes?
R- Tem alguns alunos frequentes, mas sempre tem uma pessoa nova. A gente tem um grupo no Whatsapp em que a gente compartilha todas as informações. A gente manda uma lista toda semana e os alunos que tiverem interesse em vir, colocam o nome, fazem o pagamento e vêm aqui no sábado. A ideia é que seja uma prática acessível pra todo mundo. Mesmo que você nunca tenha praticado, podem vir aqui que a gente faz adaptações e o intuito é abraçar todo mundo mesmo. A aula é todos os sábados, às10h.

P- Você sempre vem ao Parque, além da aula de yoga?
R- Venho, eu moro aqui pertinho. Mas confesso que passei a frequentar mais depois que passei a dar aula. E foi um grande presente, porque estar no Parque é ver a vida acontecendo, a gente vê família, vê grupo de amigos comemorando aniversário, correndo. Então, eu acho que me traz vida também estar no Parque da Cidade. Eu comecei aqui correndo, pra andar de bicicleta também. Agora comecei a frequentar o Parque em outros sentidos, não só dando as aulas.

P- E o que você acha do Parque em relação a Brasília?
R- Eu acho que é um refúgio que a gente tem no meio da cidade. É um parque lindo, enorme, que oferece muita opção de lazer, tanto atividade física, como formas de interação, de conexão. Então eu acho que é um espaço precioso que a gente tem, que a gente precisa valorizar e cuidar.

P- E você acredita em quê pra se viver bem?
R- Eu acho que a primeira coisa é um certo amor mesmo. Amor no sentido de cuidado, de paciência, de respeitar seus limites, de acolher o que você sente e a partir disso poder transformar. Eu acho que o princípio é o amor, tanto um amor-próprio, tanto o amor que a gente espalha, acredito muito nisso. Acredito no poder do perdão também. Somos humanos, a gente vai errar em alguns momentos, mas a gente saber perdoar.
Estar aberto, eu acho que também se abrir para as experiências da vida, óbvio que tendo um certo discernimento, mas estar aberto pra deixar a vida surpreender a gente também. Às vezes, experimentar e fazer uma coisa nova, ou pegar um caminho diferente, fazer uma coisa que você nunca tentou. Então, estar aberto mesmo a novas experiências.

P- Qual o seu recado geral para as pessoas?
R- É sempre muito desafiador dar o recado geral, mas voltando um pouquinho dentro de tudo que eu acredito, se eu pudesse deixar um recado, é pra gente se permitir um pouquinho mais, sair de toda cobrança. A gente às vezes tem a tendência de ser muito duro consigo mesmo. E o conselho que eu dou, é se permitir mais, se dar carinho, e viver a vida. Vão ter dias ruins, a gente acolhe, mas não deixar que isso se torne rotina. A gente se apegar ao que é bom, e ir seguindo a nossa vida mesmo, porque sempre tem um presente. A gente vai caminhando, a vida vai acontecendo, então sempre vale a pena viver.

Final da aula de yoga / Foto CV 2025

Projeto Yoga no Parque
Instagram : @giovannacsouzaa @nana_baccarin @amandadiasflow

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*