Thayne Sousa Silva, 16 anos, estudante do ensino médio.
Centro do poder, a primeira cidade da era moderna declarada pela Unesco patrimônio cultural da humanidade, Brasília, atrai e encanta os turistas com o seu conjunto arquitetônico. Por outro lado, o Parque da Cidade, considerado o maior parque urbano do mundo, tem se tornado um ponto turístico importante da capital, onde já é comum você encontrar pessoas que o visitam pela primeira vez. Foi o caso de Thayne, a articulada e sorridente estudante, com quem conversei outro dia.
Thayne é de Tutóia, uma pequena cidade do litoral do Maranhão, e veio à Brasília curtir os últimos dias de férias e participar do casamento da irmã. Ela ficou hospedada com a família, que incluiu na programação de passeios uma visita ao Parque, com a realização de um picnic para comemorar o aniversário do tio.
Encantada com a beleza do Parque, repetindo muitas vezes o quanto é um lugar “muito lindo”, Thayne destacou principalmente a natureza, o verde, as árvores, e a quebra do clima de cidade grande que sentiu no ambiente. Ver várias famílias reunidas pelos gramados chamou sua atenção, além do lago artificial. Disse já ter ido a outros parques, mas foi a primeira vez que conheceu um parque “desse tamanho”. Para uma caminhada na pista, seria Madonna a escolha para sua playlist.
Perguntas para Thayne
P- Você está vindo pela primeira vez aqui hoje, o que falaria para os brasilienses que não conhecem o Parque?
R- Olha, desde que eu cheguei, faz uma semana, eu acho que já passeei muito mais do que as pessoas que moram aqui. Porque acaba que as pessoas que moram aqui não valorizam tanto todos cenários lindos que Brasília tem, os lugares incríveis, e eu acho que as pessoas daqui poderiam valorizar mais. Esse Parque é muito lindo, ele tem um lago muito lindo, a gente vem de longe pra conhecer isso. E as pessoas que estão aqui, é muito mais fácil pra elas. Então elas deveriam valorizar mais, esse é um lugar muito aconchegante, onde você pode vir com a sua família, com os seus amigos, é muito legal esse parque.
P- As pessoas costumam dizer que esse Parque é a praia de Brasília, o que você acha ?
R- Olha, em Tutóia tem praia, eu gosto muito de praia, mas aqui não ter o ar de praia não, praia é muito diferente daqui.
P- Você já tem ideia do que você quer fazer?
R- Já, desde meus 14 anos eu tenho uma grande vontade de cursar Direito, direito criminal. É uma coisa que eu tenho muita vontade e não quero abrir mão. Posso até mudar de opinião, mudar de ideia mais pra frente, mas, hoje, é o que eu quero fazer.
P- Por que Direito e por que criminal?
R- Porque eu gosto muito de argumentar, de me posicionar, de falar o que eu acho. E queria cursar psicologia antes, só que psicologia não é o meu forte, todo mundo fala isso porque eu gosto muito de falar e uma psicóloga tem mais que escutar. Então eu vejo que não tem nada a ver comigo, é uma profissão que eu acho muito linda, só que eu vejo que o direito daria mais certo pra mim por essa questão de argumentar, de me posicionar, de ser uma mulher. Eu acho lindo a forma como as advogadas se comportam, como elas se posicionam. E o direito criminal é uma escolha muito difícil, não sei se a minha família me apoiaria tanto, até converso com eles sobre isso, mas é que eu acho que todo mundo merece uma segunda chance. Eu acho que todo mundo tem o direito de ter uma segunda chance, até as pessoas que fazem os piores crimes merecem uma segunda chance. Então e eu quero lutar por essas pessoas, por aquelas que realmente estão dispostas a mudar de vida ou estão arrependidas de algum crime.
P – E qual é o seu sonho, o que você sonha para o futuro?
R – Meu maior sonho é me formar e ser a melhor na minha área. Isso é o meu maior sonho, a minha realização. Eu me formar e ser brilhante na minha área, ser um exemplo, ser uma profissional que as outras mulheres vão olhar e pensar: ela me representa.