Numa manhã de Sábado, você pode estar fazendo sua caminhada pelo Parque e, de repente, começar a ouvir sons inusitados, que lhe transportam diretamente para os campos verdes da Escócia. É o som de um grupo de gaiteiros de fole, que ensaiam entre as árvores próximas ao lado norte do lago artificial.
Foi entre alguns músicos da banda Brazilianpiperdf que conversei com o líder, Renato Ribeiro.
Renato é militar, músico da Banda Marcial do Exército Brasilieiro, carioca, casado, tem 33 anos, 2 filhos e mora em Brasília há 7 anos.
O projeto de uma banda de gaiteiros de fole nasceu no Rio de Janeiro, criado por um fuzileiro chamado J Paulo, do qual Renato fazia parte. Ele veio para Brasília porque foi aprovado em um concurso realizado pelo Exército, especificamente para tocador de gaita de fole, e aqui decidiu montar uma filial do projeto do Rio. Hoje, o grupo de gaiteiros do Distrito Federal já conta com 17 músicos, formado por militares da ativa e outros que deram baixa na corporação, mas fazem parte da equipe. Sem nenhum tipo de financiamento, são todos voluntários na banda, e fazem ensaios no Parque da Cidade, todo segundo sábado do mês, para divulgar a atividade da “rapaziada que vem com força e com vontade de aprender”, celebra Renato.
A banda faz apresentações em alguns eventos da cidade e para participar do projeto é preciso entrar em contato pelo perfil no Instagram @brazilianpiperdf, marcar uma audição e praticar com eles. Se o interessado tiver uma gaita de fole, ou um equipamento de percussão, ficará mais fácil.
Os ensaios no Parque são gratuitos, e pode-se começar do zero, como aconteceu com alguns membros da banda, que não conheciam sequer o instrumento. Segundo Renato, o mais complicado para ser um tocador de gaita de fole é ter que comprar o instrumento depois. Por se tratar de um material que só existe fora do Brasil, e ser necessário uma logística para trazê-lo, acaba sendo um pouco caro. O preço depende da marca e do que vai ser montado o instrumento, no caso da gaita dele, custa em torno de 8, 9 mil reais, mas existem gaitas bem mais caras. Pra começar, é preciso investir entre 4, 5 mil reais e montar um instrumento com bom padrão.
O desejo de Renato é montar um grupo forte de gaiteiros de fole e continuar fazendo apresentações, como o projeto do Rio de Janeiro faz. E acha que pode ajudar a muitas pessoas por meio da música, ensinando mais gente a tocar e trocar o tempo ocioso por algo que faz bem. Ele sonha com a possibilidade de um dia ir para a Escócia e levar o grupo para tocar: “ fazer uma apresentação na Escócia, tocar a nossa música, essa é a nossa vontade”.
Perguntas para Renato
P – Qual foi a primeira vez que você veio ao Parque da Cidade?
R – Eu vim em 2016, a gente veio tocar no aniversário do batalhão. A gente veio fazer uma apresentação aqui no Parque pra divulgar o projeto do Rio e dizer que a gente estava aqui em Brasília.
P – E qual foi sua impressão do Parque?
R – Ah, eu fiquei apaixonado por ele. Esse é um dos motivos porque eu não quero voltar pro Rio, porque aqui tem esse ambiente, esse clima de família que tem o Parque da Cidade.
P – O que você mais gosta do Parque?
R- Eu acho que essa questão de você poder trazer seu filho, sua família, pra fazer um picnic, você poder fazer uma festa de aniversário de uma criança, de poder trazer os amigos pra brincar, pra conversar, trocar uma ideia, tocar uma música, ter a segurança passando aqui o tempo todo, eu acho um dos pontos altos do Parque. O clima… é um ambiente.. eu diria quase perfeito pra poder passar o tempo com a família.
P- É como a praia?
R – Não, não dá pra comparar com a praia (risos). Mas se aqui tivesse praia, Brasília ia ser um lugar perfeito para morar. Ainda é perfeito, mais ficaria melhor com uma praia aqui. O Parque é o Parque, não tem como comparar ele com a praia, mas ainda acho que, pra mim, apesar de ser carioca, o Parque é ainda mais aconchegante do que a praia. A praia é pra curtir, pra fazer bagunça, pra brincar, se bronzear…
P – De modo geral, qual recado você gostaria de deixar aqui pras pessoas?
R- Que as pessoas vivam a vida com toda a sua intensidade. Hoje todo mundo está muito preso a ficar agarrado com o celular, ficar em casa mexendo só na internet, e a vida tá passando. Poderia estar aqui, curtindo uma caminhada, andando, fazendo alguma coisa saudável pra vida delas e as pessoas estão muito presas. Viva a vida todos os dias, as coisas vão acontecendo, independente se acontecem coisas ruins, tire aquele momento bom, o que você conseguir captar de bom daquele momento que você tiver passando, porque alguma resposta você deve estar tendo sobre aquilo. Acho que é isso, viver, viver intensamente todos os dias, não deixar passar nada, brincar com os filhos, sair com a família, dar um abraço no amigo, falar com quem você não fala há algum tempo, entrar em contato, não deixar passar.
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Seria tão bom se tivesse um vídeo, mesmo que curto, deles cantando
O Parque tem disso :)
Em breve o blog vai poder publicar videos.
Nunca imaginei um grupo musical como este ensaiando no Parque.