Simone destaque Simone Silva com sua mesa posta

“Ouvir mais o nosso íntimo e falar menos, pra gente entender o que veio fazer aqui”

Publicado em Pessoas

Fazer pique nique no Parque da Cidade é uma tradição. Cada vez mais presente no espaço, a atividade se tornou uma forma de comemoração diversificada, com prestadores de serviços especializados, como Simone Silva. Moradora de Santa Maria, casada, com duas filhas e duas netas. Pernambucana de Petrolina, chegou em Brasília com 1 ano, quando o pai veio trabalhar no início da capital. Ela é organizadora de eventos e  também artesã de roupas de mesa.

Simone costumava vir ao Parque quando criança, mas só atualmente passou a frequentá-lo quase semanalmente por causa dos eventos que organiza no local.

Tudo começou com um chá de revelação que preparou para a filha há um ano, “sem nenhuma pretensão de negócio”, mas as pessoas que viram começaram a entrar em contato, e ela passou a oferecer o serviço de mesa posta em forma de pique nique com frequência. Então, ela diz que, assim, “por acaso”, o serviço se tornou sua principal atividade.

Quando você conversa com Simone, constata que aquilo que ela trata hoje como verdadeiro ofício, não aconteceu tão por acaso assim. O prazer com o trabalho, e sua alegria ao falar da montagem desse tipo de mesa, transmite uma satisfação comum a quem exerce sua verdadeira vocação. Achei o evento dela no gramado realmente lindo e, no dia que a conheci, tive o prazer de ouvi-la sobre o sentido de comer em comunhão, quando compreendi a sua visão de que a montagem uma bela mesa não é sobre você, é mais sobre a importância que você dá para as pessoas. Instagram @simesaeamor.

Mesa posta para pique nique de mulheres / Foto CV  julho 2024

Perguntas para Simone:

P- Você tem percebido algum crescimento desse tipo de evento ao ar livre?

R- Demais! E eu tenho visto que as pessoas que têm essa experiência de fazer comemorações aqui no Parque me dão um feedback muito positivo como, “Nossa, Simone, as minhas crianças brincaram de bola, de bambolê, correram, não ficaram em celular”, tenho muitos feedbacks positivos. Quando é com mulheres, elas conversaram mais, usam o celular só pra registar a foto, mas o bate papo é demais.

P- E a que você atribui esse crescimento?

R- Acho que é por causa do ambiente como um todo. O clima, a área aberta, a natureza. E o interessante é que, nos meus pique niques, 90% das peças não são descartáveis. Então tem isso, as pessoas se sentem amadas, cuidadas, se sentem especiais por beber o suco numa taça, e não gerar tanto lixo, como acontece com o descartável do pique nique.

P- Qual o tipo de evento que você faz mais?

R- Aqui no Parque eu já fiz aniversário de um ano, de pré adolescente de 14 anos, de grupos de igreja, de jovens, de casais, de mulheres, e também só pra os dois, marido e mulher, namorados, pedido de namoro, pedido de casamento, tudo no Parque.

P- Esse evento de hoje, é o quê?

R- É um evento de mulheres da igreja que se reuniram pra comemorar os aniversários do semestre. Então é departamento de mulheres que estão comemorando os aniversários de janeiro a junho, em forma de pique nique.

P- Queria que me falasse um pouco de você.

R- Eu sou mãe, esposa, filha e empreendedora. E eu passei a ter um olhar mais especial de refeição. Então eu passei a praticar na minha casa e vi que era pouco, que eu precisava distribuir o que eu praticava para outras pessoas.

P- Qual a importância de uma mesa posta?

R- A mesa posta, principalmente a mesa posta em forma de mesa comunitária, é mais comunhão, união, e esse interagir. Porque, assim não ficam mesas deslocadas, é uma mesa onde eu fico de frente e de lado com outras pessoas. Não fica um grupo, mas uma comunhão de pessoas no geral.

P- Então você acha que essa mesa posta tem mais a ver com interação humana, com conhecimento de pessoas do que com “chiqueria”, elegância?

R- Com certeza! Tem mais a ver com comunhão do que com regras de etiqueta.

P- E a estética, a beleza da mesa colabora pra isso?

R- Com certeza! Porque quando você faz uma mesa simplesmente com uma toalha, a gente até se sente importante, mas quando você agrega ali uma taça, um guardanapo, você passa a ter uma importância maior. Quando você usa uma flor, é maravilhoso, quando você usa uma flor natural traz mais aconchego. São detalhes que têm seu valor.

P- O que você tem pra falar sobre o Parque com essas experiências?

R- Eu tô encantada! E quando as pessoas me procuram e fazem essa experiência no Parque, elas só me dão feedbacks positivos. E falando sobre o Parque da Cidade, no Estacionamento 10 é onde acho tudo: conforto, sombra, sol, banheiros, ducha, estacionamento próximo, e o mais importante, segurança. Eu, com essas experiências no Parque, só tenho a agradecer. E o Estacionamento 10 é a melhor área pra fazer esse tipo de evento.

P- E para Brasília, qual a importância do Parque, na sua visão?

R- Tudo. Você vem pra caminhar, pra andar de bicicleta, pra fazer uma refeição, sem contar a beleza. Eu me sinto encantada, e quando trago pessoas pra cá é igual. Hoje mesmo eu tive a experiência com uma moça que estava fazendo uma caminhada e ela disse que nunca teve esse olhar de fazer um evento tão chic, nas palavras dela, no Parque.

P- Simone, e no que você acredita?

R- Eu acredito que Deus nos deu um propósito e que, mesmo eu em alguns momentos, que não entendi qual era o propósito da vida, entendi que Deus, diante de toda criação e criatura, cada um tem uma importância e a gente tem que achar na gente essa importância.

P- Como se fosse uma missão?

R- Sim, como se fosse uma missão.

P- E hoje você acha que é uma missão proporcionar essa experiência para as pessoas?

R- É uma missão.

P- Por quê?

R- Porque eu não me sentia útil e hoje quando eu vejo um sorriso e recebo um muito obrigado… eu creio que é só a gente tirar isso de dentro da gente.

P- Que conselho você daria para as pessoas?

R- Abrir o coração pra aquilo que a gente acredita. Eu, que é em Deus, e deixar Ele tomar de conta, e sermos sensíveis pra ouvir o que Ele quer da gente. E quando a gente começa a entender pra que eu vim e porque eu vim. Vamos ouvir mais o nosso íntimo e falar menos, pra gente entender o que veio fazer aqui.

Simone cuida de todos os detalhes de cada evento / FotoCV julho de 2024

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