Uma tentativa de justificar uma promessa não cumprida, os problemas que enfrenta a série-maníaca confessa que (sem muito lutar) se deixa levar pelo poder de uma série de investigação comportamental/criminal.
Sei que havia prometido ser Anitta o tema da coluna de hoje. Até me preparei para tanto – pesquisei textos, conferi vídeos e li comentários de quem entende do assunto, de quem não entende, de adoradores, de “detestadores” da moça, fiz meu dever de casa, enfim. Só que antes de me sentar para escrever cometi a estultice de passar na frente da TV. Só isso? Claro que não!
Me sentei diante da telinha e resolvi dar uma zapeada pela Netflix, só para ver como andava a programação das séries. Foi fatal a olhadinha – lá estava acenando perigosamente para mim a Mindhunter, série que dizem ser baseada em fatos reais, com direção/produção de David Fincher, um senhor com filmografia de respeito da qual constam Seven, Zodiac, The curious case of Benjamin Button e Panic room, apenas para citar uns poucos trabalhos. Não consegui resistir e mergulhei de cabeça em Mindhunter.
Para mim, é impossível correr de uma obra – seja livro ou filme – que analisa a mente, a psique, o comportamento de serial killers e, é claro, de pessoas especializadas em tão terrível transtorno, os agentes especiais do FBI. Nesse momento me sinto na obrigação de explicar que tal atração existe há muitos anos, desde meus tempos de estudante de direito quando não perdia, por nada do mundo, as aulas de Penal.
Antes de causar mal-estar irremediável, deixo claro não ter tendências homicidas JAMAIS – enfrento dificuldades enormes em matar baratas, corro em desabaladas carreiras de cobras, fujo de sapos, não penso em ‘travar amizade’ com inofensivas lagartixas e por mais que desgoste de alguém não me ocorre em hipótese alguma defenestrá-lo para sempre . O que me atrai no universo dos crimes barra-pesadas é a complexidade do assunto, sua seriedade e minha incompetência em não entender o que leva alguém a (serenamente) cometer brutalidades extremas que resultem em crime hediondo.
Claro que mantenho distância de cenas e páginas onde a sanguinolência corre solta e é exatamente as ausências de corpos mutilados e de sangueira desatada nas cenas de Mindhunter que me prendem à cadeira e à série. Devo confessar que não é a série-mais-maravilhosa-do-mundo mas como já admiti anteriormente, não pisco até terminar a temporada disponível. Algumas vezes me arrependo da escolha mas vou até o fim. Identifico o que me desagrada e sigo em frente na esperança de que melhore o argumento, a trama, enfim. Quem sabe na segunda temporada da citada série saia um pouco do foco o desinteressante relacionamento de Holden Ford com sua irritante, provocativa e briguenta namorada. Tomara que o tema retorne ao ponto de partida da série onde a intenção clara é mostrar como pode ser eficiente uma investigação criminal se levados em conta o comportamento, a mente e a psique de serial killers. Ou de grandes meliantes, idem, penso eu.
Anyway, não é grande coisa Mindhunter. Espero que melhore.