Um relato/alerta para quem faz uso de transporte aéreo e, por isso, cumpre com o inevitável trajeto de passar pelo salão de embarque, onde sempre há um guichê de revistas…
Sair de Brasília para viagens rápidas, a trabalho ou não, é mais fácil por avião – estamos no Centro-Oeste e só os muito valentes conseguem encarar estradas que podem ou não estar em boas condições, topam percorrer centenas de quilômetros para cumprir um bate-volta insano e extremamente cansativo. Não sou valente. Uso o transporte aéreo e, por isso, há anos, na hora de entrar na aeronave e percorrer para tanto o salão de embarque, passo por uma situação que me deixa enfurecida, mal humorada mesmo: dar de cara com o guichê que vende assinaturas de revistas onde sempre há algum vendedor histérico, de voz estridente que literalmente aborda o passante.
Pois muito bem – numa de minhas últimas idas a São Paulo, já cansada daquele momento inevitável de gritaria e perseguição, tive a (nada) brilhante ideia de dar um basta nisso. Como? Assinando um contrato que me oferecia o desagradável senhor. Afinal, além de me livrar dele receberia em casa algumas revistas que me poderiam ser úteis. Paguei com a única moeda aceita pelo indigitado guichê do aeroporto de Congonhas – o cartão de crédito – assinei contrato sem ler, ganhei mala de mão como brinde e fui embora certa de que ao fim de um ano minha ligação com a Editora Globo chegaria ao fim.
Ledo engano – depois de um ano, qual não é minha surpresa ao constatar que em minha fatura do cartão de crédito figurava (novamente) o débito de que? Da assinatura.
Começava nesse momento uma saga que apenas há uma semana teve o desfecho concretizado, depois de quase dois anos de vãs tentativas de cancelamento do indigitado compromisso por mim assumido num momento que qualifico como de “extrema burrice”.
Não que as revistas fossem desinteressantes, apenas porque recebo as mesmas no meu local de trabalho, sem que por elas tenha que pagar coisa alguma.
Mas que não se pense ter sido fácil o cancelamento! Como dizem, foi custoso, quase um parto. Na última sexta-feira, depois de vários telefonemas com ameaças de meter advogado no meio, consegui finalmente tornar sem efeito o contrato. De forma bizarra: quatro vezes me ligaram de uma central de bloqueio de cartões de crédito para “conferir meus dados”.
O inacreditável é que, na finalização, quando me seria finalmente passado o número do protocolo de cancelamento a ligação caia e a coisa desandava. Já pronta para “entregar-tudo-na-mão-de-Deus” ou telefonar para meu advogado, consegui o número de protocolo de cancelamento.
Para encerrar: das quatro ligações que recebi, apenas uma foi feita por um rapaz. A última, que me rendeu o número de protocolo, foi feita por uma moça que me perguntou se eu tinha sido avisada pelo vendedor que o contrato era renovado automaticamente. Respondi que assinei para me ver livre do desagradável sujeito e que não, nunca tinha parado para ler o ‘maledeto’ conteúdo do papel. Tomei um ‘pito’ que achei merecido: “nunca mais a senhora assine algo sem ler!”
Em seguida, outra perguntinha: “a senhora se lembra do nome do rapaz?” Claro que não, disse eu. E daí fui comunicada que não tinha importância não me lembrar desse detalhe – eles tinha em mão uma cópia datada do contrato e poderiam encontrar o vendedor para aplicar “devida punição”. Confesso que fiquei feliz com o cancelamento da assinatura e a punição do desagradável gritador.