Relato de experiência vivida no fim de semana passado: a prova de que juntar numa só situação má notícia que gera emergência a ser resolvida com passagem aérea pode ser experiência extremamente desagradável, sobretudo se coincidir com o Black Friday do ano…
Fim de semana passada, mais exatamente na sexta-feira por volta de meio dia recebi por telefone uma notícia bastante triste – havia morrido, no Rio de Janeiro, a avó paterna de minha filha e o funeral seria no sábado pela manhã, para dar chance de comparecimento aos familiares que moram em outras cidades. Por motivo de absoluta força maior eu não poderia sair de Brasília.
Coube à minha filha, que não tinha impedimento algum, deixar a capital federal para assistir às exéquias da avó com quem convivera muito em temporadas de férias, feriados e por aí vai.
Isto posto e acordado, o próximo passo tinha que ser a compra da passagem aérea Brasília/Rio e tal incumbência coube à jovem viajante, que sentou-se frente ao computador para consultar horários de voos e comparar preços de bilhetes para a viagem de uma hora e vinte (se tanto!) de duração. A companhia escolhida por ter preço mais humano e horários convenientes foi a Avianca, empresa aérea de minha escolha sempre que preciso viajar – o espaço entre as poltronas permite que o passageiro sente-se com conforto, sem que seus joelhos “cutuquem” o colega acomodado no assento da frente, tem serviço de bordo bastante razoável e aeromoças educadas, risonhas.
Pois bem – companhia eleita, o próximo passo tinha que ser a compra, o pagamento (com meu cartão de crédito) dos bilhetes de ida e volta, o que foi feito sem complicações e com rapidez – a colombiana companhia de aviação enviou por e-mail para minha filha o código de reserva das passagem e a operadora do cartão de crédito me confirmou – por celular – seu pagamento. Ok! Tudo certo.
Vamos ao próximo passo: fazer o check-in, procedimento corriqueiro e fácil, não é mesmo? Só que não – o corriqueiro e fácil procedimento transformou-se num pesadelo do qual era impossível despertar. Foram seis telefonemas que duraram entre 13 e 18 minutos cada um, nos quais as atendentes com aquela “simpatia-encomendada-e-voz-quase-de-bruxa” afirmavam que ainda havia que ser “analisada” a compra por ser cartão de crédito de outra pessoa e isso duraria duas horas, mais ou menos. De nada adiantava dizer que a operadora do Credit Card já havia confirmado a compra e que a outra pessoa era parente muito próximo, a progenitora da titular do bilhete – as avianquetes insistiam em dizer “operadora é uma coisa – Avianca, outra…” E tome mais duas horas…
Vale dizer que em todas as ligações era explicado o porquê da viagem – “velório e enterro da minha avó!” A resposta – “já registramos como prioridade”. Numa delas, escancarou-se o desplante, pois a sugestão da atendente chegou a ser hilária: eu teria que ir ao aeroporto levando cópias de minha identidade, cartão de crédito e um documento (que me enviaria por e-mail a Avianca), impresso, preenchido com as informações pedidas e assinado. Faltava apenas a exigência de firma reconhecida…
A essa altura já caia a noite e tomei a decisão de comprar mais passagens de ida e volta em alguma das outras companhias que fazem BSB/RJ. Compraria e daí três dias entraria com um processo contra a Avianca.
Sou impaciente. Minha filha, não. Numa derradeira e já desanimada tentativa foi acionado o SAC da própria companhia aérea e… funcionou!!!!!!!!!!!!!!! A atendente pediu duas horas de prazo, mas resolveu em 10 minutos por conta da prioridade, o que me levou a concluir que as primeiras telefonistas estavam “nem aí” para o funeral da avó alheia, diferentemente da mocinha do SAC que deve ser uma neta adorável, carinhosa e por isso, em curto espaço de tempo, resolveu o problema e então o check in finalmente foi feito.
Ufa!!!!!!!!!!!!! Dormi em paz, dispensei meu advogado (já acionado) e tomei a resolução de tentar ser mais paciente. Mas que foi cansativo, foi. Ufa!
A parte divertida, apesar de tudo, existe – num dos telefonemas, uma das moçoilas atendentes disse que tudo era culpa da Black Friday pois a população (quase) inteira estava “aproveitando a oportunidade” para comprar passagens de avião. Faça-me o favor…