Por fim o encerramento dos movimentados e já passados dias de folga sem sair de casa apenas conferindo a telinha e alterando a configuração do jardim.
Sempre tivemos cães em casa – gostamos de animais e precisamos deles para garantir nossa segurança. Temos três, todos de porte grande e nome de músicos do showbiz: de guarda, da raça doberman, Fiona e Kamasi e, como representante dos cães de caça, o dogo argentino Bowie. Apesar do tamanho, ainda são jovens e, por causa disso, curiosos, gulosos, xeretas, farejam o que veem pela frente e, não raro, roem o que encontram. Durante o dia, ficam soltos pelo jardim tentando descobrir o sabor da grama, dos troncos das árvores e por que não, das folhas e frutas também.
Pois foi numa dessas “fuçações” que descobri ter em casa uma planta que apesar de muito bonita e caríssima, é altamente tóxica – a Cycas Revoluta, também conhecida como Sagu, Palma-de-Santa-Rita, Palma-de-Ramos, Cica. Fiona, num momento “cheira e fuça”, resolveu experimentar o sabor da belíssima inflorescência amarela/alaranjada que a planta tem no meio, uma espécie de miolo aveludado. Com elegância (doberman é extremamente elegante) e sem cerimônia, atacou a planta e abocanhou uma parte do tal miolo, levou para dentro de casa e se instalou confortavelmente para degustar o achado.
Por sorte, eu estava perto e “surrupiei” de sua boca a iguaria. Ainda por sorte, minha filha estava por perto, foi buscar no Google detalhes sobre a planta e a descoberta foi terrível – a cica pode ser masculina ou feminina e seu centro, altamente tóxico, se ingerido, mata num prazo de 12 horas!!!
Mandei cortar a cica e avisei do perigo os meus amigos que têm em casa a planta e animais que adoram ‘experimentar’ flores, folhas e vegetações exóticas. Fica aqui o alerta. Fiona vomitou e creio que por isso o pior não aconteceu.
Agora passo à telinha para arrematar o tema proposto há três semanas – a maravilhosa série Transparent é absolutamente imperdível. É bem feita, provocativa, tem elenco de primeira com atuações impecáveis, enredo que pode ser um soco no estômago dos espectadores sejam eles preconceituosos ou não. É seriado curto, com quatro temporadas de poucos episódios e dá para ver tudo numa sentada.
Já recebeu prêmios em festivais importantes; é assinada pela comediante, escritora e diretora norte-americana Jill Soloway e estrelada pelo premiadíssimo Jeffrey Tambor, além de Judith Light e Gaby Hoffman, apenas para citar três atores. Como todas as séries que se prezam, as duas primeiras temporadas são o máximo. No final da terceira temporada e na quarta, o roteiro deixa um pouco a desejar. Nada que desmereça o conjunto da obra. É coisa de gente grande, como se diz por aí. Recomendo a quem não viu assistir logo porque vem aí, num futuro breve, novas temporadas. Aplaudo de pé!