José Carlos Magalhães Pinto, diretor da Disbrel | Crédito: Divulgação
Fundada em 1971, a Disbrel construiu ao longo de mais de cinco décadas uma trajetória marcada pela tradição, confiança e compromisso com a qualidade. Referência no varejo de equipamentos e acessórios para bares, confeitarias, restaurantes, cozinhas industriais e buffets, o negócio se destaca por oferecer soluções completas que unem eficiência, durabilidade e valor agregado.
Entretanto, o diretor José Carlos Magalhães Pinto conta que a história do negócio começou cinco anos antes, em Goiânia. A empresa Incobar, que também era da família do executivo, atuava no segmento de indústria, comércio, balanças e refrigeração. Naquela época, ele recorda que vinha bastante à Brasília para vender. “Já dava para perceber que Brasília seria uma cidade diferente”, diz. A partir dessa percepção – e também com o incentivo de fornecedores –, a Disbrel saiu do papel e foi inaugurada na capital.
“A primeira loja abriu na 313 Sul, bem na esquina quase de frente para a W3 Sul. Na época, a gente trabalhava com grandes fornecedores, como as balanças Filizola e os balcões Nasser, além de outras marcas que ainda não tinham revendedores bem estruturados e fiéis no Distrito Federal. Então, nós buscamos representar essas empresas e começamos a atuar aqui na praça de Brasília”, recorda.
Segundo José Carlos, o início da Disbrel remonta a um período marcado pela simplicidade e pelo otimismo. A primeira loja era pequena, mas recebia tanta mercadoria que parte dos produtos precisava ser acomodada na calçada, por falta de espaço interno. Para viabilizar a operação, dois funcionários vieram de Goiânia para auxiliar na implantação do negócio. Com o passar do tempo, houve o desligamento gradual da empresa em Goiânia, que acabou sendo repassada a terceiros. A Incobar encerrou suas atividades, enquanto a Disbrel se consolidou em Brasília.
Estar presente em Brasília há tantos anos traz memórias especiais para José Carlos, que acompanhou o crescimento da Disbrel de perto, com a gestão do seu pai. Um dos momentos emblemáticos envolve a distribuição das primeiras balanças eletrônicas do DF. “Foi um marco muito importante para nós. Eu me lembro bem de ir visitar os clientes junto com meu pai e, com o tempo, acabei ficando responsável por essa área. As primeiras balanças eletrônicas eram importadas pelo nosso fornecedor, e os primeiros clientes foram o Dias Noleto – que depois se tornou o supermercado Planaltão – e o supermercado Bem Bom”, ressalta.
Naquela época, José Carlos trabalhava como vendedor externo e, segundo o empresário, era perceptível que regiões como Taguatinga, Ceilândia e Gama, tinham um comércio muito forte. “Eram muitos mercados, mas com um problema comum: tudo ainda era feito com balança mecânica. O pessoal pesava o produto e depois fazia conta no papel, na calculadora ou até de cabeça. Isso tomava tempo, formava fila e ainda dava margem pra erro”, complementa.
Ao notar essa peculiaridade, o diretor indica que a Disbrel passou a atuar mais forte nessas regiões. Segundo José Carlos, à medida que a empresa ia instalando as balanças, o interesse de outros comércios aumentava gradualmente. “Eu andava com uma balança eletrônica no carro e fazia a demonstração ali mesmo”, conta. Para ele, foi uma das melhores fases de sua vida como vendedor. “Cada demonstração virava quase um evento e os clientes viravam amigos, alguns, tenho amizade até hoje”, acrescenta.
Necessidades dos clientes
Ao longo dos seus 55 anos de atuação, a Disbrel passou por muitas transformações. Um dos maiores, segundo José Carlos, estava relacionado ao crescimento natural de Brasília. “A cidade foi se expandindo, surgiram as regiões administrativas, e a gente acompanhou esse movimento. Passamos a visitá-las com vendedores externos e fomos ajustando a forma de atender conforme a cidade crescia e mudava”, comenta. Nesse contexto, a empresa também trouxe uma diversificação no seu portfólio.
“A gente ia vender uma balança e, na conversa, o cliente já perguntava sobre um balcão frigorífico, porque estava montando uma lanchonete ou uma confeitaria. Quando íamos a um açougue, além da balança, ele pedia cortador de frios, moedor de carne ou geladeira”, exemplifica. Atualmente, a Disbrel possui 12 departamentos, que oferecem aos clientes um mix amplificado de diferentes produtos – balanças, maquinários diversos, refrigeração, bebedouros, fogões e liquidificadores, por exemplo.
Três perguntas para José Carlos Magalhães Pinto, diretor da Disbrel:
Quais foram os maiores desafios enfrentados nos primeiros anos da empresa?
Os maiores desafios nos primeiros anos da empresa, sem dúvida, foram o capital e a logística. Naquela época, até existia a possibilidade de descontar títulos nos bancos, mas as despesas eram muito altas. Então era sempre um desafio manter o capital de giro e, ao mesmo tempo, garantir que a mercadoria que o cliente precisava estivesse disponível.
Como o senhor enxerga o futuro do setor?
Eu vejo o futuro do setor – e da própria loja – muito ligado a uma coisa que eu sempre digo: nossos maiores concorrentes somos nós mesmos. O nosso ramo é infinito. Sempre existem novos produtos, novas soluções, novos caminhos. E, justamente por isso, a gente precisa escolher bem para onde vai e como vai atuar.
Claro que hoje a internet é um concorrente forte e é algo que a gente precisa observar com atenção. Muita gente compra on-line, mas, na prática, nem sempre a experiência é boa. Às vezes o cliente compra uma geladeira grande, por exemplo, e quando o produto chega, ele não consegue receber. A transportadora simplesmente deixa na calçada. No nosso caso, é diferente. A gente marca horário, combina direitinho, vai até o local, faz a entrega, monta o equipamento e orienta o cliente. A ideia não é só vender, é garantir que tudo funcione do jeito certo desde o começo.
Que conselho daria para empreendedores que querem longevidade em seus negócios?
Estudem muito o que vocês vão fazer e onde querem chegar. Não tentem ser os maiores do seu setor, tentem ser os melhores. Entendam profundamente dos seus produtos. Todo ramo é infinito. Se alguém tem uma confeitaria e faz uma torta hoje, amanhã pode fazer uma torta para pessoas diabéticas, uma torta mais leve ou até uma receita típica de outro país. As possibilidades são muitas, mas é preciso estudar.
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