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A valorização da ancestralidade

Com início das atividades no Distrito Federal e, atualmente, presença em todo o país, o Instituto Rosa dos Ventos carrega mais de uma década de atuação no cenário nacional. Por meio da cultura e da arte, o projeto surgiu para pesquisar, difundir, produzir e comunicar a essência da identidade brasileira.

Explorando amplamente os segmentos da música, do teatro, da dança, do cinema e da literatura, a corrente criada pela organização converge para o fomento às culturas populares e de matrizes africanas, além dos efervescentes movimentos culturais das periferias do Brasil.

À frente da iniciativa está a produtora cultural Stéffanie Oliveira, que traz em sua bagagem profissional festivais de música e teatro, agenciamento de artistas, montagem de espetáculos, livros, filmes, oficinas artísticas, entre outras criações que têm em seus conteúdos a pluralidade e a riqueza em cultura.

“O Instituto Rosa dos Ventos é um sopro de ancestralidade e resistência que percorre as encruzilhadas do Distrito Federal e seus arredores, semeando raízes profundas na terra fértil das culturas populares, afro-brasileiras e indígenas”, explica a presidente Stéffanie.

Ela pontua que, como um oráculo de tradições, a existência do Instituto Rosa dos Ventos está ancorada no respeito às memórias ancestrais e na urgência de cultivar vida vibrante para os territórios e os corações que mantêm vivas essas heranças.

“Nos últimos 15 anos, esse sonho coletivo desabrochou em festivais de música, espetáculos que reverberam memórias, aulas que dançam entre o aprendizado e a emoção, e redes que conectam artistas e produtores em um abraço de criação e diversidade”, informa.

Stéffanie explica que cada ação do Instituto é uma celebração da vida, uma bússola que aponta para caminhos de arte, união e resistência. Para a sua fundação, a presidente indica que foi levado em consideração a grande encruzilhada que é Brasília. “A maior do Brasil”, diz. “Essa característica quase natural, que também representa um importante símbolo brasileiro, permite e incentiva a percorrer todos os caminhos possíveis da criação artística”, explica.

A Rosa dos Ventos, segundo a presidente do Instituto, enxerga a identidade e a diversidade candanga como um reflexo dessa encruzilhada cultural que é Brasília. Trata-se de uma cidade moldada por pessoas de todos os cantos do Brasil.

“Essa confluência de histórias, saberes e tradições faz da identidade candanga uma das mais ricas e plurais do país, carregando as marcas das culturas populares, afro-brasileiras, indígenas e das periferias”, ressalta.

Fortalecimento da economia criativa

Stéffanie informa que o Instituto Rosa dos Ventos está profundamente imerso no fazer cultural, trabalhando de forma ativa e colaborativa para fortalecer as culturas populares em todas as suas dimensões. “Somos mais do que um catalisador: somos parte integrante das tradições, vivenciando e reproduzindo os saberes ancestrais em ações concretas que mantêm essas culturas vivas e pulsantes”, destaca.

Por isso, ações que fortalecem a economia criativa são abraçadas pela entidade. “Fomentar a cultura criativa é vital, porque ela é a pulsação viva de nossa identidade como povo. A cultura criativa é o espaço onde memórias ancestrais encontram novas linguagens, onde tradições dialogam com a contemporaneidade, criando um ciclo de pertencimento e inovação”, avalia.

No contexto brasileiro, em especial no Distrito Federal, a presidente indica que a economia criativa desempenha um papel transformador, conectado a grupos, artistas, comunidades e projetando vozes que resistem e criam. “Além disso, a cultura criativa tem o poder de gerar não apenas um senso de identidade, mas também oportunidades econômicas, fortalecendo cadeias produtivas ligadas à cultura popular, à arte, ao turismo e à educação”, complementa.

Ao fomentar essa cultura, na visão de Stéffanie, é possível reconhecer o valor das manifestações culturais como ferramentas de cidadania, inclusão e resistência. “Cada incentivo dado à cultura popular é um investimento na construção de um futuro mais diverso, equitativo e repleto de possibilidades para o desenvolvimento humano e social”, finaliza.

Três perguntas para Stéffanie Oliveira, presidente do Instituto Rosa dos Ventos:

Por que o nome “Rosa dos Ventos”?

As razões são várias, mas todas têm relação com caminho, com indicações, com rotas a serem percorridas e navegadas pela cultura popular e afro-brasileira do Cerrado. Uma delas é a proximidade conceitual entre a Rosa dos Ventos e a Encruzilhada. Ambas apontam para a diversidade de caminhos que é característica determinante de nossa identidade como ser criativo brasileiro, ser cultural e artístico.

Quais os projetos realizados ao longo de 2024?

Ao longo de 2024 realizamos o Circuito Candango de Culturas Populares, Territórios Afrocandangos, a 15ª edição do Festival São Batuque, a 5ª edição da Festa das Águas, a Festa das Yabás e o filme Terras Diversas. A expectativa de 2025 é dar continuidade aos festivais de maior representação da Rosa dos Ventos. Ganhamos também a missão de gerir o Carnaval, uma das festas mais representativas do povo brasileiro e que Brasília tem mostrado seu potencial diverso e moderno para essa festa sortida de brasilidade

Qual a importância de fortalecer e celebrar a afrobrasilidade?

Fortalecer e celebrar a afro brasilidade é essencial para reafirmar quem somos como povo e como nação. O Brasil carrega em suas raízes a presença marcante das culturas africanas, que moldaram nossa música, nossa culinária, nossa espiritualidade, nossa forma de enxergar o mundo. Ignorar essa riqueza seria apagar uma parte fundamental da nossa identidade.

Gabriella Collodetti

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