Na década de 1970, surgia, em Brasília, um dos restaurantes mais tradicionais da capital: o Xique Xique. O estabelecimento, cujo nome foi inspirado no cacto comestível do Nordeste brasileiro, 07a. A casa conta com diversos pratos para diferentes tipos e tamanhos de fome. No entanto, a estrela do cardápio é a famosa carne de sol, responsável por 80% dos pedidos do restaurante, acompanhada, principalmente, de porções de arroz, paçoca, macaxeira, feijão de corda, cheiro verde e manteiga de garrafa.
O negócio surgiu a partir da ideia de Rubem Pereira de Lucena, que saiu do município chamado Caicó, no Rio Grande do Norte, e chegou ao Distrito Federal em 1971 para concluir os estudos e conquistar uma vida melhor. Antes do Xique Xique, o seu primeiro investimento foi em uma mercearia, que vendia carnes, verduras e frutas. No entanto, quando surgiu a oportunidade de mudar ramo, com o apoio da sua esposa Maria do Céu Medeiros Lucena, e em sociedade com o seu cunhado José Valle de Araújo, resolveu trazer ao quadradinho candango os sabores do Nordeste.
“Eu sou a segunda geração do restaurante. Quando nasci, já existia o Xique Xique. Estou dando continuidade a todo esse negócio e é muito gratificante. Eu, assim como o meu pai, conquistei tudo o que tenho com esse estabelecimento. Ele [Rubem] era recém-chegado do Nordeste e sentia muita falta da culinária local, de Caicó. Na época, muitos nordestinos também estavam vindo à capital, na mesma situação que ele”, explica.
45 anos depois, Rubem colhe frutos desse negócio. Além das unidades na Asa Norte e Asa Sul, o Xique Xique também conta com uma loja em Águas Claras, construída a partir do novo olhar apresentado pelo seu filho. “Trouxe uma reestilização da marca, onde foi realizado um estudo de mercado e de cardápio. A gente fez um desenho para aquela loja que, agora, está sendo replicada nas outras lojas”, informa Robson.
Ao longo dos anos, o restaurante aprimorou o atendimento, melhorou a estrutura e procurou corresponder às expectativas para melhor atender os clientes. “O Xique Xique se orgulha de ser um patrimônio brasiliense, enraizado em suas origens nordestinas e já na segunda geração da família. Este estabelecimento é o resultado de uma dedicação familiar que, vinda do Nordeste, se estabeleceu em Brasília em busca de novas oportunidades”, ressalta Robson.
Todo o empenho permitiu conquistas significativas ao longo dos anos. Uma delas envolve premiações voltadas à área gastronômica, já que o restaurante foi eleito como o local que possui a melhor carne de sol da cidade. Outra grande conquista para Robson diz respeito ao carinho da população com o Xique Xique.
“Viramos o ponto de encontro de familiares e amigos”, indica. Como próximos passos, ele informa que deseja apostar na expansão da marca para continuar colecionando momentos especiais. “Estamos estudando a possibilidade de uma futura loja no Jardim Botânico”, adianta.
Alimentação consciente
De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 76% dos clientes consideram “muito importante” que bares e restaurantes adotem ações voltadas para a inclusão social, tanto de seus empregados quanto das comunidades ao redor.
Um desses aspectos diz respeito aos cuidados ambientais, presente nos conceitos do ESG, sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança (Environmental, Social and Governance), responsável por destacar a importância de adotar padrões e práticas que dialoguem com um bom desempenho social e ambiental dentro de uma empresa.
Para Robson, o assunto não passa despercebido. “O Xique Xique tem, por exemplo, a sua própria usina de energia elétrica, que faz toda a geração da energia dos restaurantes, além de sempre dar prioridade para produtos biodegradáveis”, pontua.
Para a Abrasel, a adoção dessas práticas precisa ir além de uma demanda de mercado e devem ser compreendidas enquanto parte de um projeto que gere impactos efetivos na preservação do meio ambiente, além de melhorias sociais para a comunidade. De acordo com a entidade, os estabelecimentos devem estar atentos para essa transformação.
Três perguntas para Robson Lucena, proprietário do Xique Xique:
Como surgiu a ideia do restaurante?
Meu pai, Rubem Lucena, recém chegado do Nordeste, sentiu muita falta da comida tradicional nordestina e viu a oportunidade de negócio devido a alta demanda de nordestinos na capital. Com isso, ele abriu a primeira unidade na Asa Norte, em 1979; e a segunda na Asa Sul, em 1980. Chegamos, agora, ao terceiro restaurante, em Águas Claras, inaugurado há três anos.
Quais foram os momentos mais memoráveis da marca?
Em 2022, ainda no período de covid. Foi o nosso maior desafio, ao qual houve a necessidade de fortalecermos, ainda mais, a nossa operação no delivery. Atualmente, conquistamos a posição de maior vendedor de comida brasileira do Centro-Oeste, por meio do iFood.
Como o cardápio evoluiu desde a abertura do Xique Xique?
Com a crescente demanda de pratos para delivery, criamos alguns pratos específicos, como escondidinho de carne de sol. Criamos, ainda, algumas releituras de pratos tradicionais da cidade do meu pai, por exemplo, o picadinho e o strogonoff, ambos com carne de sol.
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