De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o número de startups mais que triplicou no Brasil, de 2015 a 2019, passando de 4.151 para 12.727. O aumento correspondeu a um incremento de 207% do segmento. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o termo “startup” vem da língua inglesa sem tradução oficial para a língua portuguesa, mas pode ser relacionado a uma “empresa emergente”.
O modelo de negócio deste nicho tende a ser escalável, repetível e, além disso, é responsável por trazer ideias inovadoras que provocam impacto na sociedade. Para atingirem um crescimento pleno e rápido, as startups podem contar com as aceleradoras, organizações que apoiam e investem no desenvolvimento e expansão destas empresas, conforme indicado pela Abstartups.
Em Brasília, a Cotidiano atua neste mercado desde 2016. Fundada com o propósito de destravar o capital necessário para o desenvolvimento de empresas de base tecnológica no Brasil, a aceleradora possui, atualmente, mais de cinco mil projetos analisados, mais de 500 times acelerados e 70 startups no portfólio.
“O valor combinado das empresas já superou um bilhão de reais, com mais de R$ 250 milhões captados. Em 2023, fomos reconhecidos pela pesquisa das Empresas Humanizadas, como uma das melhores empresas para o Brasil, no setor financeiro, ao lado do BV e Sicoob”, conta André Fróes, CEO e cofundador da Cotidiano.
Em março, a Cotidiano completou sete anos de atuação. Apesar de ser recente, a aceleradora é considerada uma das mais antigas no Distrito Federal. Para Fróes, por se tratar de uma atividade nova, exige-se uma ampla dedicação. O empresário explica que, no geral, o segmento ainda é relativamente pequeno.
“Em todo Brasil, existem menos de 60 aceleradoras, nos últimos dados da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), entidade que reúne a comunidade das aceleradoras. Nesse cenário, apenas 15% das startups foram aceleradas e/ou receberam algum investimento no país, considerando algo como 15 mil startups”, ressalta.
Ainda que a atuação esteja em processo de florescimento no país, Fróes acredita que os próximos anos trarão o surgimento de novas aceleradoras. “Apesar de ser um trabalho de longo prazo e investimentos altos, diferente do perfil do brasileiro, acredito que teremos novas aceleradoras surgindo e se consolidando por todo o Brasil, sendo mais especializadas e mais próximas umas das outras”, avalia o profissional.
Como é a atuação
Por se tratar de um nicho ainda em expansão, a atuação das aceleradoras pode ser desconhecida para muitos empresários. Froés explica que o papel desses negócios é, justamente, apostar no crescimento das startups. No entanto, para quem está dando os primeiros passos na área, o investimento pode ser determinante para o êxito do negócio.
Isso porque, na prática, as startups conseguem acelerar a construção da visão e do aumento da capacidade de execução das empresas. De modo geral, deixam o diferencial competitivo claro e direto. “Em 3 meses, nós estabelecemos, em conjunto, uma métrica de sucesso. Definimos um objetivo de crescimento e dimensionamos o esforço e tempo para atingir o alvo” , contextualiza o empresário.
Considerando essa métrica como base da formulação do valor da empresa, a Cotidiano ajuda as lideranças desses times a atingirem seus objetivos experimentando hipóteses de crescimento de forma sistematizada.
Com isso, segundo Fróes, as aceleradoras apoiam a construção de uma tese de captação e saída para os investidores e orientam a importância do fortalecimento de uma cultura empreendedora voltada para geração de valor mensurável. “Outro ponto importante, as aceleradoras também ajudam na força de atração e retenção de talentos das startups”, destaca.
Três perguntas para André Fróes, CEO e cofundador da Cotidiano:
O que é necessário para fazer uma startup decolar?
Para decolar a startup precisa de um time muito bom, um problema claro, uma solução possível, um perfil de cliente ideal, uma máquina de vendas e vários clientes identificados com o perfil ideal inclinados a pagar ou consumir.
Para mantê-la, é preciso encantar o cliente, seguir encantando por um bom tempo com um bom produto e uma ótima experiência. Ausência de dinheiro pode ser um elemento crítico para a restrição do crescimento.
Como a Cotidiano avalia as startups da capital?
A densidade de startups no Distrito Federal vem aumentando. Estimam-se mais de 900 startups na região. Considerando apenas as Edtechs, foram mapeadas pouco mais de 100 startups aqui na cidade no último censo realizado pela EdtechMeetup. Quanto maior a entrada de novos empreendedores, maiores as chances de se encontrar startups vencedoras.
As startups brasilienses têm chamado atenção no cenário nacional. Recentemente, o caso da saída da Bx Blue, corretora de crédito consignado, adquirida pelo PicPay e a captação de R$ 100 milhões da Origem Motors, agitaram os bastidores dos empreendedores e colocaram o DF na pauta. Casos reais que inspiram quem está na batalha do dia a dia.
Quais inovações do mercado a Cotidiano tem acompanhado?
A gente tem olhado muito para a fronteira de sistemas de gestão. Estamos observando como gestores estão tomando decisões sobre a gestão de seus times, como estão fazendo o acompanhamento do sucesso dessas equipes, como estão alocando seus recursos e como essa informação está fluindo dentro das organizações.
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