Atuando em parceria com organizações do setor produtivo e da sociedade civil para participar ativamente do planejamento econômico sustentável de Brasília, o Conselho de Desenvolvimento Econômico (Codese/DF) surgiu em 2017 com o envolvimento de mais de 50 entidades da região.
“Foi criado nos moldes já existentes de algumas cidades brasileiras, como Maringá, município do Paraná, com o objetivo de propor e acompanhar a execução de políticas públicas por parte do Governo do Distrito Federal (GDF)”, explica Leonardo Oliveira de Ávila, presidente do Conselho.
De caráter propositivo e consultivo, o Codese/DF é organizado em seis eixos de desenvolvimento, formados por 18 câmaras técnicas setoriais — compostas por especialistas, acadêmicos, entidades, associações, sindicatos, técnicos, servidores públicos, profissionais liberais, empresários e, também, membros voluntários da comunidade.
“A gente se dedica a debater questões sociais e econômicas do Distrito Federal com o objetivo central de propor ações efetivas para garantir o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos”, informa.
Um exemplo relacionado à atuação do Codese diz respeito ao documento “o DF que a gente quer em 2040”, elaborado pelas câmaras técnicas do Conselho no ano passado, com a participação da população e da MacroPlan, empresa brasileira de consultoria com sede no Rio de Janeiro e atuação em todo o Brasil.
A proposta foi exposta para oito postulantes ao GDF que, em sabatinas individuais transmitidas ao vivo, debateram com os líderes dos eixos de desenvolvimento do Codese e gestores de câmaras técnicas as principais ações e metas propostas. ”Ao final de cada sabatina, todos os candidatos firmaram o compromisso de executar este legítimo plano de Estado proposto pela sociedade civil organizada”, comenta.
Posteriormente, o retorno da iniciativa repercutiu e foi positivo. De acordo com Leonardo, 86% das ações estruturantes, 74% das iniciativas de curto prazo e 43% das metas finalísticas propostas foram acatadas pela Comissão de Transição do GDF para a gestão 2023-2026.
O primeiro objetivo da ação, na época em que foi veiculada, era de apresentar aos candidatos ao governo do DF, nas eleições de 2022, propostas a serem incorporadas não apenas durante a campanha, mas sim ao longo de todo o mandato.
O segundo objetivo tinha o intuito de trazer à sociedade uma visão estratégica e de longo prazo para levantar políticas públicas necessárias e duradouras a fim de beneficiar a população. Para o Codese, a visão de futuro apresentada no documento visa unir todos em prol de uma melhor qualidade de vida e mais oportunidades para os brasilienses.
De modo geral, o documento frisa a necessidade de Brasília se tornar uma metrópole verde, integrada, criativa e próspera. O Codese também reitera a importância de o DF ser humanizado, inclusivo e feliz, além de se tornar cada vez mais competitivo e com desenvolvimento econômico sustentável.
Aspectos relacionados à resiliência e digitalização também são abordados, assim como há um destaque para o crescimento ordenado, participativo e com mobilidade inteligente, moradia digna e valorização do patrimônio cultural. O fomento ao turismo não fica de fora, visto que o Conselho pontua a necessidade de tornar a região como um dos principais destinos culturais e esportivos do país.
Agenda 2030
De acordo com Leonardo, desde a fundação, o Codese utiliza a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) como referência para a elaboração das ações estratégicas e propostas de desenvolvimento. A agenda define 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para que, até o ano de 2030, o mundo atue no sentido de acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, e garantir que as pessoas desfrutem de paz e de prosperidade.
“O Codese elaborou a primeira versão do documento com ações e metas referenciadas na agenda de desenvolvimento da ONU e00 os 17 objetivos propostos. Segundo a Secretaria de Governo do Distrito Federal, cerca de 82% das ações e metas emergenciais propostas, em 2018, foram executados nos quatro primeiros anos do governo Ibaneis Rocha”, comenta.
Três perguntas para Leonardo Oliveira de Ávila, presidente do Codese/DF:
Como a união do setor produtivo auxilia no desenvolvimento do DF?
A união do setor produtivo com foco no desenvolvimento econômico sustentável da nossa cidade é, reconhecidamente, uma iniciativa que não só auxilia o GDF na elaboração de políticas públicas, mas também promove — por meio da parceria entre as empresas e o intercâmbio de boas práticas — o crescimento e a expansão da economia local, gerando emprego e renda para o Distrito Federal e região.
Qual a expectativa do Conselho para este ano?
Com o nosso projeto “O DF que a gente quer”, foi criada uma agenda com indicadores de desenvolvimento, sob a qual trabalharemos continuamente e em parceria com o poder público para o atingimento de metas que promovam melhorias reais para a população.
Em continuidade aos trabalhos de elaboração do documento, está sendo implantado um modelo de governança para acompanhar a execução das ações propostas pelo Codese e incluídas no novo Plano de Governo do DF, bem como, também para monitorar os principais índices de desenvolvimento socioeconômico da nossa cidade.
Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelo DF atualmente?
Temos maiores necessidades nos indicadores das áreas de saúde e educação, onde temos propostas concretas no documento elaborado e entregue ao Governo do Distrito Federal (GDF).
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