Em outubro deste ano, a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) divulgou o relatório Conjuntura e Comércio Externo do Setor de Móveis. Com intuito de examinar mensalmente os percentuais do segmento, a entidade indicou que o consumo aparente de móveis e colchões, no país, foi de 33,1 milhões de peças. O valor representa um aumento de 7% quando comparado a setembro.
Estima-se que, em 2021, os mais de 255 mil empregos diretos, em mais de 18 mil empresas, geraram uma produção estimada de R$ 78,1 bilhões. Nesse contexto, o segmento tem se destacado como um grande contribuidor para a economia do país.
No Distrito Federal, os 25 anos de atuação da Hill House no setor moveleiro consagram a empresa como um expoente para movimentar economicamente a região. Entretanto, a marca se tornou também uma das precursoras em divulgar designers brasileiros, tanto renomados, como Sérgio Rodrigues e Bernardo Figueiredo, como jovens que passaram a produzir design autoral.
A história da Hill House começou, em 1997, com a revenda de móveis de alta qualidade da empresa italiana Cassina. Entretanto, com a saída do empreendimento do Brasil, houve a necessidade da busca de um novo perfil para a loja.
“A partir do meu conhecimento e relacionamento com designers brasileiros, fruto de uma experiência prévia de 15 anos no mercado moveleiro, iniciamos uma nova fase, com a formação de um mix preferencialmente nacional em um pequeno espaço de 64m²”, conta Carlos Alberto Mendes de Oliveira, proprietário da Hill House.
Na época, a produção neste setor ainda era escassa e incipiente, o que deixava lacunas na composição da carteira da Hill House. Para mudar essa realidade, Carlos Alberto apostou em um período intenso de pesquisas e buscas por produtos que atendessem as necessidades da loja.
“Foi na época em que o desenho autoral brasileiro começou a ganhar espaço com o redescobrimento de importantes designers da década de 50 e 60, como Sérgio Rodrigues, Geraldo de Barros e Bernardo Figueiredo. O mercado passou a aceitá-los bem. Até então, as nossas fábricas não tinham nenhum interesse no mobiliário brasileiro autoral”, explica.
Nesse cenário, o design brasileiro ganhou maior aceitação do público e o produto autoral cresceu significativamente, assim como a Hill House, que acompanhou todo crescimento do mercado, apostando na inovação do nicho no DF.
“As lojas locais tinham duas características: eram magazines ou pequenas lojas mais exclusivas, porém, tímidas, em comparação com outras regiões, como São Paulo. Foi então que nasceu o projeto para transformar a Hill House em uma loja que fosse capaz de existir competitivamente em qualquer grande centro”, ressalta.
Há dois anos, a Hill House inaugurou um espaço de 700m² para acolher produtos da marca para mostrar as linhas Lighting, de iluminação; Living, estar, jantar e office; e, a mais recente, Outdoor, voltada a jardim, piscina, praia e campo. Atualmente, todo o seu espaço da loja corresponde a mais de 1.200m², localizados no Casapark (SGCV Sul Lote 22).
No ambiente, Carlos Alberto dedica três localidades da loja para marcas específicas. A primeira, voltada ao Estúdio Bola, visa um público mais jovem. Já o segundo trata-se de um espaço voltado ao Jader Almeida, que vem a ser o mais importante designer brasileiro da atualidade. “Hoje, a marca responde por 55% das vendas totais da Hill House. Quinze anos atrás, esse valor correspondia a apenas 5% das vendas da loja”, diz o empresário.
Por último, a Hill House possui um espaço destinado às multimarcas, onde são apresentados os produtos dos designers que deram início à história do design brasileiro junto com novos e talentosos designers. Na área, a loja busca reunir arte e design em um mesmo espaço. “É uma questão de conceito da marca, uma tradição herdada das lojas de nomes importantes do design que sempre fizeram exposições de arte com a mostra de mobiliários”, completa Carlos Alberto.
No que diz respeito às tendências do segmento, o empresário acredita que a assinatura e a autoralidade no mobiliário se tornaram importantes. Dessa forma, a expectativa, com o amadurecimento do ramo, é consolidar o aparecimento de marcas nacionais fortes, apresentando uma linguagem identificada com nichos específicos de mercado.
“Diferente de outros ramos, como o da moda, o mobiliário tem ciclos mais longos de tendências e isso é o que deve se fortalecer no próximo ano. Não se trata mais de apenas um produto ou outro e, sim, um conceito”, avalia
Três perguntas para Carlos Alberto Mendes de Oliveira, proprietário da Hill House:
Qual a importância de valorizar as obras mobiliárias brasileiras?
Valorizar a criação brasileira é aceitar a nossa capacidade criativa e produtiva e, acima de tudo, apreciar a nossa cultura.
Como a sustentabilidade está presente na Hill House?
Tanto a madeira utilizada no mobiliário é obrigatoriamente certificada, vindo de plantio ou manejo sustentável, quanto o desenvolvimento tecnológico têxtil, que vem trazendo cada vez mais opções de tecidos de materiais reciclados.
Por que a arte, no espaço pessoal e profissional, faz diferença no que diz respeito à decoração?
Tão importante quanto a autoralidade no projeto de arquitetura e no mobiliário, a complementação da decoração merece o mesmo. Como dizia Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta”.
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