Nesta época do ano, milhares de crianças estão felizes com o presente mais fofo que papai Noel poderia dar: um bichinho. Essa alegria, porém, vem acompanhada de grandes responsabilidades. A primeira atitude quanto ao novo membro da família é levá-lo ao veterinário. O profissional verificará se o pet está saudável e prescreverá as primeiras vacinas e vermifugação.
Outra preocupação imediata é ensinar o pet a usar o “banheiro”, de modo a evitar mau cheiro e sujeira. Para donos de cães que moram em apartamentos menores, o veterinário Edson Júnior recomenda tapetes higiênicos.
“Há várias opções no mercado, incluindo descartáveis e laváveis. Eles têm ferormônios que chamam a atenção dos animais”, explica. Os gatos, por sua vez, costumam se adaptar facilmente à caixa de areia.
À parte o aspecto higiênico, os tutores de primeira viagem logo precisam estabelecer uma rotina de passeios (no caso dos cães). As saídas costumam coincidir com as necessidades fisiológicas dos bichos, mas seus benefícios vão muito além. “Essa regularidade é útil, principalmente, quando o dono do pequeno não pode ficar com a mascote o dia todo e tem que deixá-la sozinha”, esclarece Edson Júnior.
O veterinário alerta ainda para as doenças mais comuns dos filhotes que chegam ao seu consultório: pavavirose canina, cinomose, giardíase canina, entre outras. Ele aconselha aos donos pedir um exame de sangue completo do animal. “Antes de pensar na caminha, na roupinha e no nome, o ideal é correr para o consultório para verificar a saúde do bicho”, aconselha.
A cirurgiã-dentista Stephany Castro, 21 anos, ganhou a shih-tzu Catarinna da sua mãe — a mascote anterior a ela, da mesma raça, havia sido roubada há cerca de um ano. Desde que chegou à casa de Stephany, Catarinna é cuidada com todo amor e atenção: as vacinas estão em dia e até a água da tigela é servida gelada em dias de calor. Fazem parte da sua alimentação ração, carne, verduras e petiscos.
Quando Catarinna ficar prenha, Stephany planeja doar os filhotes para seus sobrinhos. “Não daria para qualquer criança, porque temos o hábito de supervisionar e de impor a responsabilidade nelas, o que talvez não ocorra em outra família”, diz.
Adestramento
O veterinário Edson Júnior ressalta que não se deve brigar e, muito menos, bater no animal quando ele for custoso. O bicho achará que a “arte” é uma forma de chamar a atenção. “O ideal é ensinar a atitude desejada para o pet e, quando ele agir corretamente, dar petiscos como um reforço positivo”, ressalta. Dependendo do caso, ele aconselha a procurar um adestrador, que saberá identificar os pontos a serem trabalhados.
Fruto de um resgate
A fotógrafa Amina Freitas, 22 anos, tem em casa três cadelas: a Sophia (pinscher), a Zara (labrador) e a recém-adotada Diana (vira-lata). Diana tem cinco meses e um histórico emocionante: a mãe dela foi resgata da rua por uma conhecida de Amina. A cadela, mestiça da raça dachshund, estava prenha. “A mãe da Diana aparenta ter 6 anos de idade. Ela foi acolhida e cuidada até o nascimento dos filhotes. Idosa, tiveram dificuldade de achar um dono para. Infelizmente, ninguém quer adotar um cachorro mais velho”, lamenta.
Ao saber da história, a Amina Freitas se comoveu e aproveitou a oportunidade para dar um presente muito especial para sua filha, Anya, de apenas 1 ano. “Eu queria muito um filhote para crescer com ela. Fui atrás de diversos grupos de adoção de animais na internet, quando, por acaso, vi a publicação sobre Diana e seus irmãos”, relata.
A vida da Amina sempre foi repleta de cachorros. Quando ela era pequena e filha única, os pais lhe providenciaram companhia canina. A primeira foi Naya, uma cocker que viveu 12 anos. A fotógrafa acredita que a presença de animais é muito importante para a formação e a autonomia das crianças. Porém, sabe que não se dispensa o acompanhamento de um adulto. “As pessoas precisam entender que as crianças não têm capacidade de cuidar sozinhas de animais. Eu dei a Diana para a Anya, que é um bebê, porém a responsabilidade é minha”, garante.
(da Revista do Correio)
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