Uma pesquisa conduzida pelo Centro Universitário do Distrito Federal — UDF, por meio do Programa de Iniciação Científica — PIBIC, analisou o uso da hipnose como tratamento terapêutico para cães que sofrem com o estresse causado por ruídos intensos, como trovões e fogos de artifício. A pesquisa propõe uma alternativa não invasiva para a dessensibilização de cães que apresentam comportamentos de ansiedade e medo diante de sons fortes.
O estudo Uso da Hipnose como aliada terapêutica no tratamento do estresse comportamental de cães sensíveis a ruídos sonoros: trovões e fogos de artifício, selecionou sete animais que manifestavam reações comportamentais e fisiológicas extremas, como choros, tentativas de fuga e até se machucados, além de elevação na frequência cardíaca e respiratória. Cada um dos cães passou por cinco sessões de hipnose, com adaptações específicas da técnica usada em humanos, focando no relaxamento e na modulação do comportamento dos cães. A abordagem incluiu anamnese e mensurações detalhadas dos sinais vitais antes e após a exposição aos ruídos. O estudo também incorporou o uso de uma câmera termográfica para monitorar a temperatura irradiada pelos olhos dos cães, fornecendo um indicador adicional de estresse.
A partir da terceira sessão de hipnose, os cães já demonstravam sinais de redução do estresse, com maior controle dos sinais vitais e diminuição significativa dos comportamentos de fuga e agitação. Helena, tutora da Duda, um dos cães que participaram do estudo, conta que, após as sessões, o comportamento da cadela mudou drasticamente: “A Duda era uma cachorra muito medrosa. Quando chovia, ela ficava andando de um lado para o outro e não parava até acabar a chuva, o que causada um grande estresse nela. Após as sessões, ela passou a lidar melhor com chuvas e ruídos inesperados e até mostrou maior segurança em interações com visitantes e outros animais”, relata.
A pesquisadora responsável pelo estudo, Jardênia Marçal Rosa, aluna do curso de Medicina Veterinária do UDF, destaca a amplitude dos benefícios observados. “Detectamos que a hipnose não apenas contribui para minimizar o estresse associado aos ruídos, mas também ajudou na modulação de comportamentos gerais dos cães. A técnica oferece uma alternativa promissora e acessível para os tutores que enfrentam esses desafios”, explica.
A pesquisa é de caráter pioneiro e apresenta uma grande importância para a medicina veterinária comportamental. “A sensibilidade a sons é uma queixa recorrente entre tutores, afetando o bem-estar dos pets e exigindo alternativas eficazes de tratamento. A pesquisa inova ao adaptar a hipnose, tradicionalmente utilizada em humanos, para animais. Essa abordagem multidisciplinar pode abrir novas frentes para tratamentos não invasivos de problemas comportamentais em animais, ampliando as possibilidades de pets sensíveis a estímulos sonoros, com um impacto potencial significativo no bem-estar animal”, afirma Letícia Batelli, orientadora do projeto.
Para Victor Carnaúba, coordenador do curso de Medicina Veterinária do UDF, a pesquisa expande fronteiras do conhecimento científico, incentivando os alunos a desenvolverem soluções práticas e inovadoras ainda na graduação. “Projetos como esse demonstram a importância da pesquisa dentro do ambiente acadêmico de forma que possamos estimular nossos alunos a desenvolverem pesquisas relevantes para a saúde animal e para a sociedade, estimulando ainda mis o conhecimento e o aprendizado por meio da inovação e dos estudos científicos”, conclui.
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