Com a chegada do verão, os cuidados com os animais de estimação devem aumentar. A atenção ao sol e à hidratação do pet são essenciais, mas a pele e os pelos também exigem certa dedicação. Assim como as pessoas, eles precisam se adaptar ao calor. Pequenas alterações na rotina garantem a saúde dos mesmos. Nessa época do ano, os animais predispostos a reações dérmicas podem desenvolvê-las com mais facilidade, pois o calor intenso diminui a imunidade.Com a chegada do verão, os cuidados com os animais de estimação devem aumentar. A atenção ao sol e à hidratação do pet são essenciais, mas a pele e os pelos também exigem certa dedicação. Assim como as pessoas, eles precisam se adaptar ao calor. Pequenas alterações na rotina garantem a saúde dos mesmos. Nessa época do ano, os animais predispostos a reações dérmicas podem desenvolvê-las com mais facilidade, pois o calor intenso diminui a imunidade dos peludos.
Formado em medicina veterinária, Luis Carlos Pires, 28, é dono da golden retriever, Clara, que, além de sofrer de hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo — problemas hormonais que têm manifestação também na pele —, foi diagnosticada com dermatite atópica.
Mais frequente em cães peludos, os sintomas da alergia se iniciam, normalmente, durante os três primeiros anos de vida do animal, sendo as lesões na pele as principais manifestações. Clara, por exemplo, é tratada da dermatite com alimentação natural e acupuntura e, apesar de a resposta aos medicamentos ser boa, durante o verão a coceira é intensificada. “A vermelhidão na pele também piora nos dias mais quentes, por isso, procuro fazer a tosa coincidir com as épocas de altas temperaturas”, comenta o tutor.
Entre os cuidados no verão, Luis Carlos opta por usar sabonete especial de germe de trigo, que não causa irritação à pele. Após o banho, um hidratante de uso veterinário ou sabonete a base de neem (planta asiática que possui atividade curativa) também auxiliam nos cuidados. “Costumo dar pedaços de maçã, banana e pepino nos dias mais quentes, pois eles aliviam o calor e ainda ajudam na limpeza dos dentes.” Apesar de a prática não ser padrão para a raça de Clara, os pelos são sempre tosados para facilitar os cuidados e a visualização da pele.
A dermatóloga veterinária, Bruna Rezende, reforça que o calor pode desencadear novas alergias ou piorar as já existentes. “Se o bichinho estiver se coçando muito, é bom ficar atento e levá-lo ao veterinário.” Por ser uma época de fácil transmissão de doenças como fungos e sarnas, o ideal é que cada pet tenha seu próprio kit para banho, com toalha e escova de pelo.
Cães albinos ou de pele branca merecem ainda mais atenção durante a estação. Devido ao calor intenso e a pele mais sensível, doenças como queimaduras são um grande perigo. Dessa forma, os tutores devem sempre manter os pets longe da exposição ao sol, mesmo que, devido à falta de calor no corpo, eles insistam em ficar.
A border collie, Mel, sofre no verão. A grande quantidade de pelos levou a tutora e estudante Renata Bernabé, 23, a optar pela tosa. “Eu gosto de tosá-la porque ela fica muito ofegante quando faz exercícios. Como a pelagem é muito longa, dá para perceber que ela se sente mais confortável.” O pelo mais curto facilita a troca de calor, que acontece por meio do contato do corpo com o chão e principalmente pela respiração do animal. Tosar é, sim, uma ótima opção para os cães que ficam do lado de fora de casa. Porém, animais que possuem pelagem dupla — pelo e subpelo —, não devem ser tosados muito curto, pois há o risco de os pelos não crescerem normalmente outra vez.
Recentemente Mel apresentou algumas lesões no focinho, e Renata, desconfiando do calor em excesso ser a causa, levou a cadela ao veterinário. Após a consulta, a recomendação foi para que Mel não ficasse exposta ao sol entre 10h e 16h. “Sempre evitamos brincar com ela por volta das 12h, porque os cães têm mais dificuldade de controlar a temperatura corporal, o que pode levar à hipertermia (elevação da temperatura do corpo).” Mesmo com toda a preocupação, Renata não evita cuidados extras — quando a brincadeira é no sol, a tutora costuma molhar um pouco o corpo de Mel para ajudar na termorregulação (regulagem da temperatura do corpo). Além disso, Renata se mantém sempre atenta a solos muito quentes, para evitar que machuque as patinhas da pet.
A dermatóloga veterinária Carolina Ferraz afirma que queimaduras nos coxins — parte fofinha da pata do animal — são muito comuns em dias de sol forte. “É muito importante escolher horários mais frescos para os passeios, assim, a hipertermia e esse tipo de lesão são evitados.” Caso o dono desconfie de alguma reação devido ao calor, vale verificar os espaços interdigitais (entre os dedos), a fim de procurar por áreas de vermelhidão. “Sempre procure um médico veterinário de confiança logo nos primeiros sintomas”, ressalta Carolina. Para os que gostam de vestir os pets, a indicação é que o animal use as roupinhas somente para dormir. Se ele passar muito tempo com a roupa no calor, o corpo pode superaquecer e, na pior das hipóteses, levar o animal a óbito.
Temperatura subiu?
Evite longas caminhadas, principalmente no período entre 10h e 16h, quando o sol está mais quente.
Fique atento às pulgas e carrapatos que, durante o verão, são de fácil proliferação.
Sempre deixar o pet em um espaço que tenha bastante sombra e água fresca.
Evite viagens longas ou mantê-los dentro de um carro parado.
Sempre disponibilize água fresca para o pet.
A tosa é uma ótima opção para aliviar o calor e evitar a contaminação por parasitas.
Evite o uso de perfumes para não desencadear alergias.
A frequência ideal de banho é a cada 15 dias.
Cuidado com brincadeiras na piscina! Caso o animal beba muita água com cloro, problemas gastrointestinais podem ser desencadeados.
(da Revista do Correio)
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