O comportamento do cão depende de vários fatores — desde a raça e porte do animal, até fatores ambientais, comportamento do tutor e estímulos que recebe para que obedeça a comandos e seja sociável com humanos e outros animais.
“A personalidade do tutor influencia muito no comportamento do cão, mas em geral são questões multifatoriais. Por isso, antes de iniciar o adestramento, é fundamental identificar as causas daquele comportamento. Para isso, é preciso avaliar a rotina do animal, e o comportamento do tutor e familiares. Após essa análise, são apresentadas soluções para inibir tais hábitos indesejáveis do cão”, explica Cleber Santos, adestrador, especialista em comportamento animal e proprietário da ComportPet.
Segundo o especialista, existem alguns comportamentos que podem e devem ser corrigidos. “Os hábitos que devem ser mudados são aqueles que colocam o animal em risco, ou que prejudicam o convívio do pet com o tutor, ou com outros animais e humanos em locais públicos, por exemplo”, explica Cleber.
Ele traçou alguns perfis de cães, e listou dicas para lidar com cada um deles. “Lembrando que são recomendações gerais, mas cada caso deve ser avaliado individualmente. Por isso, é sempre indicado procurar um profissional”, alerta.
Cão Fujão
Quando você está passeando com o seu cachorro, ele tem o costume de tentar fugir para longe de você? Cleber explica que há dois motivos principais que podem levar o seu amigo de quatro patas a ter esse tipo de comportamento.
“Barulhos intensos – como de fogos de artifício, sirenes e trovão- costumam deixar o cachorro com medo e com vontade de fugir do local em que está. Se em alguma situação dessas ocorreu em sua casa e seu cão tentou fugir, saiba que isso é comum. É possível dessensibilizar o cão a alguns sons”, explica.
Já um cão que passa o dia todo amedrontado e tentando fugir, já não apresenta um comportamento normal. “Nesses casos, muitas vezes o medo constante pode ser causado por algum trauma quando o cão ainda era filhote. Isso é comum entre os cães que são adotados, e muitas vezes sofreram maus-tratos. Nesse caso, é preciso procurar um profissional para um trabalho de dessensibilização. Florais também costumam ser benéficos”, diz.
FuraCÃO
Se o seu pet é do tipo que faz uma verdadeira bagunça em casa quando você dá as costas ou o deixa sozinho em casa por algum tempo, os motivos podem ser diversos. “A destruição de móveis e objetos pode ser causada pela própria solidão, ou até mesmo pela ansiedade de separação”, comenta Cleber.
“Deixar brinquedos, ossos, petiscos para distrair o cão enquanto fica sozinho é uma boa alternativa. Espalhar roupas velhas pela casa para que ele possa sentir o cheiro do tutor, e dessa forma ficar mais calmo, é outra opção”, explica.
Caso o cão não se adapte de forma alguma a ficar sozinho, mesmo com essas medidas e com adestramento, pode ser uma alternativa investir em um day care. “Na creche, o animal terá a oportunidade de interagir com outros cães, gastar energia, e não se sentirá sozinho nem sentirá tanta falta do tutor”, sugere.
Nervosão
A agressividade é outra questão séria enfrentada por donos de pets. Segundo o especialista, há diversos motivos e graus de agressividade de um cão, e para um diagnóstico é preciso fazer um estudo do comportamento do animal.
Mas é bom os tutores saberem que, mesmo que o cão já seja adulto, o comportamento pode ser corrigido. “Muitas vezes o animal apresenta esse comportamento por nunca ter se socializado com outros cães. Por isso, reagem com agressividade ou medo por não saberem o que fazer, pois é uma situação que os desconcerta e produz reações indesejadas”, diz Cleber.
Além da socialização, há outras formas de reabilitar o animal: adestramento, treinos de obediência e musicoterapia, técnica que utiliza a música e a cada dia vem sendo mais utilizada para acalmar os animais.
Cão Teimosão
Se o seu cachorro é filhote, ou até mesmo adulto, e ainda não aprendeu a fazer as necessidades no lugar correto, não se desespere. Com paciência e as técnicas adequadas, é possível reverter esse comportamento.
“Muitas vezes isso acontece por que os donos não ensinaram ao cão, da forma certa, qual é o lugar adequado. Um erro recorrente, por exemplo, e trocar o jornal de lugar todos os dias. Para que o animal aprenda, é preciso definir um ambiente fixo, e que não seja próximo da comida ou do local em que ele dorme Os animais não fazem as necessidades perto dos potes de água e de comida”, explica Cleber.
Uma boa técnica é utilizar atrativos para o cachorro entender que ali é o local certo para as necessidades. “Sempre que ele fizer no lugar certo, o dono pode recompensá-lo com um petisco ou carinho”, recomenda.
Outro ponto que auxilia é a rotina definida de alimentação. “O cachorro não pode comer o dia todo à vontade nessa fase de aprendizado, pois o organismo entende que é necessário ir ao “banheiro” várias vezes ao dia, e isso pode prejudicar. O filhote deve comer três vezes ao dia, e o cão adulto duas vezes”.
Cão Quietão
Outro perfil de cão que costuma preocupar os tutores é o cão que é acuado demais, com um comportamento apático e pouco entusiasmado. “É aquele cão que não brinca, não faz festa, interage muito pouco com os donos”, explica.
Se o animal nunca foi apático e passou a ser, antes de mais nada o tutor deve levar o cão ao veterinário para investigar a possibilidade de alguma doença. Caso não seja identificado nada físico, o problema pode ser comportamental.
Segundo o especialista, esse tipo de comportamento costuma ser causado por falta de estímulos, solidão e pouca interação com humanos e outros animais. “Cães que passam longas horas sozinhos em apartamentos, sem ter o estímulo físico e mental adequados, pode tornar-se apático, e até mesmo entrar em depressão”, alerta Cleber.
Nesses casos, para reverter o problema, são indicadas atividades em grupo, com outros cães, em que o animal possa interagir e ser estimulado. “Deixar o animal em um day care enquanto o tutor trabalha pode ajudar muito nesses casos, pois ele será integrado a uma matilha e poderá passar a interagir e ser mais entusiasmado através do contato com os outros animais”, indica Cleber.
“A musicoterapia também ajuda muito nesses casos. Na própria creche, o animal é integrado a brincadeiras em grupo, músicas animadas e outras atividades que podem amenizar ou solucionar o quadro de apatia”.
No mês de conscientização do autismo, o Instituto Adimax comemora os avanços proporcionados pela formação…
A gravidez é um momento delicado para humanos e pets. Durante toda a gestação do…
Com a morte do golden retriever Joca, devido a um erro logístico de transporte de carga…
Tratado em clínica universitária, que cobra preços simbólicos pelo atendimento, cachorrinho resgatado das ruas de…
De acordo com levantamento do Instituto Pet Brasil, realizado junto ao IBGE, o Censo Pet apontou que os brasileiros têm hoje mais…
No outono, os cuidados com os pets devem ser redobrados e são muito importantes para…