Leishimaniose tem tratamento, mas não tem cura

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Campanha esclarece sobre a leishmaniose visceral canina, doença sem cura. O Brasil está entre os seis países que concentram 90% dos casos

Vacinação é uma das maneiras de prevenir a doença Crédito: Reprodução

A doença, cuja transmissão está ligada à picada do “mosquito-palha”, é um dos principais motivos para o sacrifício de cachorros em todo o país. No entanto, a ciência está empenhada no tratamento da enfermidade também nos animais – até então, sem cura –, permitindo que o pet leve uma vida normal ao lado do tutor.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Leishmaniose Visceral Canina está presente em mais de 88 países do mundo. O Brasil, por sua vez, está entre os seis países que detém 90% dos casos. Antes restrita à área rural, a doença se expandiu para os grandes centros urbanos, tendo em vista as alterações ambientais (como, por exemplo, o desmatamento) que facilitam o deslocamento do inseto transmissor.

Pensando nisso, a PUC Minas, por meio do Centro de Estudos em Clínica e Cirurgia de Animais (Cecca) de Betim, criou o “Agosto Verde”, em 2017. A campanha visa reforçar a importância da prevenção à doença infecciosa, em que alguns dos sintomas são lesões de pele, anemia, insuficiência renal, emagrecimento, crescimento das unhas e alterações oculares.

“Essa doença acomete desde animais domésticos e silvestres, até o homem. No ambiente urbano, o cão é a principal vítima do flebotomíneo, como é chamado também o inseto”, conta o especialista em imunologia e doenças infecciosas Paulo Tabanez, que é diretor da Clínica Veterinária Tabanez.

Ainda segundo Tabanez, a transmissão do protozoário Leishmania ocorre pela picada do inseto. “É bom deixar claro que o cão não transmite a infecção diretamente para o ser humano. A eutanásia não é uma forma de controle eficaz ou adequada. Há tratamento e o primeiro passo é a avaliação do veterinário e um diagnóstico adequado”, afirma.

Agosto Verde – A 3ª edição da campanha “Agosto Verde” foi lançada na primeira semana deste mês, e é uma iniciativa pioneira no Brasil. No Distrito Federal, há clínicas oferecendo condições especiais durante todo o mês, para estimular e ampliar a prevenção e o combate à doença.

Tratamento – No final de 2016, o Milteforan ® foi aprovado pelo Ministério da Agricultura para o tratamento de Leishmaniose Visceral. A droga, por sua vez, é exclusiva para uso em cães e ajuda a controlar o parasitismo. Ela soma aos protocolos terapêuticos e deve ser utilizada com cautela, sendo prescrita apenas por médicos veterinários e para animais em acompanhamento.

“É importante ressaltar a importância do médico infectologista para auxiliar no diagnóstico correto e, também, no tratamento adequado de animais com leishmaniose”, recomenda o veterinário.

Confira algumas dicas de prevenção:

– Uso de repelentes na forma de coleiras ou pipetas;

– Vacinação contra Leishmaniose;

– Instalação de telas de proteção nas residências;

– Limpeza dos ambientes, evitando, assim, o acúmulo de matéria orgânica;

– Evitar passeios no final do dia.

Paloma Oliveto

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