por Ailim Cabral, da Revista do Correio
Diante da baixa umidade registrada no inverno candango, os donos de pets precisam ficar atentos. A regra de ouro para os humanos é a mesma para felinos e caninos: reforçar o consumo de líquidos
Cilmara Bezerra e a mascote Maia: a cadelinha tem problemas dermatológicos a cada estação seca. Foto Zuleika de Souza/CB/DA Press
Presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais do Distrito Federal (Anclivepa-DF), Bruno Alvarenga dos Santos explica que os gatos costumam beber menos água que os cães e precisam de um estímulo maior. Uma dica é ligar uma torneira ou mangueira e oferecer água corrente aos bichanos nos momentos mais secos do dia.
O especialista também recomenda que a alimentação dos animais tenha mais elementos pastosos e líquidos. “Além de alimentar cães e gatos com aquelas pastinhas, podemos fazer picolés com elas, para os dias mais quentes. É só misturar o alimento com água e colocar nas forminhas de gelo. Além de eles comerem mais e melhor, divertem-se e fogem um pouco da prostração”, diz Bruno.
De acordo com Josélio Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, é preciso ter um cuidado extra com as mascotes de pequeno porte. “Elas costumam ingerir uma quantidade menor de líquidos e podem sofrer desidratação se não houver a ingestão reforçada nesta época, em que Brasília tem a umidade relativa do ar muito baixa”, reforça. Os idosos e os filhotes também fazem do grupo de risco.
A auxiliar de veterinária Cilmara Bezerra, 38 anos, abriga 44 gatos e 13 cachorros e conta ter cuidados especiais com todos eles durante o período da seca. “Sempre coloco gelo na água deles: além do frescor, eles fazem disso uma brincadeira. Também coloco soro fisiológico no focinho e nos olhos dos cachorros, e faço nebulização quando eles têm dificuldade para respirar”, detalha.
Cilmara oferece lar temporário para muitos bichos. Como protetora, tenta proporcionar os mesmos cuidados dispensados a crianças pequenas. Nessa triagem, encaminha os doentinhos ao veterinário. Esse é o caso de Maia, uma vira-lata de 2 anos que apresenta problemas de pele toda vez que a umidade baixa.
Maia tem feridinhas pelo corpo causadas pela desidratação. Apesar de usar um xampu especial e protetor solar, os machucados sempre reaparecem nesta época do ano. “Os veterinários passam remédios e dicas para amenizar, mas não tem jeito. É só a estiagem chegar que ela começa a ter tudo de novo”, afirma.
Alguns animais mais sensíveis podem apresentar condições mais sérias. Olhos secos e vermelhos, sangramentos no focinho, e problemas de pele como o de Maia não são resolvidos apenas com a ingestão de líquidos. Não hesite em levar os amiguinhos ao veterinário. “Além das visitas de rotina, os donos devem procurar também profissionais especializados, como veterinários oftalmologistas e dermatologistas”, completa Bruno.
O período mais seco, além de todos os problemas já citados, traz mais um perigo: a proliferação de parasitas. Portanto, o controle de pulgas e carrapatos não pode ser deixado de lado.
Dicas:
Oferecer água fresca aos pets. No caso dos cães, é interessante congelar água dentro da vasilha para que ela fique fria por mais tempo. Para os gatos, vale comprar uma fonte de água corrente ou deixar uma torneira da casa gotejando.
Preparar picolés para os pets. Eles podem ser feitos com frutas, legumes e pastinhas de ração.
Escolha bem os horários de passeio. Prefira o início da manhã e o fim da tarde. Nada de expor a mascote ao sol a pino.
Invista em banhos de piscina (cuidado com a quantidade de cloro) ou no lago. Os banhos no pet shop não são a mesma coisa, pois o xampu e o sabão removem a oleosidade protetora da pele e dos pelos. Banho de verdade, no máximo uma vez por semana.
Experimente borrifar água nos cachorros ao longo do dia. Os gatos não gostam desse carinho!
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