De olho nos olhinhos

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Cães e gatos também podem ter problemas oftalmológicos. Tratamento rápido é essencial, para evitar cegueira

Charlotte precisou usar cone durante a recuperação. Crédito: Arquivo pessoal

Assim como os humanos, os pets podem desenvolver problemas relacionados à visão.  Como não é possível verificar a acuidade visual dos animais, os testes se baseiam em avaliar se eles possuem visão de movimento e luminosidade. Além disso, durante o exame clínico o veterinário especialista verifica problemas na retina, lente e córnea que podem levar à cegueira. Conforme a oftalmologista veterinária Juliana Fischer, do Hospital Veterinário Amizade, em Jaraguá do Sul, fatores externos e também defeitos anatômicos podem provocar diversas doenças.

Por isso, é preciso estar atento aos sinais. “Os olhos não esperam. De um dia para o outro o quadro pode se tornar irreversível”, enfatiza. Entre os problemas mais comuns nos cachorros,  estão as úlceras de córnea, o chamado “olho seco” e alterações nas pálpebras que levam a problemas de córnea. Algumas raças, como as braquicefálicas, e outras como Chow Chow, Fila e Shar Pei, são mais propensas a doenças oculares.

A maltês Charlotte, 1 ano e 7 meses, já apresentou problemas oftalmológicos nos dois olhinhos, por causas distintas. “Na primeira vez, ela teve uma úlcera no olho direito. Ela usou um xampu especial para a pele, passou a pata no olho e acabou ferindo. O olho inchou e não abriu mais”, conta a tutora, Renata Rezende. Charlotte foi medicada na emergência veterinária e, depois, encaminhada a um oftalmologista. “Se não tivesse corrigido a tempo, teria ficado cega”, diz Renata. Na segunda vez, a maltês friccionou o olho esquerdo na caminha. O tratamento foi igual: colírio antibacteriano humano, receitado pelo especialista.

Os gatos também estão suscetíveis a problemas nos olhos. No universo dos felinos, é comum que doenças infecciosas, como a rinotraqueíte, cause problemas. Nesta lista, estão as conjuntivites e até as úlceras de córnea. Quando não tratados adequadamente, elas podem levar à cegueira. Naqueles animais que têm FIV e Felv, há, ainda, chances de ocorrerem inflamações dentro dos olhos. “Elas são chamadas de uveítes e podem até alterar a cor da íris e provocar sangramentos intraoculares”, destaca a veterinária.

A especialista também explica que coelhos e aves são, igualmente, vítimas de problemas nos olhos. “Eles podem desenvolver cataratas, o que é comum em canários, e clamidiose, rotineira nas calopsitas, por exemplo”, complementa. Vale ressaltar que todas as espécies podem ser vítimas de tumores oculares.

Saiba mais

– Cães da raça Pug são muito propensos à doença do olho seco. Quase que 100% deles desenvolvem o problema, que começa a dar sinais por volta dos dois anos de idade.

– Em geral, cachorros da raça Shih-tzu possuem alguma alteração de pálpebra.

– Uma grande porcentagem dos cães desenvolve catarata na velhice. Raças como Poodle e Cocker são mais predispostas ao problema.

– De 20 a 30% dos cachorros que se submeteram a tratamento cirúrgico de catarata podem ter complicações, como uveíte e glaucoma.

– É comum em cães braquicefálicos que traumas causem a protrusão do bulbo ocular, ou seja, o olho salta para fora da órbita. Nesses casos, o auxílio veterinário deve ser imediato.

– Os coelhos possuem olhos bastante sensíveis e exigem atenção redobrada.

– A conjuntivite em calopsitas pode ser transmitida para os seres humanos.

– Nos hamsters, todo cuidado com os olhos é pouco. Dependendo de como o tutor os segura nas mãos, os olhos podem saltar.

– Doenças nos olhos podem levar à morte nos casos de infecções intraoculares não tratadas adequadamente.

– Úlceras de córnea geram muita dor e as alterações são facilmente percebidas por um tutor atento.

– Cães e gatos dependem menos da visão do que os humanos. Mesmo com déficit visual, eles podem ter uma vida normal.

Paloma Oliveto

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