Os coelhos são animais adoráveis e populares como animais de estimação, mas muitas vezes seus tutores não estão cientes dos cuidados especiais que eles requerem, especialmente quando se trata da saúde dental. A cenoura, por exemplo, sempre associada ao animal nos desenhos e na lembrança de todos, não deve ser o alimento que ele mais come. A veterinária especializada em pets não convencionais do Hospital Veterinário Taquaral (HVT) de Campinas, Raissa Natali, ressalta a importância de manter a saúde bucal dos coelhos para garantir seu bem-estar geral.
Um problema dentário em um coelho pode desencadear outros desajustes no organismo, impactando negativamente sua qualidade de vida. As disfunções dentárias são bastante comuns e merecem uma atenção especial. Além disso, existem outros fatores que podem levar um coelho a parar de comer, como obstrução gastrointestinal, questões reprodutivas, urinárias, oculares, entre outras.
Diferentemente dos humanos, os dentes dos coelhos crescem ao longo de toda a vida. Eles são da ordem de mamíferos lagoformos cujos dentes não possuem raiz, sendo fixados na gengiva por tecidos germinativos. Em média, os dentes dos coelhos crescem cerca de 1 cm por semana. Portanto, é crucial que eles desgastem seus dentes ao comerem e os alimentos fibrosos são os ideais, como capim, feno e folhas.
Os coelhos possuem um total de 28 dentes, e ao contrário do que vemos nas histórias e desenhos, são seis dentes na frente e não apenas quatro. O crescimento desalinhado dos dentes posteriores pode dificultar a alimentação do coelho. Em alguns casos, pode ser necessário realizar cirurgias para desgastar os dentes posteriores quando eles não se desgastam naturalmente.
Um coelho saudável é aquele que come regularmente, se movimenta livremente e tem uma função intestinal adequada. É altamente recomendável que os tutores procurem um veterinário especializado para obter informações prévias à adoção ou compra do animal, a fim de aprender sobre o manejo correto e o ambiente ideal para o animal viver. “Cerca de 80% dos atendimentos de coelhos que fazemos no hospital são motivados por erro de manejo e falta de informação. Os tutores evitariam essas preocupações se tivessem tido essa primeira consulta antes de ter o animal ou com o coelho ainda bebê”, destaca.
Raissa enfatiza que a ração não deve ser a base da alimentação do coelho, mas sim um suplemento. Ele é um animal herbívoro e a maior parte de sua dieta deve consistir em feno, capim, folhas escuras, ração, legumes e frutas, nesta ordem de prioridade. Outra possibilidade alimentar é a alfafa, porém é preciso ter cautela, pois seu consumo excessivo pode levar a alterações renais, uma vez que os coelhos já têm predisposição à formação de cálculos nos rins.
Restos de comida presos nos dentes podem levar ao acúmulo de bactérias e causar abscessos, o que provoca dor e pode fazer com que o coelho pare de comer, portanto, é importante a rotina de consultas periódicas para o veterinário verificar a condição bucal do paciente.
Raissa aponta uma curiosidade que não costuma estar associada ao hipercrescimento dentário dos coelhos: o aparecimento de secreção nos olhos. “O desenvolvimento rápido dos dentes pré-molares faz com que o conduto nasolacrimal seja comprimido, gerando escoamento de fluido na vista. É aí que muito tutor recorre à automedicação, pinga colírios e não trata a causa da inflamação”, alerta.
A expectativa de vida média de um coelho é de cerca de dez anos. Durante os primeiros cinco anos de vida, recomenda-se que as consultas veterinárias ocorram anualmente. Após esse período, as idas ao veterinário devem ser realizadas a cada seis meses para garantir a monitorização contínua da saúde bucal e geral do pet.
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