Animais domésticos são mapeados no DF

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(por THIAGO SOARES, da editoria de Cidades do Correio Braziliense) (foto: Ed Alves/@cbfotografia)

 

Um trabalho inédito pretende mapear a quantidade de animais domésticos no Distrito Federal. O cadastramento teve início em abril com as residências da Candangolândia e servirá de base para elaboração de políticas públicas de prevenção e controle de zoonoses na região. O levantamento é fruto de uma parceria entre a administração regional, a Diretoria de Vigilância Ambiental, vinculada à Secretaria de Saúde, e o Departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB).

A ideia surgiu após a administração regional identificar que muitos bichos vagavam pelas ruas. Durante o processo, as cerca de 5 mil residências da região foram visitadas por agentes sanitários e voluntários. Nesta última semana, os pesquisadores retomarão às casas em que não foi possível efetuar os questionamentos, que incluem o tempo de vida dos animais, quantos habitam no local, se contam com acompanhamento veterinário, entre outros. As famílias com bichos de estimação também são orientadas sobre guarda responsável e bem-estar dos pets.

O estudante Douglas Pereira, 18 anos, dono de Marley e Pichuca, de 1 e 3 anos, respectivamente, procura passear com os cachorros diariamente. “Para eles não ficarem livres na rua, mantemos o portão de casa sempre fechado. Se algum dele sai, é sempre acompanhado de alguém”, disse. O acompanhamento veterinário também é uma das preocupações do jovem. “O mais novo foi vacinado recentemente. É importante esse acompanhamento para manter a saúde deles em dia.”

Um dos principais objetivos do cadastramento é também evitar o abandono de animais, de acordo com a responsável pelo mapeamento, Paula Galera, professora de medicina veterinária da UnB. “Queremos saber se parte desses animais nas ruas têm um lar. A partir do diagnóstico, vamos propor campanhas educativas para expor a ideia de guarda responsável. As campanhas vão sensibilizar a população, principalmente para não expor os animais e manter a saúde deles por meio de vacinação, por exemplo.”

O censo também levanta as condições socieconômicas das famílias. “Ele é importante para ajudar a definir as políticas públicas de animais naquela região. É uma ótima oportunidade também para sabermos as condições desses bichos. A intenção é estender essa pesquisa para demais regiões do Distrito Federal”, detalhou o médico veterinário da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) Laurício Monteiro.

Fabrício Medeiros, 18 anos, também passeia com os cachorros nas ruas da Candangolândia. Acompanhado da namorada, Sara Ferreira, 17, os dois andam com Nina, 3 e Jade, 1. Os pesquisadores já levantaram as informações da família. “Temos a preocupação de mantê-los sempre em casa, com a vacinação em dia. Uma vez ou outra saímos com os dois, para não ficarem estressados no ambiente fechado”, disse o estudante.

Perfil

Uma pesquisa revelou o perfil dos donos de animais de estimação no Brasil. O levantamento nacional, encomendado pelo Instituto WALTHAM®, principal autoridade científica em nutrição e bem-estar animal, na Inglaterra, revelou que a maioria dos brasileiros proprietários de cães é homem, casado, mora com mais de uma pessoa e é de classes A e B (82%). Já os proprietários de gatos são, em sua maioria, mulheres, solteiras, que moram em apartamentos e são de classes B e C.

A pesquisa mostrou que os proprietários de cães têm, em média, 41 anos e moram (93%) com mais de uma pessoa, em casas (59%) , que 24% adotaram seus cães, sendo 59% deles sem raça definida. Dos entrevistados, 68% acreditam que os cães trazem conforto emocional e 44% veem seus cachorros como filhos — nesse caso, a maioria dos entrevistados são mulheres solteiras de até 40 anos. Os donos de cães levam, em média, 2,8 vezes por ano seus cães ao veterinário. A alimentação manufaturada foi apontada como a melhor opção para os cães, já que 95% dos donos optam por alimentos secos.

Em relação aos donos de gatos, a pesquisa mostra que 61% são mulheres, têm em média 40 anos e 62% moram em casas. Dos entrevistados, 48% acreditam que os felinos entendem o humor dos donos e 45% veem seus gatos como filhos. Dos proprietários de gato, 39% também têm cães. A porcentagem de donos de felinos (42%) que acreditam que pets são boa companhia para crianças é numericamente maior do que a de cães (40%). Se comparado aos donos de cães, os de gatos levam menos os pets ao veterinário — média de 2,3 vezes por ano.