(por Juliana Contaifer e Sara Campos) (fotos Edy Amaro/@cbfotografia)
Feiras de adoção, encontros de bichos, mostras de produtos pets. O fim de semana afirmou uma vocação legitimamente brasiliense: o amor pelos animais. Além de eventos para estimular o acolhimento de cães e gatos, Brasília sediou reuniões de fãs de algumas raças, além de uma grande feira de artigos para bichos. Essas iniciativas de sucesso mostram que a tendência pet se consolidou na cidade e que os brasilienses têm amor de sobra pelos animais.
Apaixonado por cães de origem britânica, o gerente de suporte Rafael Mota, de 29 anos, realizou ontem o 4ª encontro de buldogues ingleses de Brasília. Ao lado da mulher, Manoela Tavares, ele recebeu donos de animais da raça no Estacionamento 4 do Parque da Cidade. Mais de 15 pessoas se encontraram para compartilhar o amor pelos buldogues. “O que me motivou a organizar esses encontros foi a paixão pela raça”, destaca Mota, sempre interessado em trocar informações e experiências sobre os cães.
O fascínio pelo buldogue inglês começou há três anos, com a cadela Loreta, que morreu há 1 ano e meio. “Esse tipo de cachorro tem suas particularidades. O focinho achatado propricia mais dificuldades de respiração. Eles também têm um temperamento mais dependente, se comparado a outras raças. Eles requerem muita atenção”, ressalta o apaixonado por cães, que atualmente cria Ohara, Big e Ieva – os dois últimos são filhos de Loreta.
O encontro é organizado por meio de uma página do Facebook, a buldogue inglês Brasília, ferramenta de comunicação utilizada para a troca de informações, dicas de veterinários e características comportamentais. “Isso ajuda os donos a ficarem mais precavidos antes de buscar especialistas”, ressalta Mota, que planeja um novo encontro para o mês de setembro.
O jeito dócil e ao mesmo tempo desengonçado da raça sempre despertou o interesse do publicitário Daniel Silva, de 41 anos. Dono de Toro, de 1 ano e meio, ele precisou esperar ter mais condições financeiras para ter um buldogue. “É uma raça que exige cuidados maiores. Esperei o tempo certo e vi o quanto que ele pode mudar o astral de casa. Quando ele está no veterinário, percebo o quanto o espaço fica vazio”, ressalta o publicitário, que cria o cachorro com a ajuda dos filhos Manuela Bernardes, 15 anos, e Henrique Bernardes, 11. “Já participei de encontros de raças distintas e percebi que a dinâmica do buldogue é muito diferente. Acho importante que ele tenha convívio com outros cachorros da mesma raça”, observa.
A responsabilidade que envolve a criação de um animal foi um dos elementos que motivaram a turismóloga Melina Aragão, 40 anos, a ter Luke, seu primeiro buldogue inglês. Os filhos, Patrick, 4, e Noemi Pável, 6, são os responsáveis por trocar a água e a comida do cachorro. “A Noemi desce com o cachorro no prédio todos os dias. Isso cria um hábito consciente neles desde cedo”, ressalta Melina, que, assim como o marido, Vanderlei Marques, 32 anos, não pretende ter uma raça diferente em casa.
Mostra
Entre sexta e domingo, a população de Águas Claras recebeu a primeira Feira de Pets e Cultura da região, a Bichano Cult. “Ter animal em casa hoje é um tipo novo de cultura. Águas Claras é um exemplo interessante por ser uma cidade verticalizada, sem grandes jardins mas que, apesar do pouco espaço, tem essa paixão pelos bichos”, explica João Carlos Bertolucci, um dos organizadores da mostra. A região é conhecida por ter o maior número de animais domésticos per capita do Distrito Federal, quando levada em consideração a proporção de habitantes de cada região administrativa.
Montada na praça da Quadra 301, a feira contou com expositores de vários pet shops e lojas de produtos agropecuários. Também foi realizada no local uma feira de adoção de animais, organizada por protetoras independentes que levaram cerca de 30 gatos e 20 cachorros prontos para receber um novo lar. Os organizadores ofereceram ainda ponto de vacinação gratuita anti-rábica, foodtrucks, brinquedos infláveis para as crianças, palestras sobre comportamento animal, além da presença do adestrador internacional Robert Bajbouj.
“É um evento que dá vida à praça, diverte o adulto, tem espaço para as crianças e distração para os animais. Em três dias, nossa expectativa era de cinco mil pessoas visitantes. O movimento foi surpreendente e superou nossas estimativas. Apesar do calor, muita gente veio”, conta João Carlos. Além de todas as atrações, os participantes receberam amostras grátis de vários expositores.
Vacinação
O veterinário da Secretaria de Saúde Laurício Monteiro explicou que a vacina anti-rábica é uma das mais importantes do calendário dos animais por criar uma barreira imunitária e evitar que os animais fiquem doentes ou que transmitam o vírus para os humanos. “A vacina controla o ciclo da raiva urbana, que é uma das doenças mais perigosas. Em animais, é 100% letal. Em humanos, apenas sete pessoas foram curadas na história”, conta Laurício. João Carlos Bertolucci afirma que esse tipo de ação acontece com frequência em regiões mais carentes. “Recebemos animais de outros bairros próximos, como Areal e Arniqueiras, que foram imunizados. É uma feira que tem utilidade pública.”
O microempresário Camilo Marques, 60 anos, aproveitou a tarde de sábado para levar seu boston terrier Lorde, de oito meses, para se vacinar e, de quebra, conhecer a feira. “Fiquei sabendo do evento por um grupo de Whatsapp que reúne tutores de cães da raça Boston Terrier. Acho muito legal este tipo de feira porque é uma oportunidade boa de conhecer novas rações, comparar preços e receber informações sobre vitaminas e comportamento animal”, conta. Para quem perdeu a feira e a imunização gratuita, a vacinação é oferecida na Zoonose. Animais com mais de três meses e saudáveis estão aptos a receber a vacina.
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